Médico e professor titular do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)....
iA adolescência é um período fundamental para a aquisição da massa óssea. Em adolescentes atletas, o pico de massa óssea pode apresentar maior incremento, em virtude do estresse mecânico imposto aos ossos pelo exercício físico praticado. Existem consistentes pesquisas que confirmam que a atividade física moderada com suporte do peso, como corrida e saltos, têm impacto mais positivo sobre a deposição óssea (qualidade óssea) do que atividades que não necessitam do suporte do peso, como a natação.
Entretanto, no período da puberdade, o exercício físico intenso nem sempre traz benefícios para os adolescentes, particularmente com relação ao crescimento esquelético. Alguns autores mostram que o treinamento de força intenso em adolescentes parece acarretar decréscimo nos níveis de fatores de crescimento, podendo comprometer a estatura final. Além disso, o excesso de atividade física também está relacionado a fraturas de estresse geradas por sobrecargas repetidas.
Com relação a treinamentos de força, a literatura cientifica não confirma as hipóteses de prejuízo a saúde ou ao desenvolvimento de crianças e adolescentes . É prudente que técnicos e educadores físicos qualificados concordem em evitar grandes sobrecargas tensionais e volumes de treinamento. É fato que o exercício de força pode ser um poderoso estímulo ao crescimento e desenvolvimento ósseo.
Técnicas e programas de treinamento adequados podem reduzir muito o risco de lesões, fornecendo muitos benefícios físicos e psicológicos para a criança. Entretanto podem ocorrer lesões na utilização de levantamentos de pesos máximos mediante técnicas e programas de treinamentos inadequados. Mesmo assim, os benefícios do treinamento de força para a saúde óssea são maiores do que os riscos.
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