Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iUm estudo desenvolvido no Hospital de UCSF Benioff (Estados Unidos) afirma que bebês prematuros tratados com remédios que têm esteroides na composição sofrem um risco maior de desenvolverem problemas de crescimento do cerebelo - região do cérebro fundamental para o equilíbrio, aprendizagem motora, linguagem e comportamento.
É comum serem administradas pequenas doses de glucocorticoides, um tipo de hormônio esteroide, para ajudar no amadurecimento pulmonar e na normalização da pressão arterial dos bebês nascidos antes dos nove meses. Os pesquisadores avaliaram 172 bebês prematuros nascidos entre 2006 e 2009, dos quais 85% receberam betametasona antes de nascerem e 20% foram tratados com hidrocortisona ou dexametasona após o nascimento. Todos esses medicamentos possuem glucocorticoides.
Ao final da análise, os estudiosos notaram que os bebês cujas mães tomaram betametasona na gravidez não apresentaram alterações no crescimento. No entanto, os bebês tratados com pequenas doses de hidrocortisona ou dexametasona depois do nascimento tiveram, em média, um volume 10% menor de cerebelo.
Estudos prévios mostraram que crianças prematuras com um volume de cerebelo inferior têm alterações motoras e cognitivas na adolescência. Porém, os impactos em longo prazo sobre o desenvolvimento desses bebês com o cerebelo menor ainda serão avaliados quando as crianças já estiverem em idade escolar.
Os pesquisadores afirmam que, infelizmente, ainda não existem tratamentos alternativos à hidrocortisona ou à dexametasona para reverter a baixa pressão arterial e a dificuldade de respirar dos bebês prematuros.
Estresse também prejudica cérebro de bebê
Bebês prematuros que ficam em uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTI) são expostos a um estresse que pode resultar em cérebros menores e menos desenvolvidos, mostra um estudo feito por cientistas da Universidade de Washington, em St. Louis (EUA). Quanto maior for o estresse sentido, maiores são as consequências.
Foram acompanhados 44 bebês nascidos antes da trigésima semana de gestação. Os pesquisadores registraram os fatores causadores de estresse nos recém-nascidos usando uma lista de 36 procedimentos com que iam de troca de fraldas a aplicações de medicamentos por injeção.
Ao atingirem idade equivalente ao final de uma gravidez normal, de 36 a 44 semanas, os pequenos foram submetidos a exames de ressonância magnética e testes de comportamento. Os registros mais altos de estresse estavam associados à redução no tamanho do cérebro e ao desempenho ruim nos exames e testes.
Para os estudiosos, é importante que a medicina se concentre menos em apenas ministrar medicações para dor e passe a realizar procedimentos que foquem o pleno desenvolvimento do bebê prematuro, com maior atenção aos efeitos da rotina estressante dentro de incubadoras.
Dar à luz antes da hora, há tempos, não é mais uma situação desesperadora. Os avanços da medicina neonatal já garantem que o prematuro passe pelo período ganhando saúde, garantindo assim, a tranquilidade dos pais.
De acordo com o obstetra e coordenador do Curso de Orientação à Gestante do Hospital e Maternidade Neomater, Jorge Naufal, uma criança pode ser considerada prematura baseando-se em dois pontos: a idade cronológica e o peso que apresenta ao nascer. Se o bebê nasce antes da 37ª semana ou com menos de 2,5 kg é prematuro, informa. Os cuidados ainda no hospital são tomados para garantir que o bebê ganhe peso, mantenha a temperatura corporal, respire e degluta corretamente. Quando estiver desempenhando todas as tarefas sem problemas, o recém-nascido pode ir para casa. O tempo para isso acontecer, segundo Jorge, é bastante variável.
Em casa, porém, os cuidados devem continuar. A vigilância tem que ser constante nesse período em que o prematuro vai para casa, alerta Jorge. Ele aconselha que a mãe adote o sistema canguru. Segundo o especialista, o chamado sistema canguru é quando a mãe realiza suas atividades rotineiras com o bebê amarrado em seu colo. Além de aumentar o vínculo entre a mãe e a criança, a mãe consegue ficar atenta ao bebê o tempo todo, incentiva.
Os sinais que requerem atenção dos pais são a temperatura do corpo da criança e a alimentação. Quanto à temperatura, ela deve se manter entre os 35 e 36ºC. Os pais devem medir com termômetro e, caso notem a hipotermia, precisam recorrer ao pediatra ou voltar ao hospital, diz o especialista do Neomater. Ele explica que os prematuros saem do útero sem uma adaptação plena para viver no ambiente exterior e, por isso, enfrentam instabilidades na temperatura corporal.
Falando dos cuidados na hora de amamentar, Jorge alerta que os prematuros costumam regurgitar mais. Apesar de exigirem mais atenção, nada impede uma amamentação normal. É importante deixar o bebê com a cabeça bem levantada na hora de amamentar. Amamentá-lo em pequenas quantidades faz com que ele digira melhor o leite, dá as dicas. O obstetra aconselha ainda a sempre deixar o bebê deitado de barriga para cima. Isso evita morte súbita, esclarece.
A moleira dos bebês prematuros também precisa de cuidado redobrado. Os ossos de uma criança prematura são mais frágeis. O próprio tamanho do bebê indica isso. Ele precisa ser manuseado com cautela, sem movimentos bruscos, evitando assim, traumatismos ou estresse, ensina Jorge.
Segundo o médico, os cuidados redobrados com o prematuro duram, em média, 30 dias, variando conforme a evolução do bebê. Jorge ressalta, no entanto, que os pais precisam ficar atentos não somente no período em que a criança deixa o hospital. É preciso observar todo o desenvolvimento da criança prematura, já que ela passou por algumas deficiências. Repare na atividade motora, na visão e na audição, fala sobre o passar dos anos da vida da criança.
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