Nutricionista especialista em nutrição celular, fundadora da Clínica Jobst.
Redatora especialista em conteúdos sobre saúde, família e alimentação.
A maior realização da mãe é ver o seu filho crescendo e evoluindo. A amamentação é o primeiro passo importante, depois do próprio nascimento, rumo ao desenvolvimento da criança e, por isso, as mães devem dar muito atenção a esse gesto. O leite materno é o alimento mais completo que existe e é muito importante para o desenvolvimento sadio do bebê.
"Ele é rico em gordura, proteína, carboidratos, minerais, vitaminas, enzimas e imunoglobulinas que protegem a criança contra várias doenças", explica a nutricionista Daniela Jobst. De acordo com a área técnica da saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, a estimativa é que o aleitamento exclusivo evitaria 13% das mortes em crianças menores de cinco anos em todo o mundo.
E mais: cerca de sete mil mortes de recém-nascidos no primeiro ano de vida poderiam ser evitadas com a amamentação na primeira hora do parto. Confira abaixo cinco medidas essenciais que ajudam a amamentar o bebê da maneira correta.
Capriche na alimentação
Durante todo o período da amamentação, especialmente os seis primeiros meses do bebê, é fundamental que a lactante tenha uma alimentação equilibrada e saudável. Além de caprichar em alimentos nutritivos, ricos em vitaminas, minerais e proteínas, a pessoa que está amamentando deve ingerir bastante líquidos, principalmente água, para garantir a produção de leite.
Além disso, alguns estudos relacionam o consumo de certos alimentos pelas mães às cólicas que aparecem nos bebês (especialmente recém-nascidos). Embora não haja comprovação científica, especialistas orientam as famílias a fazer uma observação atenta desses efeitos desconfortáveis nos bebês logo após a ingestão do alimento pela mãe — ou notar se há melhora dos sintomas após a restrição do consumo de um desses itens pela mãe.
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Não deixe o leite empedrar
O ingurgitamento mamário, ou popularmente leite empedrado, acontece quando a bebida fica presa na mama por causa da sucção inadequada ou do esvaziamento incompleto do peito. Isso acaba deixando os seios rígidos, causando dor e até febre. Mas existe prevenção: deixar o beber mamar bastante ou retirar o leite com as mãos ajudam a esvaziar o peito.
Cuide do seio
É muito comum as mamães desenvolverem fissuras no bico do peito com a amamentação ao longo dos primeiros meses. Isso porque a pele da aréola é muito fina e sensível e os fortes movimentos de sucção do bebê podem causar rachaduras e muita dor. Calma, não precisa sofrer. Existe um modo muito mais fácil do que você imagina para evitar esse tipo de situação.
Para aquelas mães que estão sofrendo com as fissuras, a dica é passar um pouco do próprio leite em cima da ferida, pois ele tem alto poder de cicatrização. "Em casos mais graves, o médico pode recomendar uma pomada cicatrizante. Mas lembre-se de lavar o bico do peito sempre que for amamentar, para o bebê não ingerir o remédio", ensina consultora em aleitamento, Evangelista Kotzias dos Santos.
Deixe o bebê bem posicionado
Colocar o bebê na posição correta é imprescindível para evitar que ele engasgue ou tenha dificuldade de tomar o leite. Em relação às mães, segurar o bebê de maneira errada pode gerar dores na coluna e estresse. E nem você, muito menos o seu filho, precisa sofrer na hora da amamentação.
Procure deixar o bebê posicionado na mesma altura do mamilo, com a cabeça repousada no antebraço da mãe. Se a criança for maior e estiver irrequieta, segure-a por trás dos ombros.
O bebê deve ser capaz de alcançar o peito facilmente, sem precisar se esticar, nem girar a cabeça. A mãe deve aproximar o bebê do peito, e não o peito do bebê. Com o bebê bem posicionado, é só esperar que ele abra bem a boca para iniciar a amamentação
Conheça a importância do leite materno
Muitas mães falam, mas é um mito acreditar que o leite materno é fraco por ter uma aparência aguada. "Realmente, o leite materno não tem a mesma consistência do leite de vaca, por exemplo, que é bem mais grosso. Mas essa aparência aguada não quer dizer menos nutrição", afirma a consultora Evangelista Kotzias.
De acordo com ela, se a lactante mantém uma dieta equilibrada e oferece o peito sempre que o bebê pede, vai produzir leite de qualidade, na quantidade certa, e não precisa complementar a dieta do pequeno com nada.
Lembrando que a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que os bebês se alimentem apenas com leite materno até os seis meses de vida e, depois, que ele seja usado como complemento da alimentação até os dois anos de idade.