A maternidade é para a maioria das mulheres um sonho que se transformará em realidade em algum momento da vida. No entan...
iO congelamento de óvulos não é uma novidade, essa técnica existe há muitos anos assim, como o congelamento de sêmen e de embriões.
O sêmen, ao ser descongelado, pode ser utilizado para inseminação artificial ou fertilização in vitro com taxas de gestação semelhantes aos tratamentos com material fresco.
Já o óvulo congelado era quase sempre perdido no processo devido a formação de cristais de gelo no seu interior. Por isso, técnica de congelamento lento era impraticável.
A inovação veio com o advento da vitrificação, que mostrou-se a técnica ideal, proporcionando índices de sobrevivência ao processo acima de 95%.
Essa nova técnica impede a formação de cristais de gelo já que o congelamento é muito rápido, durando cerca de um segundo, enquanto o congelamento lento demora de 120 a 180 minutos para ser realizado.
Devido ao sucesso da técnica para congelamento de óvulos, ela também está sendo aplicada para congelamento de embriões, com sucesso.
O processo é seguro e o índice de malformações entre as crianças nascidas com óvulos vitrificados é de 2,5% - porcentagem comparável ao de nascimentos naturais ou por fecundação in vitro.
As vantagens são muitas:
- Mulheres diagnosticadas com câncer e que irão submeter-se à quimioterapia podem vitrificar seus óvulos antes do tratamento, uma vez que a fertilidade dessas pacientes pode ser afetada.
- A possibilidade de armazenar óvulos em um banco de óvulos, assim como se faz há muitos anos com o sêmen, facilitando o processo de ovodoação.
- Armazenar óvulos ao invés de embriões resolveria o dilema de casais que não se sentem confortáveis com esse fato.
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Mulheres que queiram apenas preservar a fertilidade podem congelar seus óvulos quando ainda são jovens para utilização no momento em que decidam gestar, sem preocupação com a idade reprodutiva na ocasião.
- Hoje existem clínicas de fertilização estocando mais de 5 mil embriões esquecidos, sem permissão legal para descarte. Já o descarte de óvulos é permitido.
A técnica está em uso nas clínicas de reprodução há 4 anos e, por ser uma novidade, não há dados que mostrem o tempo de viabilidade de preservação dos óvulos vitrificados, porém, se observarmos o tempo de validade de embriões congelados, podemos considerar que os óvulos permaneceriam congelados e intactos por um longo período.
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