Criador do protocolo Medicina de Estilo de Vida, é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paul...
iSe você frequentemente luta para adormecer ou acorda no meio da noite e não consegue volta a dormir, provavelmente sofre de insônia. Esta é uma condição potencialmente grave e que rouba do seu corpo o descanso que ele necessita para se refazer física, mental e emocionalmente. Uma forma típica de insônia ocorre quando você acorda durante a noite, percebe que está "ligado" enquanto deveria estar dormindo e, em seguida, fica ansioso porque prevê que o dia seguinte será longo. A ansiedade inunda o organismo com adrenalina e deixa o corpo pronto para ação, o oposto que você necessita para um sono reparador. Muitas pessoas não dão importância para episódios assim, mas a falta de sono pode causar problemas sérios.
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Em muitos casos, é difícil a pessoa perceber alterações em seu padrão de sono, porém, atualmente, a medicina conta com um valioso exame chamado polisonografia que é capaz de trazer informações detalhadas sobre como estamos dormindo.
O sono é dividido em quatro fases chamadas não-Rem e uma fase REM (sigla que vem do inglês e significa movimentos oculares rápidos). Essas fases ocorrem em ciclos que duram por volta de 90 minutos e que devem acontecer quatro a cinco vezes por noite. A ruptura dessa arquitetura do sono, por qualquer motivo, leva à privação do sono. É na fase REM que sonhamos e ocorre boa parte da renovação de bioquímica celular, porem, qualquer alteração no ciclo do sono pode trazer consequência para a nossa saúde.
O estresse é uma das principais causas de alteração do padrão do sono levando tanto à insônia aguda como a crônica. Ele pode ser causado por pressões no trabalho, obrigações familiares, problemas de saúde, depressão, ansiedade, entre outras coisas. Pesquisadores já mostraram que o estresse cria incoerência entre os ritmos do coração e, quando nosso coração fica fora de sincronia, os padrões normais de sono podem ser alterados. Além da adrenalina, o cortisol é outro hormônio liberado pelas glândulas suprarenais que, quando em excesso, mina o sistema imunológico, piora a sua memória e facilita o ganho de peso.
Pesquisas científicas divulgadas pelo International Stress Management Association (ISMA) revelam que aproximadamente 70% das idas ao médico são devidas a sintomas ligados ao estresse. Vivemos numa era de doenças de estilo de vida, que não só pioram a qualidade de vida como também encurtam a nossa existência. As principais são pressão alta, infarto, derrame, obesidade, diabetes e depressão que, segundo estudo publicado pela Organização Mundial de Saúde em 2005, poderiam ser evitados com pequenas mudanças nos hábitos de vida. Já se sabe que dormir pouco aumenta o nível de grelina (hormônio que causa fome) e diminui o de leptina (que inibe fome), portanto, o resultado é o acumulo de quilos extras.
Se você se identificar com o que foi dito até aqui, procure gerenciar seu nível de estresse experimentando técnicas como meditação, ioga, respiração, biofeedback, terapia cognitiva comportamental e praticar atividade física regularmente.
A respiração funciona como uma verdadeira ponte entre a mente e o corpo e é por isso que, através dela, podemos aprender facilmente a driblar sintomas de ansiedade a até dormir melhor.
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