Mario Rossetti cursou os três primeiros anos de Medicina na Faculdade de medicina de Campos, no Rio de Janeiro, após fo...
iPode-se dizer que não existe asma sem alergia e sem desconforto intenso das emoções. Para a alergia, infelizmente, a medicina até hoje ainda não tem cura. Os tratamentos com antialérgicos são eficientes apenas durante o período em que são ministrados. No entanto, se por alguma razão, o tratamento é interrompido, os sintomas alérgicos voltam a se manifestar com a mesma intensidade anterior.
A medicina não está muito longe de curar a alergia. Isto ocorrerá, talvez, daqui uns 40 anos, tempo considerado para se mexer no DNA, onde se instala ocódigo genético. Com o desenvolvimento das pesquisas no campo da genética espera-se, nesse espaço de tempo, poder modificá-lo e dele retirar os genes produtores da alergia, herdados pelo individuo portador deste mal. A saída, nos dias de hoje, encontra-se, portanto na esfera emocional. Para entendê-la, ficará mais fácil se compreendermos o funcionamento da mente.
Sabemos que o homem tem as mesmas características instintivas do animal. Este mesmo instinto é constituído de dois movimentos que acontecem quase que ao mesmo tempo. Um é um desconforto que surge, como por exemplo, a fome. Ela é produzida no estômago, através da secreção de enzimas e de ácido clorídrico. Isto nos leva ao outro movimento do instinto, que é uma busca inconsciente para se aliviar do incômodo anteriormente descrito e se traduz pelo desejo de se colocar algo na boca e engolir para satisfazer esta necessidade instintiva que vai aumentando com a demora. A mente não possui uma capacidade ilimitada de suportar mal-estar. Quando o mesmo atinge um determinado grau e não é resolvido, ela, através de um mecanismo que denominamos somatização, transfere-o para algum órgão do nosso corpo, onde este conflito passa a atuar, sem que o indivíduo no qual isto se verifica, tenha consciência de sua presença. Assim, somando-se a alergia ao sofrimento emocional teremos como conseqüência a asma.
Como podemos mexer na esfera emocional de modo a atenuar ou mesmo resolver este componente da asma?
Existem, dentre muitas, três formas mais eficazes:
a prescrição de medicamentos denominados ansiolíticos que minimizam este efeito.
a indicação de exercícios físicos regulares que aumentam a capacidade da mente de suportar conflitos através da secreção de uma substância
denominada endorfina.
a indicação de psicoterapia, na qual o paciente através da interação com seu terapeuta irá se conscientizar de seus conflitos transferidos para o organismo, e por meio deste processo, terá maior facilidade de suportá-lo em nível mental, sem precisar novamente transferi-lo para o corpo.
Na infância, quando geralmente se manifestam os primeiros sintomas da asma, já se pode perceber que o conflito emocional envolvido é a carência afetiva natural da criança não correspondida pela mãe, que por alguma dificuldade e às vezes da própria criança, tem como resultado uma situação desconfortável não resolvida. A conscientização desta situação pela mãe, através da ação do médico neste sentido, é, portanto, a melhor solução possível para esta patologia. A ação de atenuação da carência afetiva da criança nesta fase é a de maior eficácia para se evitar as complicações nas fases subseqüentes.
Dr. Mario Rossetti é pneumologista e diretor clinico do CEMES Centro Médico Socorro
Para saber mais, acesse: www.cemescentromedico.com.br
Você tem asma? Como ameniza os efeitos da doença?