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A timidez é um sentimento inato do ser humano. Da infância à vida adulta - e até mesmo na terceira idade - ela não escolhe o momento de aparecer. Seja numa festinha de aniversário, em um palco diante de uma plateia, ou na abordagem de uma paquera, ela surge de forma avassaladora e paralisante. Sua definição consiste em um medo e um receio exagerado a se expor e, consequentemente, receber algum tipo de julgamento. "Quem sofre de timidez, seja ela introspectiva ou a do tipo que até se expõem para dissimular a real sensação de medo, tem uma tendência grande de supervalorizar pequenos deslizes. Os tímidos têm a necessidade de passar uma imagem positiva de si o tempo todo", explica a psicóloga Renata Plácido, de São Paulo.
De acordo com a profissional, a inibição em fazer algo considerado corriqueiro, como se relacionar, paquerar e expressar o que sente está ligada ao sentimento de competência. "A percepção negativa do que acreditamos ser, ou seja, a nossa autoimagem, pode distorcer a realidade. A consequencia disso é a retração dos sentimentos e das atitudes", explica a profissional.
Entenda a ligação entre timidez e autoestima
Um tímido supervaloriza os riscos - reais ou imaginários. Toda situação nova é assustadora. A preocupação em passar uma boa imagem suprime a velha máxima de que "errar é humano", explica Renata. "O grau de exigência dos tímidos é alto e por isso eles apresentam dificuldades para fazer atividades simples. Há um medo excessivo em parecer ridículo ou ser ridicularizado. Esta é uma relação, em boa parte, relacionada ao auto-questionamento da sua competência", diz.
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A necessidade de se sentir querido e amado é desenvolvida ainda nos primeiros anos de vida, assim como os sentimentos de segurança e autoconfiança. Segundo a psicóloga, este conjunto de sentimentos são base para o desenvolvimento da autoestima. Se ela está em equilibrio, a facilidade de conquistar e receber afeto, de perdoar, de ter um entendimento das frustrações é maior. "Ter consciência de suas limitações e fragilidades é um grande passo para o autoconhecimento. Quem tem baixa autoestima, como os tímidos em grande maioria, não lida naturalmente com rejeição e frustrações. Basicamente eles encaram como algo pessoal e não como uma situação que deve ser relevada", explica Renata.
A timidez impulsiona o desconforto e consequentemente detona a autoestima. A preocupação com a avaliação das pessoas, a falta de coragem para assumir riscos e até mesmo os próprios desejos faz com que os tímidos intrerpretem situações de formas equivocadas e ameaçadoras. "Eles perdem a autonomia e não raro precisam ser amparados por algo ou alguém para se sentirem seguros", afirma.
Combata o medo
De acordo com a psicóloga Renata Plácido, deixar de ser um tímido instantâneamente é praticamente impossível. O primeiro passo é encarar pequenos desafios de exposição.
Se impor, sustentar opiniões, agir com autonomia e menos dependência e, principalmente, não deixar de fazer algo por medo. "Há tímidos expansivos aos montes. O fundamental é não perder oportunidades, sejam elas de trabalho, nas relações pessoais e no convívio com amigos. A ideia é tentar agir com mais confiança e sem cobranças injustificadas", finaliza.
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