Usar celular durante a noite causa insônia?
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde também realizou mestrado em Psiquiatria. Doutor e...
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Sim, se você usar celular, ao invés de dormir.
Evelyn Vinocur é doutora em Pediatria, graduada em 1978 pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista em Pedi...
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Cada vez mais as pesquisas científicas se debruçam sobre o assunto. E de fato, segundo elas, tudo indica que sim, que o uso prolongado de celular à noite tem forte relação com o aparecimento da insônia.
Entretanto, a neurociência ainda não chegou a um real e definitivo veredicto sobre os eventuais prejuízos do uso do aparelho celular à saúde.
Como sabemos, todos os celulares emitem certa quantidade de radiação. Por isso, como já citado, muitos estudos científicos estão em andamento em vários países do mundo para entenderem em detalhes, como essas tais radiações afetariam o nosso cérebro, ou seja, qual seria o impacto da ‘luz’ sobre o nosso sono e ritmos circadianos, além de outras mudanças no comportamento das pessoas.
Um artigo publicado na revista Nature cita que a luz emitida por celulares, tablets, e dispositivos afins, é especialmente prejudicial à indução natural do sono, associada aos chamados ciclos circadianos.
Outro ponto de estudo é a glicose, único combustível usado pelo cérebro para manter suas atividades vitais. Assim, medir a quantidade da substância consumida pelo cérebro em um período de tempo, é uma maneira eficaz de se determinar o grau de atividade cerebral. Um recente estudo conduzido pelo Instituto Nacional da Saúde dos Estados Unidos foi publicado no 'The Journal of the American Medical Association' (Jama), evidenciou que as ondas eletromagnéticas emitidas pelo aparelho aumentavam o consumo de glicose no cérebro, indicando haver interligação entre mudança de atividade cerebral com o uso prolongado de celulares, acima de 50 minutos. A pesquisa foi realizada através de estudos de neuroimagem (PET Scan) e mostrou que a imagem da área cerebral perto da antena do celular sofreu um aumento de 7% no consumo de glicose, e também deixou claro a importância de serem realizados estudos mais longos e detalhados sobre o tema.
Um alerta aos pais, já que muitas pesquisas mostram haver relação entre uso de celular e maior prevalência de problemas de sono entre jovens e universitários.
Segundo artigo científico de 2016, divulgado no periódico 'Psychology of Popular Media Culture', jovens que têm problemas relacionados ao sono deveriam deixar seus celulares de lado antes de dormir. Segundo o artigo, pessoas que trocam muitas mensagens pelo celular durante a noite são mais propensas à terem insônia, dormirem pouco e sentirem mais cansaço ao longo do dia, especialmente se o indivíduo estiver sob tensão ou estresse – nesse caso, usar o celular antes de dormir pode afetar também a saúde emocional. Os indivíduos que usaram o celular antes de ir para a cama com maior frequência revelaram-se mais propensos a terem problemas relacionados ao sono. No intuito de ter mais tempo para trocar mensagens, a pessoa acaba indo dormir cada vez mais tarde e pode até acordar no meio da noite só para responder uma mensagem que recebeu de madrugada.
Outro fator complicador dos tablets, smartphones, laptops e outros gadgets luminosos é que a luz do tipo LED usada para iluminar suas telas é rica em radiação azul (de menor comprimento de onda), que interfere muito mais nos ciclos circadianos do que a radiação vermelha ou laranja (de maior comprimento de onda), que prevalece nas lâmpadas incandescentes e na luz natural do entardecer - que inicia a liberação de melatonina. Estudos também mostram que usar o celular à noite faz o cérebro entender que ainda é dia, o que interfere na produção da melatonina, um dos hormônios responsáveis pela regulação do sono.
Afinal, o "relógio biológico" do nosso organismo é naturalmente controlado pela exposição à luz. Quando a única fonte de luz era o Sol, esse controle era simples: ou era dia ou era noite. Desde que a luz elétrica foi inventada, porém, criou-se uma área nebulosa - cada vez maior entre esses dois períodos, e que desregula toda a fisiologia do organismo associada aos estados de alerta e sono. Assim, a exposição à luminosidade no período da noite interfere na liberação de melatonina, que é o hormônio que faz a gente ter vontade de dormir. Temos sensores na retina dos olhos que, quando expostos à luz, bloqueiam a liberação do hormônio.
E ainda assim, cada vez mais, as pessoas, inclusive crianças e adolescentes, continuam checando seus e-mails, fazendo lição de casa e ou vendo TV até tarde sem sequer se darem conta de que já estão no meio da noite.
Importante não esquecermos que o sono é essencial para a saúde física e mental de todos nós. Várias pesquisas revelam forte ligação entre privação de sono e a ocorrência de doenças como obesidade, diabete, problemas cardiovasculares, enfraquecimento do sistema imunológico e até câncer.
O período mínimo de sono recomendado pelos médicos é de sete a nove horas por dia. Nos Estados Unidos, porém, cerca de 30% das pessoas empregadas dormem menos do que seis horas, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, citados pela revista 'Nature'.
Na cidade de São Paulo, a população dorme em média seis horas e meia por dia, segundo pesquisa realizada em 2007 pelo Instituto do Sono da Unifesp (a mais recente disponível). Quase 80% dos paulistanos sofrem de algum distúrbio do sono e mais de 45% têm dificuldade para dormir.
**Concluindo, até o momento, as pesquisa não determinam se o uso do aparelho é benéfico ou prejudicial à saúde, mas pelas evidências até então encontradas, a orientação é a de que as pessoas diminuam o uso de seus celulares após irem se deitar, como forma de prevenção dos distúrbios de sono.
Um abraço
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