Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iUm estudo desenvolvido pelo Departamento de Pesquisa e Avaliação da Kaiser Permanente, uma organização americana sem fins lucrativos, descobriu que a falta de oxigenação (hipóxia cerebral) no cérebro de um bebê que está no útero materno pode aumentar o risco de essa criança desenvolver transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na infância. Os resultados foram publicados dia 10 de dezembro na revista Pediatrics.
A pesquisa analisou os dados de 82.000 crianças, todas com cinco anos da idade. Os resultados revelaram que a privação de oxigênio no cérebro de um feto aumenta em 16% o risco de TDAH na infância, em média. Se o problema acontece devido a um quadro de pré-eclâmpsia, as chances aumentam para 34%. Se a falta de oxigênio ocorre por causa de uma lesão pulmonar que impede os alvéolos do bebê de permanecerem abertos (síndrome da angústia respiratória), essa chance pode ser 47% maior.
O trabalho também mostrou que a associação entre hipóxia cerebral e TDAH foi mais forte em partos prematuros. De acordo com os autores, as descobertas podem ter implicações clínicas importantes, como ajudar os médicos a identificar recém-nascidos com maior risco de apresentar TDAH e beneficiá-los com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado.
Conheça os principais sinais de TDAH
Caso a mãe ou o bebê tenha sofrido alguma complicação durante a gravidez que tenha impedido a oxigenação adequada e haja a suspeita de TDAH, é preciso ficar de olho nos sintomas. A psicoterapeuta cognitivo comportamental Evelyn Vinocur, especialista em crianças e adolescentes, de São Paulo, mostra quais são os sintomas mais comuns do transtorno nessa faixa etária, além da dificuldade de concentração e falta de atenção:
Baixa autoestima
É comum adolescentes e adultos com TDAH terem uma impressão muito ruim sobre si mesmos. Eles têm a sensação de que não desenvolveram todo o seu potencial. Notam que são diferentes, que não conseguem acompanhar o grupo na escola pela desatenção, inquietude, irritabilidade e impulsividade, sendo geralmente vítimas de retaliação ou apelidos.
Sonolência diurna
Mesmo após uma boa noite de sono, a sonolência pode aparecer. A família fica surpresa como pessoas tão agitadas conseguem dormir como pedra, até no banco de trás do carro, por exemplo. Eles também sentem dificuldade em levantar de manhã e se ativar para começar o dia.
Pavio curto
Dificilmente você verá alguém com TDAH mantendo a calma ou engolindo sapos por aí. Isso porque essa capacidade fica diminuída pela impulsividade e irritabilidade que o TDAH acarreta. Variações frequentes de humor também são identificadas em pessoas com o transtorno.
Necessidade de ler mais de uma vez para fixar o que leu
Fazer uma leitura automática, ou seja, sem entender a ideia global ou sem memorizar os temas importantes, apesar de compreenderem as palavras, é um sinal importante do transtorno.
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Intolerância a situações monótonas ou repetitivas
Pessoas com TDAH mudam de interesse o tempo todo. No início, as coisas são muito empolgantes e interessantes, mas logo se tornam chatas. Por conta disso, eles estão constantemente buscando coisas estimulantes e diferentes ao mesmo tempo em que ficam adiando compromissos ou promessas anteriores.