Nilda Jock é psicanalista, socióloga, pós- graduada em filosofia da educação pela PUC- SP, especialista em atendimento d...
iOutro dia uma paciente comentava comigo, como em variadas situações se colocava a questão: "devo falar, ou melhor me calar?". Falar e com isso começar uma discussão ou deixar de lado a irritação ou a discordância e assim omitir-se? É de fato uma encruzilhada bastante comum em nossas vidas. Algumas situações sem maiores consequências outras nem tanto.
Em primeiro lugar não podemos esquecer que o desacordo de opiniões é constituinte da condição humana. Que no ambiente familiar são vividas as primeiras situações de conflitos e vai ser dessa forma que a criança vai aprender as diferentes formas de se lidar com os desacordos. Ela pode encontrar formas mais hábeis até formas explosivas e agressivas para divergir. Naturalmente as formas mais habilidosas têm mais chance de sucesso.
Ao dizer que é na família que adquirimos modelos de manejo de conflitos, não pretendemos passar a idéia de estarmos fadados a repetir esses modelos. Não, eles podem ser contestados e podemos justamente por não julgá-los sadios, convenientes nos opormos completamente. Uma coisa é certa, seja em ambientes profissionais, entre casais, amigos e até mesmo entre pais e filhos as razões para os conflitos estão sempre permeadas por questões de afeto, de reconhecimento e de poder.
Assim sendo, qual a importância de se dizer o que pensa? Antes de tudo está em promover reparações. Depois fazer vigorar a idéia de que, se bem encaminhadas, podem trazer resultados promissores. Lembrando sempre que as divergências de opiniões ocorrem porque somos sim, diferentes uns dos outros.
Finalmente, convém que se diga que aqueles que buscam formas mais habilidosas, cuidadosas e respeitosas com a opinião dos outros podem sem dúvida melhorar a própria qualidade de vida, pois permite uma maior realização pessoal além de aprofundar a confiança de um no outro, sejam eles familiares, amigos ou parceiros de trabalho.
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