Quem toma Citaloplan para distimia precisa tomar para o resto da vida? Respostas dos nossos especialistas

Sim, quando o indivíduo responde bem ao antidepressivo, no caso o citalopram - mas poderia ser qualquer outro - o tratamento deve ser mantido, como será explicado abaixo. A Distimia é um transtorno mental que se caracteriza por ser uma depressão leve e crônica por mais de dois anos consecutivos e que se manifesta por meio de uma rabugice “eterna”. Quem se lembra dos estados de espírito do Lippy, o leão (que simbolizava a mania e o poder) e o da hiena Hardy Har Har, (simbolizando a distimia), chatinha, resmunguenta e lamuriosa, com aquela nuvenzinha negra sobre a cabeça, que viva dizendo "Oh dia, oh céu, oh vida, oh azar"... O desenho da Hanna Barbera contava a história das aventuras de um leão "armador" que vive tentando "se dar bem" e de seu amigo, uma hiena (uma "hiena" mesmo!), que ao contrário das outras de sua espécie, quase ou nunca ria. Hardy, a hiena era altamente pessimista, marcada nitidamente pelas frases: - Oh dia! Oh azar, Lippy, isso não vai dar certo... Cada vez mais, a psiquiatria pensa no tratamento das doenças psiquiátricas em geral (distimia, pânico, depressão e transtorno obsessivo-compulsivo etc.) como o clínico pensa no tratamento do diabetes, hipotireoidismo e da hipertensão, ou seja, num tratamento para a vida toda. É claro que depois de um ano, um ano e meio, tentamos reduzir a medicação para ver se a pessoa se mantém bem, mas o que vemos é que o índice de recaída é altíssimo. Via de regra, a grande parte dos pacientes tem recaída e isso não se pode permitir que se repita uma, duas, três vezes. Atualmente, os trabalhos mostram a distimia e a depressão como doenças neurodegenerativas crônicas que comprometem a capacidade intelectiva do indivíduo, o que justifica a manutenção ininterrupta do tratamento.