Adriana Splendore é formada em Terapia Ortomolecular pela Universidade Anhembi Morumbi, especialista em Medicina Tradici...
iComo havia mencionado em meu último artigo, a síndrome do pânico é uma doença que vai paralisando a vida do paciente gradualmente. Em seus pensamentos recorrem apenas lembranças ruins e ela só consegue estabelecer vínculos com outras pessoas por meio do que há de mais negativo nelas.
Assim, é importante iniciar um processo de percepção dessas emoções. Os sintomas do pânico são intoleráveis enquanto não compreendidos. A conscientização de como são as suas reações, do funcionamento das crises e de como se dá a entrada dos pensamentos catastróficos na mente permitem a criação de uma atitude construtiva e de superação do medo.
O primeiro passo é entender como a própria pessoa pode influenciar seus estados internos. O exercício pode ser feito por meio de um diálogo interior em vários momentos do dia e seu objetivo é analisar os pensamentos mais recorrentes em sua cabeça e quantas vezes ele reaparece. O diálogo entre razão e emoção nos mostra quais mentalizações se encaixam no conceito de "corretas" e, desta forma, é possível neutralizar as mentalizações "incorretas". Isso se chama inteligência emocional.
O segundo passo é começar a validar ou invalidar esses pensamentos, estabelecendo limites da mesma maneira que fazemos com pessoas e situações. Num terceiro momento já é possível observar se as reações da pessoa são proporcionais ao fato ocorrido ou se ela está exagerando e criando verdadeiros dramalhões mexicanos.
É fundamental integrar o corpo com as sensações e sentimentos para poder identificar quais são os gatilhos que desencadeiam as crises e, assim, o portador poderá superar estados internos de desamparo e medo.
Também é importante investigar o histórico desse indivíduo, que pode ter assimilado um medo muito forte na infância ou convivido com pessoas medrosas. Tais características são capazes de permanecer em seu subconsciente por períodos indeterminados. Além disso, é comum pessoas com pânico terem tido influência de alguém na infância que, ao invés de acalmarem e acolherem, deixaram-nas mais assustada a cada pequeno incidente, como uma doença, um machucado ou uma dificuldade.
Esses medos inconscientes estão ligados ao sistema nervoso autônomo, ou seja, às reações que não controlamos e, com isso, sobrecarregamos nossas defesas. O funcionamento químico do cérebro é totalmente influenciado pelo que pensamos e sentimos.
Uma noite mal dormida, excesso de bebida, fumo e alimentação inadequada são apenas alguns problemas que podem impedir a fabricação de serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar e saciedade, desencadeando o pânico. Tal oscilação pode alterar até mesmo o funcionamento do coração, e, por isso, é comum a sensação de que a morte está muito próxima, de falta de ar e de confusão de pensamentos. Isso prova que, na verdade, a questão é muito mais abrangente, uma vez que o comportamento pode ocasionar indiretamente a falta oxigênio, a redução dos níveis de glicose e, assim, os neurônios não são suficientemente reabastecidos naquela região dos circuitos neurais.
É comum pessoas com depressão terem baixa circulação de serotonina, justamente a substância que combate o estresse e sua carência pode gerar as compulsões. O depressivo sempre exagera.
Outro ponto importante se dá em relação à carência de vitaminas e minerais do indivíduo. A vitamina C, por exemplo, é importantíssima para o cérebro, pois faz parte da formação dos neurotrasmissores. Por isso, a ausência dessa vitamina pode provocar ansiedade e depressão. O mineral cromo, por sua vez, é extremamente importante no processo de metabolismo da glicose.
Além disso, quando as células nervosas do cérebro passam a trabalhar demais em função do medo, as mitocôndrias acompanham o ritmo e começam a consumir mais cálcio, potássio e magnésio, que são minerais fundamentais para o bom funcionamento do organismo.
Antigamente, quando se falava em glicose só lembrávamos do portador do diabetes, mas hoje sabemos que a glicose é o principal alimento do cérebro. Portanto, se o metabolismo da glicose não for bem feito, poderemos observar problemas de ansiedade, depressão e outros distúrbios.
Temos também o mineral lítio, que é um regularizador do humor, bastante utilizado no tratamento da depressão e dos pensamentos obsessivos.
Todos os que estão passando por distúrbios de comportamento devem experimentar uma forma mais natural e eficiente de recuperar a saúde mental. O tratamento deve promover a integração entre corpo, mente e bioenergia, levando a um autoconhecimento que permitirá decodificar o inconsciente e buscar soluções para superação do medo.
A mente pode ser programada, pois a inteligência é um processo a ser desenvolvido. Assim, fazer uma visualização negativa vai atuar na estrutura psíquica do cérebro.
Trabalhar com imagens negativas é uma forma de magia mental negativa e a pessoa que mentaliza sempre será a mais afetada. Podemos fazer uma mudança do estado interior e transformar uma agitação mental num estado de calma.
Normalmente, as pessoas que sofrem com a síndrome do pânico são pessoas extremamente sensíveis e que precisam desenvolver essa sensibilidade. Isso pode ser feito por meio de visualizações e meditações, mas também pelo uso da intuição no dia a dia - não apenas a mística, mas também a de captação da realidade, que faz com que percebamos quando estamos com baixa de energia ou, ao contrário, quando estamos com nossa vitalidade no máximo. É preciso restabelecer o equilíbrio energético de todo o organismo.
O bem estar está também nas idéias e ações e não só no corpo. É preciso estar com a mente aberta, viver a vida no presente com plena confiança sem nunca duvidar de que o melhor pode acontecer conosco e com aqueles que amamos.
Sinta a vida, respire, relaxe, tenha prazer com aquilo que faz e procure cultivar bons hábitos.
Estamos em equilíbrio quando sabemos que as adversidades fazem parte da vida e, cientes disso, não nos iludimos tanto. Sabemos que as coisas boas e más fazem parte da vida, então, vamos buscar significados em tudo e buscar uma maneira sábia de fazer uma transformação interna.
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