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Para emagrecer, é preciso planejamento, mudança nos hábitos alimentares, prática de atividades físicas e, o mais importante, força de vontade! Mas leva um certo tempo eliminar os quilos indesejados. Não dá para emagrecer dezenas de quilos da noite para o dia. Contra essa afirmação, as "dietas da moda" prometem um emagrecimento rápido e eficaz. São as famosas dietas restritivas, aquelas que proíbem você de comer determinado grupo de alimentos ou restringem você a apenas um desses grupos, como comer apenas proteínas ou não comer carboidratos nunca.
Só que essas dietas são muito perigosas e podem causar sérios danos à saúde. Embora essas dietas pareçam ser um caminho mais fácil, elas não suprem todas as necessidades do nosso corpo, além de poder desencadear doenças, como a anemia.
"A dieta adequada é aquela com um cardápio que fornece todos os nutrientes na quantidade recomendada no final do dia. Para conseguir isso, somente com uma variedade de alimentos", explica a nutricionista do Dieta e Saúde, Roberta Stella. A seguir, listamos algumas dessas dietas mais famosas e os riscos de segui-las.
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Dieta Atkins
Assim que é popularmente chamada a dieta que proíbe o consumo de qualquer carboidrato e permite o consumo a vontade de gorduras e proteínas. A dieta leva esse nome por ter sido desenvolvida pelo cardiologista norte-americano Dr. Roberto Atkins. Parar de comer carboidratos emagrece, porque o corpo, em vez de usar a glicose dos carboidratos para obter energia, passa a usar e queimar a gordura. "Em condições normais, o organismo quebra os carboidratos, que se transformam em moléculas de glicose. Eles são a principal fonte de energia para o corpo e para o cérebro", explica Roberta Stella.
Com a falta de carboidratos e a queima da gordura para gerar energia, o corpo começa a produzir em excesso os chamados corpos cetônicos, que são substâncias que fornecem energia para o corpo assim com a glicose, porém, em menor quantidade. Segundo a Roberta, quando o corpo deixa de ter os carboidratos como fonte de energia e passa a produzir apenas os corpos cetônicos, eles serão excretados pelo corpo através do suor, da urina e do hálito, deixando-os com um cheiro forte. Além disso, como os copos cetônicos são liberados pela urina, os rins, responsáveis por produzi-la, podem ficar sobrecarregados. "Esse tipo de dieta também está relacionada ao mal-estar, tontura e cansaço, além de ser muito monótona e fugir do hábito alimentar do brasileiro", completa Roberta.
Dieta sem proteínas
Algumas pessoas acreditam que uma dieta sem nenhum consumo de proteína, presente em alimentos como carnes e leite, pode ajudar no emagrecimento. Porém, as proteínas são conhecidas como nutrientes construtores, pois fornecem aminoácidos que produzem e regeneram tecidos. "Além disso, alimentos ricos em proteínas também são fonte de outras vitaminas e minerais" diz Roberta. Ou seja, não consumir proteínas é perder uma série de nutrientes e vitaminas que são essenciais a nossa saúde, além das próprias proteínas. Alguns exemplos são: a carne vermelha é fonte de ferro e vitamina B12. Os peixes, de ômega-3. O leite, de cálcio. "O segredo não é deixar de comer determinado grupo de alimento, e sim balancear todos. O caminho é sempre a moderação", aponta Roberta.
Dieta dos "Shakes"
Substituir uma das refeições por aqueles "shakes de emagrecimento" também não é eficaz. Substituir uma refeição por shakes pode levar a deficiência de nutrientes e a uma dieta altamente restritiva, prejudicando a eliminação de peso a longo prazo. E mais: consumir apenas shakes leva a monotonia alimentar que, mesmo não sendo prejudicial a saúde, pode levar a desistência do objetivo de emagrecimento.
E se mesmo assim você ainda não está convencido de passar longe dessa dieta, saiba que ela sequer ajuda a queimar gorduras. Além de não possuir a quantidade ideal de nutrientes para substituir uma refeição, o suplemento não promove a perda de gordura, e sim de músculos e água, o que pode comprometer seriamente a saúde da pessoa que consome. Se você pratica exercícios esse risco piora, já que o corpo passará a queimar uma energia que você não consumiu.
Além disso, substituir uma refeição completa e equilibrada por um shake pode prejudicar a mastigação, já que nosso maxilar trabalhará menos, e outra: a mastigação também faz parte do processo de saciedade - quando mastigamos algo, nosso cérebro processa a sensação de "barriga cheia".
Dieta líquidas
A dieta dos sucos ou das sopas, como o próprio nome já diz, é radical: permite apenas o consumo de líquidos. E isso de longe já não parece nada saudável. Roberta confirma, dizendo que "restringir grupos alimentares em detrimento de outros levam a uma deficiência de nutrientes, calorias e, mais uma vez, à monotonia alimentar. Em um curto período de tempo há a desistência". Além, é claro, de não ser uma dieta adequada. Mais uma vez, uma boa dieta é aquela que inclui todos os grupos alimentares.
Ao falarmos de uma dieta em que só se ingere líquidos, entramos no mesmo problema que a dieta dos shakes, já que a pessoa não pratica a mastigação e o corpo não ganha todos os nutrientes e vitaminas que precisa, o que, nesse caso, que é mais extremo que o dos shakes, pode levar a pessoa a fadiga extrema e até desmaios. O excesso de líquidos também causa uma sobrecarga renal no nosso organismo, deixa nosso intestino preguiçoso e o corpo não absorve massa suficiente para produzir o bolo fecal, comprometendo o funcionamento da flora intestinal.
Dieta das frutas
A dieta das frutas é parecida com a dieta dos líquidos, porém um pouco mais "sólida", já que permite o consumo de frutas não só em formato de suco. Porém, assim como a dieta anterior, é muito restrita em alimentos e, consequentemente, não estimula a aderência ao projeto de emagrecimento.
Além de também não dar à pessoa todos os nutrientes necessários. "As frutas são excelentes alimentos, mas não possuem todos os nutrientes que o nosso corpo precisa. Uma boa alimentação é aquela em que há variedade", aponta Roberta.
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