Médica ginecologista especialista em Endoscopia Ginecológica titulada pela FEBRASGO, também professora de Yoga...
iPoucas pessoas sabem o que é histeroscopia e para que serve esse procedimento. Tampouco conhecem a importância desse exame que é peça chave quando o assunto é pólipo endometrial, miomas uterinos e câncer de endométrio, doenças que acometem muitas mulheres.
Os pólipos são lesões que podem ser precursoras do câncer de endométrio e acometem de 10 a 24% das mulheres, principalmente em torno dos 50 anos. Os miomas são responsáveis por provocar hemorragias e dificuldade para engravidar e acontecem em até 25% das mulheres em idade fértil.
Por dentro do assunto
A histeroscopia é um procedimento que permite a visualização do útero por dentro, a chamada cavidade endometrial, ou seja, a visualização da cavidade uterina através de endoscopia.
A histeroscopia diagnóstica é um exame realizado para observar a cavidade uterina, o canal cervical e a vagina. A grande vantagem é a possibilidade de ser realizada em ambulatório, sem o uso de anestesia e sem internação.
Outra conveniência é que, na maioria dos casos, ela pode ser feita sem a colocação de espéculo, "bico de pato", o que permite a realização do exame inclusive em mulheres virgens. Com a introdução do histeroscópio, que varia de 1,2 a 4 milímetros de diâmetro já é possível a visualização direta do interior desses órgãos.
Como é feita
A paciente deve estar em posição ginecológica e não pode estar menstruada - porque o sangramento atrapalha a visibilidade -, grávida ou com infecções genitais. Além disso, a maior parte das histeroscopias são realizadas em pacientes que já passaram da menopausa, uma vez que é nessa faixa etária que pólipos são mais comuns.
O procedimento consiste na introdução do histeroscópio pela vagina, que chega através do canal do colo uterino até a cavidade endometrial, levando luz ao seu interior, bem como soro fisiológico para distendê-la. Com uma câmera acoplada, que leva imagens até um monitor de TV, até mesmo a paciente poderá acompanhar o seu exame em tempo real. Em seguida ela poderá retornar às suas atividades cotidianas, sempre seguindo as orientações de sua médica.
A histeroscopia diagnóstica pode ser realizada sem anestesia, é rápida e, em muitos casos, como quando há pequenos pólipos, a retirada da lesão pode ser feita no mesmo ato, sem necessidade de internação. A maioria das pacientes queixa-se apenas de uma ligeira cólica durante o exame. A intensidade varia de acordo com o limiar de dor de cada mulher. Todos os exames são fotografados ou gravados.
Quando fazer
Quem solicita o exame é o ginecologista quando há suspeita de doenças dentro do útero. A histeroscopia pode ser realizada com dois objetivos. Um deles é completar a investigação de um problema, como um sangramento anormal depois da menopausa. O outro é para funcionar como uma cirurgia para, por exemplo, retirar um mioma que esteja dificultando um casal de engravidar ou causando hemorragias na mulher.
São muitas as situações que pedem esse exame. A principal é o sangramento anormal, mas a histeroscopia nunca é o primeiro exame a ser solicitado. Ela sempre deve ser feita depois da ultrassonografia pélvica.
Saiba mais: Histeroscopia (exame): o que é, para quem é indicado e como é feito
A histeroscopia é capaz de mostrar pólipos e miomas da camada interna do útero - o chamado endométrio - malformações uterinas que podem provocar abortos e até esterilidade. Em alguns casos, até mesmo o câncer de endométrio pode ser diagnosticado através da histeroscopia diagnóstica, seguida, é claro, por biópsia.
Também é possível realizar a retirada de DIUs (dispositivos intra-uterinos) que não tem mais fio visível e auxiliar no diagnóstico e acompanhamento de lesões do colo uterino causadas pelo HPV (Papiloma Vírus Humano).
Além dessas, outras situações são os casos de infertilidade, abortamentos de repetição, aderências, entre outras situações em que a histeroscopia auxilia na investigação e tratamento.
Novidades
A mais recente inovação no mundo da histeroscopia ambulatorial é a possibilidade de esterilização definitiva, uma opção à laqueadura. Os dispositivos são colocados dentro das tubas uterinas e obstruem-nas em definitivo. Como esse procedimento é ambulatorial e via vaginal, não requer internação nem cortes, como a laqueadura convencional, e a mulher pode voltar às suas atividades no mesmo dia ou no dia seguinte.
Saiba mais: Exames para saúde sexual feminina