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Os médicos e pediatras podem influenciar os pais a decidir a hora que seus filhos devem largar a mamadeira, ajudando a prevenir queda de dentes precoce, obesidade e deficiência de ferro no organismo, diz um novo estudo feito por pesquisadores do St. Michael´s Hospital e doThe Hospital for Sick Children (SickKids), em Toronto, no Canadá.
"Apenas cinco minutos de conselhos sobre os perigos que o uso prolongado da mamadeira pode trazer resultam em uma queda de 60% no número de bebês que continuam a usar mamadeira até os dois anos de idade", explica Jonathon Maguire, pediatra e líder do estudo feito pelo St. Michael´s Hospital.
A maioria das crianças que tem seus pais aconselhados pelos médicos parou de usar mamadeira no seu primeiro aniversário, enquanto a média dos bebês que os pais não foram instruídos foi de 16 meses. "A American Academy of Pediatrics recomenda que o uso deva continuar até no máximo 15 meses, mas vários pais e médicos não estão atentos a isso. Muitos continuam a alimentar seus filhos com mamadeiras até os três ou quatro anos", comenta Maguire, que teve sua pesquisa publicada no jornal Pediatrics.
"De acordo com a pesquisa, se os pais fazem seus filhos parar de usar a mamadeira depois de conversarem com seu médico, o aconselhamento funciona. Isso mostra que os profissionais da saúde podem influenciar no comportamento de crianças antes que elas desenvolvam maus hábitos que as acompanhariam durante toda a vida", completa Maguire.
Em pesquisas anteriores, Maguire e sua equipe já havíamos encontrado uma relação entre o uso prolongado de mamadeiras e a deficiência de ferro no organismo. A carência de ferro atinge cerca de 30% das crianças que começam a andar e está associada ao desenvolvimento de atrasos no aprendizado e problemas de comportamento.
Cerca de 86% dos pais que continuam alimentando seus filhos com mamadeira depois dos dois anos afirmam que não fazem a transição para o copo porque que as crianças preferem a mamadeira. "Quando os filhos completam dois anos, fica muito difícil para os pais fazerem essa mudança. Isso precisa acontecer quando a criança ainda é mais nova, e tem o seu comportamento modificado com mais facilidade", aponta o pesquisador.
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Controle do apetite
Em outro estudo, realizado nos Estados Unidos, os pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças acompanharam o primeiro ano de vida de 1250 crianças e descobriram que aquelas que tomavam mamadeira durante os primeiros seis meses de vida, mesmo que fosse leite materno, apresentavam menor capacidade de controlar o apetite mais tarde.
De acordo com os autores, os bebês que tiveram mais de dois terços de sua alimentação via mamadeira no início da vida, mesmo que com leite materno, tinham duas vezes mais chances de esvaziar a mamadeira, mesmo depois de satisfeitos, do que aqueles que tiveram menos de um terço de sua alimentação feita com ela.