Remédios para depressão podem causar ganho de peso?
Evelyn Vinocur é doutora em Pediatria, graduada em 1978 pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista em Pedi...
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Sim, alguns antidepressivos (AD) podem causar ganho de peso, mas nem todos.A depressão é hoje sabidamente uma doença grave, crônica, de cunho inflamatório e sistêmico, ou seja, a depressão tem o potencial de acometer vários órgãos em nosso organismo.Se por um lado a Depressão limita, “dói" e tanto faz sofrer quem dela sofre, por outro lado muitas pacientes já chegam aos consultórios bastante angustiadas porque leram ou ouviram dizer que os antidepressivos engordam. As estatísticas mostram que quase 50% das mulheres no Brasil alimentam essa crença do ganho de peso, muito embora elas cheguem ao psiquiatra por não suportarem os sintomas e prejuízos causados pela depressão. Ainda assim, muitas confessam que interromperão o tratamento caso venham a engordar. Na realidade, são dois os grandes fantasmas femininos do uso de antidepressivos, o de ganhar peso e o de perder a libido. Somados, esses dois temores atingem mais de 90% das mulheres, conforme apontam vários estudos da literatura. O PROBLEMA É SÉRIO:Como se sabe, a Depressão é uma doença crônica, e como tal, apresenta alto potencial de recidivas na vida, o que implica dizer que boa parte das mulheres que precisam usar antidepressivo uma vez na vida talvez tenham que usá-los por longos períodos de tempo ou até mesmo pelo resto da vida. Todavia, não podemos esquecer que a Depressão (não tratada ou parcialmente tratada) muito frequentemente cursa com vários prejuízos como a própria obesidade e quadros metabólicos. E ainda, que o antidepressivo não é usado somente para o tratamento da depressão mas também para uma série de outras condições, como transtornos de ansiedade, TPM, dor crônica (fibromialgia, cefaléia, etc.), compulsões (pex. compulsão alimentar), problemas de sono entre outros.COMO EQUILIBRAR ESSA EQUAÇÃO ONDE 70% DOS USUÁRIOS DE ANTIDEPRESSIVOS SÃO MULHERES?É importante que aspectos fisiopatológicos da depressão sejam esclarecidos às pacientes, como: - o fato de existirem fatores intrínsecos da depressão associados a alterações no apetite. - os próprios transtornos psiquiátricos não raro levam ao aumento de peso, independentemente do uso de qualquer medicamento, em uma relação de 2 a 5 vezes mais do que na população em geral.- o antidepressivo pode levar ao aumento de peso na fase de manutenção.GRUPOS DE ANTIDEPRESSIVOS (AD):-Tricíclicos (ADT) = clomipramina/anafranil; imipramina/tofranil; amitriptilina/amitryl; -Serotoninérgicos (ISRS) = fluoxetina/prozac; sertralina/zoloft, tolrest; citalopram/denyl, maxapram; escitaloram/espran,lexapro; fluvoxamina/luvox que age em receptores sigma; paroxetina/pondera;-De nova geração (ANG) = bupropiona/bup, zetron; mirtazapina/remeron, menelat; venlafaxina/venlift OD; desvenlafaxina/pristiq; duloxetina/cymbalta, dual;-AD multimodal (ADM) = vortioxetina/brintellix, com ação diferenciada em 6 subtipos de receptores de SE além de ação modulatória indireta em vários NT (SE, NA, DA, H, GABA, ACH) e não promove ganho ponderal e nem redução da libido.O AUMENTO DE PESO PODE OCORRER PELA AÇÃO DIRETA DOS AD:-na redução do neurotransmissor (NT) dopamina no hipotálamo, levando a um aumento do apetite;-na diminuição do estímulo no receptor da Serotonina (SE) 5HT2C;-na diminuição do estímulo no receptor histaminérgico H1 (que leva a uma insensibilidade da leptina, proteína secretada pelos adipócitos e que age no SNC causando menor ingesta alimentar e aumento do metabolismo energético, alterando o eixo hipotálamo-hipofisário e regulando mecanismos neuroendócrinos) que causa aumento do apetite e peso;-na diminuição da estimulação do mensageiro Acetilcolina (NT);-o ganho de peso pode ocorrer em função da própria melhora do quadro depressivo;- o uso de outras drogas como anticoncepcionais, ansiolíticos, corticóides, anti-histamínicos, antipsicóticos atípicos, anti-hipertensivos beta bloqueadores, alguns remédios anti diabetes (sulfoniluréias e insulina), estabilizadores humor como lítio, etc.EM RELAÇÃO A ALGUNS AD:-Até uns anos atrás se achava que a fluoxetina e a sertralina tivessem um papel antiobesidade, fato que já caiu por terra. Havia uma pequena perda de peso nos 2-3 primeiros meses de tratamento e depois em geral havia um ganho de peso. -Dentro de uma mesma classse de AD existem diferenças entre as drogas: Entre os ISRS, a paroxetina aumenta muito mais o peso (7%) do que a sertralina e fluoxetina; Dos ANG, a bupropiona, venlafaxina e desvenlafaxina são neutros, ao contrário da mirtazapina que costuma aumentar o peso em até 7%.-A fluvoxamina (ISRS) não aumenta o peso-A vortioxetina (múltiplos receptores) também não gera aumento de peso.Ou seja, o AD não é o único "vilão" do ganho ponderal, outras causas continuam sendo pesquisadas, o que é importante, uma vez que muitas mulheres abandonam o tratamento com AD por acreditarem que ele seja o promotor do aumento do peso, questão prioritária para boa parte das mulheres. Também, falta mais esclarecimento e orientação sobre todos os inúmeros aspectos envolvidos no ganho ponderal, inclusive quanto aos CUIDADOS NUTRICIONAIS E ATIVIDADES FÍSICAS, que sempre devem constar do tratamento com antidepressivo.Fonte: Stahl, J. Rennó.
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