Redatora especializada na cobertura de saúde, alimentação e fitness.
Em um período muito difícil de sua vida, com dois filhos pequenos para cuidar, Clara Lúcia, moradora de Franca, no interior de São Paulo, enfrentou a separação do marido. O momento a deixou tão vulnerável, que a depressão e a síndrome do pânico tomaram conta da sua rotina. Mas com a ajuda da família, a descoberta da internet e muita fé em si mesma, ela venceu todos os problemas e vive hoje de uma forma completamente diferente. Abaixo, confira a história completa:
"Demorou muito tempo para eu saber que estava com depressão e síndrome do pânico. Um dia fui ao mercado perto de casa e comecei a passar mal. Não conseguia voltar para casa, tinha a sensação de morte, coração palpitando e muita falta de ar. Fui ao pronto-socorro, onde o médico pediu para que eu ficasse em pé. Eu achava que não ia conseguir e que cairia, mas depois de muita insistência, me apoiei na mesa e levantei. Ele aferiu minha pressão, receitou um floral e me mandou de volta para casa, para deitar e não pensar em nada. Diagnóstico: Síndrome do pânico e depressão. Foi nesse dia que descobri.
Depois que me separei, um turbilhão de coisas pesou nas minhas costas e na minha mente. Meus dois filhos eram pequenos e eu tinha uma responsabilidade imensa dali para frente. Me senti sem chão. Não estava sozinha, mas me sentia sozinha. Com o diagnóstico, eu fiquei em choque. Achava que estava tudo normal vivendo enclausurada, mas foi aí que lembrei de como era minha vida antes e me assustei. Essa fase foi difícil, mas também foi o ponto inicial para eu sair dessa situação."
Saiba mais: Passiflora possui ação calmante e pode prevenir a depressão
Medo, angústia e dores
"Eu sentia uma forte angústia, dores no corpo, por ficar muito tempo deitada sem fazer nada, tinha raiva, ódio, instinto de vingança, estava inconformada com a vida. Tinha, ao mesmo tempo, uma responsabilidade imensa de educar meus filhos e não podia deixar que nada, nenhuma tristeza ou consequência da separação, afetasse eles.
Aos poucos fui saindo do buraco negro em que havia me metido. Meus filhos me ajudaram muito com a alegria deles, o carinho e a necessidade de uma mãe presente e sadia. Foi descobrindo a internet que percebi que havia um mundo fora da vida que eu levava. Fiz amigos, leituras interessantes, ouvi músicas que sempre amei, comecei a escrever um blog e, aos poucos, saí do buraco de vez. Mudei o foco e enxerguei a vida de uma outra maneira. Me perdoei, perdoei as pessoas e desejei o melhor a elas."
Volta por cima e a cura
"Comecei a ser grata pela vida, pelas pessoas, por tudo! Não havia mais lugar na minha mente para pensamentos ruins ou lembranças de um passado que eu já havia perdoado. Comecei a viver o hoje e o agora, e a esperar o amanhã com alegria. Passei a agradecer pelo dom da vida, da saúde, dos filhos, dos amigos.
Volta por cima e a cura
"Comecei a ser grata pela vida, pelas pessoas, por tudo! Não havia mais lugar na minha mente para pensamentos ruins ou lembranças de um passado que eu já havia perdoado. Comecei a viver o hoje e o agora, e a esperar o amanhã com alegria. Passei a agradecer pelo dom da vida, da saúde, dos filhos, dos amigos.
Saiba mais: Vitamina C pode ajudar no tratamento da depressão
Digo às pessoas: viva e viva bem. Aprenda a dizer não quando não quer algo ou quando algo lhe magoa. Ninguém vai gostar mais ou menos da gente quando dizemos não, se realmente não queremos algo. Faça o bem, tenha bom humor, ria de si e não se importe com o que falam de você. Todo mundo fala mesmo! Se pergunte: Qual diferença isso faz na minha vida?"
Hoje estou curada! Já tive recaídas, mas foram tão rápidas que nem me lembro por qual motivo. Depressão sempre pode voltar, mas só se eu permitir que ela se instale em mim. Ninguém nos dá felicidade embrulhada para presente. Ninguém consegue entrar em nossa mente e retirar os pensamentos ruins, ninguém tem o poder de tirar a dor da nossa alma e ninguém vai se importar tanto assim com você, como você imagina.
Nós é que temos o domínio de nós mesmos. Nós somos mais fortes que a depressão. Existe o remédio, existe o doutor, mas esses são incentivos. A cura sempre, sempre e sempre vai partir de dentro de você. A vida é muito curta para não ser vivida de forma plena, alegre e com gratidão. Você acordou hoje, respirou e tem saúde, quer dádiva maior que essa? Levante e encare tudo. Mude o que pode ser mudado e deixe como está o que não tem conserto. A vida se encarrega sempre! Ninguém no mundo é mais importante do que você mesmo, creia nisso. E isso não é egoísmo.
É fácil? Não, é muito difícil, mas também não é impossível. Tudo tem um começo..."