Lexapro pode ser usado em pacientes com depressão e com tumor no fígado? Respostas dos nossos especialistas

O tratamento do tumor de fígado não é feito com antidepressivos. O tratamento é cirúrgico, e posteriormente, com radioterapia e quimioterapia. Os antidepressivos raramente interferem no tratamento contra o câncer de fígado.
Entretanto, quando o paciente com tumor de fígado está deprimido, ele pode usar o escitalopram para tratar a depressão. Porque nesses casos, sem tratamento, a depressão pode até gerar uma série de alterações hormonais e proteínas, o que poderia mexer na imunidade e nas defesas do organismo do paciente, piorando o prognóstico do câncer.
O tratamento desses pacientes envolve também uma avaliação psicológica. É recomendado tratamento com sessões semanais de terapia. Ao longo das mesmas, o paciente começa a entender que as coisas vão mudar e que ele não é o câncer, mas que a doença é somente um processo. É importante que o paciente entenda que ele continua desempenhando seus outros papeis na vida seja como pai, mãe, filho ou profissional e que a vida dele não gira somente em torno da doença.
O metabolismo do escitalopram é realizado no fígado. Nos caso em que a função hepática estiver reduzida, ele será eliminado mais lentamente. Nesses pacientes com alteração da função hepática leve e moderada, a meia-vida do escitalopram foi aproximadamente duas vezes mais longa e as concentrações em equilíbrio foram em média 60% maiores quando comparados a pacientes com função hepática normal. Deste modo, a dose do escitalopram deverá ser reduzida para ½ ou a 1/3. Ou seja, recomenda-se uma dose inicial de 5 mg/dia durante as duas primeiras semanas do tratamento e dependendo da resposta individual de cada paciente e dos resultados laboratoriais das funções hepáticas, aumentar para 10 mg/dia.