Dr. Gerson Luiz Julio é cirurgião plástico, graduado e pós graduado na UNICAMP, mestre em Cirurgia na própria universida...
iO nariz é uma estrutura que ocupa uma parte importante do rosto, porque se localiza no centro da face. Além disso, ele tem uma representatividade estética, já que, normalmente, apresenta traços de hereditariedade e étnicos.
Assim, por meio de uma característica nasal, muitas vezes, podemos determinar a qual grupo étnico determinada pessoa pertence. Mas, antes mesmo dos fatores estéticos, o nariz tem seu aspecto funcional: ele é um órgão fundamental para a respiração.
No âmbito da cirurgia plástica, são essas duas motivações - funcionais ou estéticas - que levam o paciente a procurar ajuda em relação ao órgão.No caso de correção de problemas funcionais, como desvio de septo ou hipertrofia de cornetos, pode haver também desconfortos estéticos.
Então, é indicada a cirurgia combinada, na qual, em um só ato operatório, realizam-se ambas as correções, funcional e estética, normalmente realizadas por dois profissionais, o cirurgião plástico e o otorrinolaringologista. Já a presença de desvio de septo sem sintomatologia funcional não é indicativa de cirurgia para correção do desvio.
Desvios como a laterorrinia, em que existe um prejuízo estético sem comprometimento funcional, pedem somente uma intervenção estética para alinhar o nariz. Portanto, sem a necessidade de fazer a cirurgia para correção do desvio.
Em se tratando de estética, o segundo grande grupo de motivações cirúrgicas, é sabido que o nariz - assim como outras partes do corpo e da face - sofre um processo de modificação com o passar dos anos, em que ocorre crescimento nasal e queda da ponta do órgão.
É assim que o nariz pode adquirir um novo formato, envelhecendo a face. A rinoplastia é uma das cirurgias que podemos fazer, dentro do processo de rejuvenescimento facial, para corrigir esses problemas, conjuntamente com as cirurgias de rejuvenescimento facial.
Nos pacientes mais jovens, onde se deseja realizar a mudança estética da forma e do contorno nasais, não há necessidade de associar as cirurgias de rejuvenescimento facial.
Técnica surgiu há pouco mais de um século e não para de evoluir
A rinoplastia é uma cirurgia desenvolvida entre o final do século 19 e o início do século 20. As primeiras publicações técnicas para correção estética do nariz foram feitas por John Orlando Roe, em 1887 e em 1891.
Contudo, antes mesmo desse período, tentativas de correção nasal puderam ser observadas na Índia, com a utilização de próteses de marfim em casos de amputações.
Obviamente, nos dias atuais, há um amplo conhecimento da fisiologia nasal, bem como da anatomia do segmento nasal. Com isso, há uma constante evolução das técnicas de plástica nessa região.
Das primeiras rinoplastias - feitas por via endonasal (fechada) ? às chamadas exorrinoplastias ? feitas diretamente na estrutura do órgão (por via aberta) -, houve um progresso não só em relação às técnicas cirúrgicas empregadas, cada vez mais precisas, como no que diz respeito à recuperação dos pacientes, cada vez mais rápida. Em suma, o objetivo é proporcionar resultados mais naturais e menos traumáticos.
Seja qual for a técnica utilizada, a cirurgia demora, aproximadamente, duas horas. Pode ser realizada sob anestesia local e sedação anestésica ou por anestesia geral.
A escolha vai depender do caso, do cirurgião e do anestesista. É uma cirurgia que pode permitir alta para o paciente no mesmo dia, e hoje em dia não se emprega mais o gesso - opta-se pelo plástico expandido, por ser mais prático e higiênico.
O pós-operatório é tranquilo e com resultados que podem gerar grande satisfação e felicidade aos pacientes.Do ponto de vista cirúrgico, há ainda algumas considerações técnicas.
Por exemplo: se, durante a intervenção, o cirurgião deve optar por realizar ou não uma fratura. Na verdade, isso deve ser ponderado no pré-operatório, durante o planejamento cirúrgico, embora o "durante" também possa influenciar na decisão.
Para o paciente, vale a informação de que fraturas cirúrgicas não significam um pós-operatório com mais edema, hematoma ou dor mais intensa. Normalmente, o pós-operatório é indolor, podendo haver apenas um desconforto nos primeiros dias, além da presença de edema.
Cada paciente deve ser tratado com singularidade
Quando um paciente deseja mudar a forma e o estilo do nariz, devemos entender que lidamos com a singularidade. Em outras palavras, não existe um tipo de nariz que combine com todos os tipos de rostos.
Assim, o ideal é sempre personalizar, em vez de "criar" um nariz que seja artificial - quando, paradoxalmente, se percebe que o paciente realizou uma rinoplastia.
A cirurgia deve dar um efeito natural, resultar em uma face mais bonita e suave, e não produzir um estigma.Assim, para que o cirurgião obtenha um efeito realmente "mágico" em termos de resultado estético, é necessário entender que o nariz faz parte da face e está integrado a ela e a outras partes da região.
Criar harmonia entre todas essas áreas é fundamental para que o resultado estético seja superior. O profissional adequado para operar a parte estética do nariz deve ser um cirurgião plástico, que tem formação cirúrgica específica para isso.
E, quando houver necessidade de realizar uma cirurgia funcional, para correção de desvios de septo ou hipertrofias de cornetos, é necessário solicitar a presença de um otorrinolaringologista.
Realizar uma rinoplastia estética com profissionais que não sejam cirurgiões plásticos e, portanto, sem formação nem treinamento específicos, envolve o risco de o resultado não atingir as expectativas.
A partir daí, as correções secundárias - e, às vezes, terciárias - decorrentes de cirurgias malsucedidas podem ficar limitadas ou mesmo terem sua realização impossibilitada.
Quando executamos uma rinoplastia, devemos ter como resultado um nariz que combine com aquela face e com aquela personalidade, que suavize os traços e proporcione uma face mais bela, jovem e sofisticada.
Sempre que optar por realizar uma plástica nasal, o paciente deve consultar um cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
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