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A infertilidade é um problema que pode atingir tanto homens quanto mulheres e afeta cerca de um a cada dez casais em idade fértil. Os principais fatores de risco para a infertilidade são: tabagismo, alcoolismo, uso de drogas, excesso de cafeína, obesidade, anorexia, uso de anabolizantes, doenças crônicas e idade avançada.
Quando um casal tenta descobrir o motivo pelo qual não consegue engravidar, podem sentir-se perdidos na hora de investigar as causas e saber qual dos dois está infértil.
No entanto, vale ressaltar que a infertilidade não deve ser confundida com a incapacidade de concepção. "O diagnóstico de infertilidade pode ser realizado após 12 meses de vida sexual ativa sem nenhum método contraceptivo", indica a ginecologista e obstetra Cláudia Gomes Padilla.
Infertilidade feminina
Em mulheres, são observadas alterações no útero durante a vida reprodutiva. Portanto, desde a puberdade até a menopausa, o endométrio - camada interna que recobre o útero -, faz com que ali seja naturalmente um ambiente para se desenvolver um embrião durante o período de gestação.
De acordo com a ginecologista e obstetra Cláudia, para que ocorra uma gravidez de forma natural, é necessário que a mulher tenha um sistema hormonal reprodutivo sincronizado.
"Isto é, um ovário em funcionamento para que haja ovulação e tubas uterinas livres que tenham função preservada para que o óvulo e espermatozóide possam se encontrar", explica a especialista em reprodução assistida da Huntington Medicina Reprodutiva.
Além disso, também é importante notar se o endométrio uterino está adequado para permitir a implantação do embrião. Quando isso não acontece, podemos citar como infertilidade feminina: endometriose, alterações de ovulação, trompas ou do útero, abortos em repetição, menopausa precoce, mioma e a perda da reserva de óvulos devido a idade.
Infertilidade masculina
Um fator muito importante para a fertilidade masculina é a capacidade de liberação de uma quantidade adequada de esperma na vagina da mulher. Se esse mecanismo tiver qualquer alteração na produção do sêmen, pode levar ao processo de infertilidade.
"Um motivo muito comum para alteração na produção seminal é o aumento da temperatura corporal gerado por febre prolongada ou pela exposição ao calor excessivo. Isso pode reduzir a produção de espermatozoides, a capacidade de movimentação e aumentar a quantidade de espermatozóides com formato alterado no sêmen", esclarece a especialista Cláudia Gomes Padilla.
Sendo assim, banhos quentes e sauna são exemplos que aumentam a temperatura corporal e, por isso, devem ser evitados ou usados com menos frequência pelos homens para que a formação dos espermatozoides não seja alterada.
As causas da infertilidade masculina estão relacionadas à baixa produção de espermatozoides de causa genética, hormonal ou alterações devido a varizes nos testículos (varicocele), obesidade, tabagismo e uso de anabolizantes.
Quando buscar ajuda médica para infertilidade?
É recomendado que o casal comece a investigar a infertilidade quando não há gestação após um ano de tentativas com vida sexual ativa e sem métodos contraceptivos.
No entanto, a obstetra lembra que há algumas situações em que é necessário começar esta investigação antes deste período:
- Conhecimento de algum fator de infertilidade masculina (Ex.: quando há presença de criptorquidia, os testículos "escondidos")
- Maior risco de infertilidade feminina (Ex.: mulher com mais de 35 anos).
Exames para descobrir se é infértil
Quando o casal inicia a investigação a fim de descobrir se é infértil, o médico pode solicitar alguns exames para entender melhor sobre a saúde fértil dos pacientes. Os principais citados pela especialista em reprodução assistida da Huntington Medicina Reprodutiva são:
Dosagem de hormônios: existem diversos tipos de dosagens hormonais referentes a fertilidade como o LH, FSH, estradiol, progesterona, testosterona, TSH e hormônio antimulleriano. Os resultados devem ser avaliados de acordo com o histórico de cada casal e em conjunto com os outros exames de investigação para infertilidade.
Ultrassonografia transvaginal seriada: esse exame tem como objetivo verificar o tamanho dos folículos ovarianos para saber quando eles estarão realmente maduros para a coleta dos óvulos ou para ovulação natural. "Deve ser realizado cerca de 3 a 4 vezes durante o ciclo ovulatório, pois acompanha o surgimento e crescimento dos folículos até sua ovulação", indica a médica.
Histerossalpingografia: esse exame detecta anormalidades em órgãos que possam dificultar a gravidez, como trompas e útero. São consideradas até mesmo as alterações mais sutis na anatomia dos órgãos reprodutivos.
Ultrassonografia endovaginal com preparo intestinal: indicado para diagnosticar casos de endometriose profunda, além de outros problemas ovarianos e uterinos como cistos, tumores, miomas e malformação do útero.
Videohisteroscopia: detecta anormalidades da cavidade endometrial e do colo uterino como pólipos, miomas e sinéquias (aderências entre as paredes do útero). É realizado com a introdução de uma câmera, pelo colo uterino, até atingir a cavidade endometrial.
Espermograma: esse exame colhe o sêmen na masturbação e faz análises macro e microscópicas, a fim de averiguar possíveis anomalias nos espermatozóides. Também é possível realizar junto com o espermograma a fragmentação de DNA seminal. "Quando alterada, a fragmentação de DNA seminal, pode causar menor chance de gravidez e maior chance de aborto", explica.
Testes genéticos: anormalidades genéticas no homem ou na mulher podem levar à formação de embriões com problemas genéticos que causam falhas na implantação ou abortos. "É importante detectar possíveis alterações, por meio do exame de cariótipo, que realiza a contagem de cromossomos do casal para avaliar se há aumento de risco para aneuploidias (alteração do número de cromossomos do embrião)", ressalta.
Caso haja aumento de risco para aneuploidias pode ser indicada a biópsia embrionária realizada durante o procedimento de fertilização in vitro em casais com maior probabilidade de apresentar alterações genéticas.
Além dos exames citados acima, dependendo do histórico do casal e dos resultados dos exames, poderão ser necessários outros exames como: ressonância magnética da pelve, laparoscopia, avaliação genética de mutações para doenças raras, biópsia de endométrio, histerossonografia.