Graduada em medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes, é pediatra e neonatologista no Hospital e Maternidade São Lui...
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Manter as dobrinhas da pele do bebê protegidas contra alergias e assaduras é um dos maiores desafios das mães. Como as defesas da criança são menores, afinal ela pouco foi exposta ao sol ou a substâncias nocivas, a escolha de um creme errado ou até de um sabonete mais abrasivo pode ter efeitos graves. "Se a família tiver histórico de alergias o cuidado deve ser redobrado", afirma a pediatra Camila Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz.
Os cuidados com a pele do bebê incluem os produtos usados para higiene das roupas, cuidados após o banho ou a troca de fraldas e até a temperatura da água na hora do banho. Veja as dicas dos especialistas.
Use sabonete neutro
Sabonetes neutros, sem perfume e com baixas quantidades de álcool e detergentes protegem a oleosidade natural da pele do bebê. "Quanto mais espuma o sabonete fizer, mais detergente tem e pior é para o bebê", afirma a pediatra. Barras de glicerina são mais recomendadas, porque têm menos compostos químicos.
"Certifique-se de que o sabonete seja feito de glicerina, e não sabonete comum com glicerina", alerta a pediatra Sylvio Monteiro, da MBA Pediatria. Caso o tempo esteja muito quente e o bebê tome vários banhos, use sabonete em apenas um deles - os outros são para refrescar, já que a higiene já foi realizada.
Óleo de amêndoas para peles secas
Segundo o pediatra Sylvio Monteiro, o sabonete de glicerina já contém óleos neutros que protegem a pele do bebê, dispensando o uso dos óleos. Mas se o bebê tem a pele seca, chegando a rachar, o óleo de amêndoas após o banho resolve o problema.
"Esse óleo é natural e não causa danos à pele do bebê, ao contrário de outros cremes ou hidratantes, que podem causar alergias", explica a pediatra Camila Reibscheid.
Atenção à temperatura da água
Quando for dar banho no bebê, verifique a temperatura da água e cuide para que ela esteja em torno de 37 graus. "Água muito quente pode queimar a pele do bebê, já a fria o deixará desconfortável", conta a pediatra Camila Reibscheid.
Além disso, o pediatra Sylvio Monteiro explica que temperaturas maiores ou menores que esta ativam a desidratação da pele. Quanto à duração do banho, enquanto a criança estiver à vontade, pode aproveitar o momento.
Secando o bebê
A escolha da toalha e modo como você seca o bebê também podem contribuir para irritações na pele. Dê preferência a toalhas bem macias, com o tecido parecido com aqueles usados em fraldas de pano. Evite também friccionar demais a toalha na pele do bebê, para não machucá-la. Faça movimento bem suaves, para retirar a umidade com o toque da toalha na pele, e não com o atrito.
Use roupas fresquinhas
É muito comum o bebê ficar com pequenas bolinhas no corpo, principalmente em dias quentes. São as famosas brotoejas, efeito de uma irritação na pele. Contra elas, o ideal é colocar roupas mais fresquinhas na criança e evitar lugares abafados, para que o bebê não transpire em excesso - o suor provoca a formação das bolinhas alérgicas.
Nesses casos a pediatra Camila Reibscheid recomenda também o uso de talco líquido, que tem o mesmo efeito do talco em pó: deixar a pele do bebê mais seca. "O talco líquido apresenta duas vantagens sobre o pó, não é tão perfumado e não corre o risco de entrar pelo nariz ou pela boca do bebê, causando alergias", afirma a especialista.
Nada de amaciantes ou sabão em pó
Ao lavar as roupas do bebê, o ideal é evitar o uso de qualquer amaciante, sabão em pó e outros produtos com muito perfume. "A roupa, o lençol e as mantas entram em contato direto com a pele do bebê podem provocar irritações se forem lavadas com produtos inadequados", afirma a pediatra Camila Reibscheid.
Por isso todas as roupinhas, toalhas e cobertores do bebê devem ser lavados com sabão de coco em pedra, e não em pó. "O sabão de coco é o mais neutro e, na versão em pedra, tem menos chance de deixar resíduos após a lavagem".
Evite perfumes ou cremes cheirosos
Os especialistas pedem que os adultos que permanecem em contato constante com o bebê evitem perfumes ou cremes hidratantes muito cheirosos, que podem irritar a pele do bebê.
Protetores solares
Segundo o pediatra Sylvio Monteiro, os protetores solares para bebês devem ser neutros e sem PABA (substância que pode provocar alergias). Para descobrir a composição, verifique o rótulo e prefira as marcas mais conhecidas, com uma linha especialmente desenvolvida para a pele da criança. "Vale lembrar, no entanto, que bebês com menos de seis meses não devem usar filtro solar. Até porque, eles pegam no máximo quinze minutos de sol por dia, antes da 10h", afirma a pediatra Camila Reibscheid.
A especialista conta que existe um tipo de protetor solar chamado de "físico", que funciona como uma espécie de pasta d'água. "Ele é à base de titânio e não será absorvido pela pele do bebê, formando uma barreira e refletindo o sol como se fosse uma cortina", explica Camila, que recomenda esse tipo de protetor para crianças acima de seis meses.
Vale dizer que, mesmo após os seis meses, o bebê jamais deverá ficar muito tempo exposto ao sol, com ou sem protetor solar. E, no breve intervalo que isso acontecer, o uso de chapéu ou proteção equivalente é fundamental. "Excesso de sol pode expor seu bebê a queimaduras, insolação e desidratação", conta Sylvio.