O que fazer quando se é ansioso, não se consegue dormir direto e até tem palpitações, mas não consegue se adaptar ao uso de calmantes? Respostas dos nossos especialistas

Pelo seu relato, a sua ansiedade é patológica, ou seja, não só está lhe causando sofrimento, como reduzindo a sua qualidade de vida, cursando com insônia, palpitação e preocupação em excesso. De antemão, o tratamento para os transtornos de ansiedade são feitos com antidepressivos e não com calmantes. Estes podem se associados ao início do tratamento com antidepressivo por umas 2 – 3 semanas, apenas, pois o uso prolongado dos calmantes (faixa preta) leva à dependência e tolerância e não combatem a causa da ansiedade, sendo apenas remédios para tirar sintomas e cujo uso prolongado reduz cada vez mais a sua eficácia. Ressaltando que os antidepressivos começam a atuar após cerca de 20 dias de uso e com toda doença crônica, o tratamento deve ser por tempo prolongado. O seu médico vai lhe explicar tudo isso. Por isso, eu recomendo que você procure um psiquiatra de sua confiança. Ele vai anotar toda a sua história atual e pregressa, ou seja, te fazer várias perguntas desde a sua infância, se você já era ansioso desde pequeno, se tem outros familiares ansiosos na família, se você passou por alguma experiência traumática, como está a sua vida no momento, quais as suas preocupações atuais, se você já fez algum tratamento anteriormente, etc. etc. A ansiedade como grande parte dos transtornos mentais cursa com a presença de comorbidades, ou seja, outros problemas emocionais, ao mesmo tempo, e tudo isso será avaliado pelo seu psiquiatra. Assim, as principais causas que podem levar a ansiedade devem ser pesquisadas, uma vez que ela pode ter causas orgânicas, como algumas doenças (hipertireoidismo, por exemplo) ou uso de medicamentos (remédios para asma, por exemplo) entre outras. Exames de rotina como exames de sangue, urina e avaliação cardiológica devem ser solicitados. Não menos importante, como eu disse anteriormente, ver se você está passando por um período de vida estressante, como por exemplo, outras doenças, doença em alguém da família, perda de um ente querido, desemprego, dívidas, problemas conjugais etc. Diante de todo o seu histórico de vida, o profissional junto com você, irão decidir os primeiros passos do tratamento para a sua ansiedade. É importante que o tratamento com medicação seja complementado com alguma terapia, especialmente a terapia cognitiva comportamental, além de exercícios físicos, dança, yoga, música, entre outros.