Referência em Pediatria no Brasil por seu enorme conhecimento, o Dr. Jorge Huberman é pós-graduado em Neonatologia pelo...
iAna Paula de Araujo foi redatora do site Minha Vida no período de abril de 2011 até fevereiro de 2012. Jornalista formada pela Pontifícia Universidade
iViajar com criança dá trabalho dobrado. Desde os cuidados especiais com a bagagem até o trajeto, com mais pausas e necessidade de distrações, a preocupação é grande. Os cuidados aumentam ainda mais quando o jeito é pegar a estrada com os pequenos — e o carro precisa se transformar numa central segura de entretenimento durante o passeio.
"As crianças podem ficar agitadas, com fome ou querendo ir ao banheiro. Ou simplesmente começarem a resmungar por causa do tédio de tanto tempo sentadas", afirma a psicóloga Solange Martins Ferreira, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.
Nem sempre os pais sabem como agir nessas situações. Mas tem como transformar tudo isso em diversão, com algum planejamento e regras claras. Veja as dicas dos especialistas a seguir:
Fazendo as malas
O que levar durante a viagem? Organizar a bagagem pode ser um momento divertido entre pais e filhos, além de dar noções de importância à criança — afinal, nem todos os brinquedos cabem no porta-malas.
"Os pais devem deixar a criança livre para separar o que quiser. Na sequência, devem ajudá-la a escolher, limitando a quantidade de brinquedos ou adaptando as roupas de acordo com a estação climática", afirma Solange.
E claro, é obrigação dos adultos completarem a bagagem com o que faltar (produtos de higiene e primeiros-socorros, principalmente).
Fique atento à segurança
O carro deve estar em condições impecáveis para evitar imprevistos durante a viagem, e isso é verificado por meio de uma revisão. Depois, os pais devem estar atentos à questão da cadeirinha e do cinto de segurança.
"As cadeirinhas são adaptadas para cada idade e peso, há instruções no manual de cada fabricante. Para bebês até um ano de idade, a cadeirinha de costas para o motorista. Depois de um ano, ela pode ficar na posição regular", afirma o pediatra Jorge Huberman, do Hospital Albert Einstein.
Aos sete anos de idade, seu filho já pode viajar no banco do carro, mas os cuidados continuam. "Nesta fase, é necessário uma espécie de assento, que eleva a criança, para que o cinto de segurança não a sufoque", afirma.
"Para evitar acidentes, o motorista deve estar bem descansado e evitar discussões antes e durante a viagem, lembra Solange.
Nada de comer no carro
Seu pequeno pode até reclamar de fome, mas evite deixar que ele coma dentro do carro - e não só para evitar enjoos durante o trajeto. "Com o movimento, a criança pode engasgar e o adulto não perceber. Também pode surgir a necessidade de frear bruscamente, machucando a boca ou a gengiva do seu filho com o impacto", afirma a psicóloga clínica do Hospital Santa Catarina.
Se a criança quiser partilhar a guloseima com o adulto da frente, o motorista pode ter a atenção prejudicada. O recomendado, portanto, é fazer uma refeição leve antes de sair e realizar pequenas pausas durante a viagem, para comer e se hidratar, além de ir ao banheiro (no caso de crianças que já tiraram as fraldas).
Aproveite a noite
Viajar enquanto a criança dorme é um conforto a mais, tanto para ela quanto para os adultos. O calor incomoda menos à noite, o trânsito tende a ser mais leve. Só é preciso ter certeza de que o motorista está bem descansado, evitando acidentes no trajeto.
Pare de vez em quando
Se a viagem for muito longa, tudo bem fazer uma parada estratégica. A dupla de especialistas indica que isso aconteça a cada duas horas e meia ou três horas, para que a criança vá ao banheiro, faça uma refeição leve ou, simplesmente, estique as pernas.
"Essa parada também é importante para que o motorista recupere o nível de atenção e reflexo", conta Solange.
Tranquilize a criança antes da viagem
Antes de colocar o pé na estrada, nada de dar palavras de ordem, como "vá logo ao banheiro porque iremos viajar", ou "vamos viajar, comporte-se!".
Isso só serve para deixar a criança mais agitada. O ideal é deixar um clima divertido no ar, comentando aspectos da paisagem ou atrações que podem aparecer na estrada. "Quando a criança se agita, ela reclama e dá mais trabalho, atrapalhando os planos da viagem", afirma Jorge Huberman.
Pare de pegar no pé
Pais superpreocupados podem até perguntar a todo instante se os pequenos, no banco de trás, estão bem. Mas esse não é um comportamento recomendado.
"Deixe que a criança se distraia sozinha. Dar um livro, um brinquedo ou até mesmo ligar aqueles DVDs portáteis são atitudes que ajudam a criança a se manter distraída e calma", lista Huberman.
Evite chamar amiguinhos
A não ser que a criança peça muito, não insista em levar amiguinhos de seus filhos junto. "Levar filhos dos outros pode dar trabalho redobrado. Sem nos esquecermos da autorização legal do juiz, necessária para carregar outra criança", aconselha Solange.
"Além disso, o amiguinho de seu filho pode sentir falta dos pais, ficar chorando e estragar sua viagem. Leve apenas se for um grande amigo de seu filho, acostumado a visitar vocês e que já tenha dormido longe dos pais sem dar trabalho", afirma Huberman.
Celular em dia
Manter o telefone móvel em dia é questão de sobrevivência em qualquer viagem, ainda mais quando seu filho vai junto. É nele que ficará guardado o telefone do pediatra e de algum parente próximo, em casos de emergência.
Ele também servirá para entrar em contato, seja com pessoas próximas ou na aquisição de serviços. "Cheque se o celular está carregado e não se esqueça do carregador. Mas, se na região não houver cobertura de sinal, deixe contato do telefone fixo (hotel, casa) com algum familiar ou amigo", afirma Solange.