A alimentação é uma prática condicionada pelo meio ambiente, ou seja, vinculada à cultura e ao meio ambiente em que vivemos. Na sociedade atual, ocorrem inúmeros estímulos para que os alimentos gostosos sejam consumidos, independentemente do dia, e esse estímulo pode ocorrer dentro de casa, com grande contribuição de pessoas próximas, do nosso dia a dia.
Entretanto, o excesso de comida pode estar mascarado por problemas afetivos e, neste caso, estamos falando do vínculo entre pais e filhos. A presença do alimento em momentos de tensões emocionais, troca com afeto, compensação e modos de recompensa, pode chamar a atenção para um círculo vicioso, onde ambos - pais e filhos - não estão satisfeitos, no nível emocional, apontando uma fraca relação , onde a comida tem o papel de preencher espaço.
Outro ponto importante é a dependência emocional dos filhos com os pais, que torna tais filhos pessoas passivas, pois, geralmente, recebem o que precisam, sem que ocorra um esforço para que haja conquistas.
A participação dos pais no tratamento da obesidade dos seus filhos é de grande importância, visto que, nesta faixa etária, ainda são dependentes emocionalmente e, na presença da obesidade, geralmente, apresentam desequilíbrio na autoestima e na autoconfiança. Fortalecer a relação entre pais e filhos é o ponto-chave para a mudança e isto pode ser realizado com a melhora no apoio e autonomia, para os desafios da vida que o filho irá enfrentar.
É comum a família não apoiar a dinâmica do emagrecimento, isto é, os pais, nesse momento, repassam a responsabilidade para o profissional; e ainda, quando há participação da família, muitas vezes, ocorre de forma autoritária, o que pode dar continuidade ao ciclo da obesidade e a criança/adolescente continuarem a comer em excesso, devido a tal fato.
Neste caso, o filho(a) recebe dois tipos diferentes de informações, o que irá gerar conflitos familiares e não resolverá o problema da obesidade. A família deve praticar a cooperação com a nova fase da criança/adolescente e não se tornar rigorosa nem resistente a mudanças. Portanto, a partir do momento em que o filho está fazendo um programa para emagrecer, as atitudes devem ser repensadas. É muito comum acontecer de os pais não participarem de forma ativa, nesse contexto, e ficarem apenas no comando de levar e buscar ou ainda fornecer subsídios (dinheiro) para viabilizar as consultas, porém isso ainda é pouco.
O tratamento da obesidade de forma multidisciplinar (nutrição, psicologia e educação física) contribui para a criança/adolescente se inserir de forma mais adequada na sociedade, pois num espaço de aprendizado, percebe o quanto é semelhante aos outros da sua idade e busca traçar um vínculo entre as pessoas do seu meio social. Sendo assim, o papel dos pais no processo de mudança é auxiliar para a continuidade do processo, ou seja, para o sucesso do emagrecimento dos filhos. Os pais são peças fundamentais para a melhora da autoestima, ao apoiarem a mudança de atitude.
Saiba mais: Proteja seu filho da obesidade infantil