Dra Evelin .fale .sobre Esquizofrenia?
Evelyn Vinocur é doutora em Pediatria, graduada em 1978 pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista em Pedi...
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Esquizofrenia
-Conceito
A Esquizofrenia é um transtorno mental grave, complexo e intrigante, cujas causas não são ainda totalmente conhecidas, permanecendo um enigma para a neurociência até os dias de hoje, apesar de todo o seu avanço e assim, dos conhecimentos que hoje já temos sobre ela.
É um transtorno limitante/incapacitante e que apresenta alterações no funcionamento do cérebro, levando o indivíduo a entender e a experimentar o mundo de uma forma diferenciada e com isso, causando dificuldades de relação tanto com o seu próprio "eu interior” quanto com o mundo exterior (outras pessoas, vida familiar etc.).
Segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, a esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que acomete aproximadamente 24 milhões de pessoas no mundo todo (cerca de 1% da população), cujos sintomas são variados e cuja origem envolve diversos fatores. Afeta homens e mulheres em igual proporção mas aparece mais cedo nos homens, geralmente entre os 16 aos 20 anos de idade e nas mulheres, em geral dos 18 aos 30 anos de idade.
Crianças com idade superior a cinco anos podem desenvolver esquizofrenia, mas ela raramente aparece antes da adolescência. Embora algumas pessoas que mais tarde desenvolvem a esquizofrenia possam ter parecido “diferentes” de outras crianças na infância, os sintomas psicóticos – alucinações e delírios – são extremamente incomuns antes da adolescência.
-Causas
A esquizofrenia é uma doença de origem multifatorial, o que significa que diferentes fatores causais estão envolvidos no seu desencadeamento:
- O componente genético, que colabora com uma concordância entre 40 e 50% em gêmeos idênticos e de 13% entre parentes de primeiro grau.
- O fator ambiental é outro ponto importante na etiologia da doença. Estudos mostram que lesões no nascimento, infecção viral durante a gestação, fatores dietéticos e intercorrências no neurodesenvolvimento podem estar associados ao desenvolvimento da esquizofrenia.
- Os fatores psicossociais. Crianças adotadas e com alto risco genético tinham maior chance de desenvolver a doença em presença de desestruturação familiar.
Ou seja, na doença, ocorre uma interação entre vulnerabilidade genética, atributos do ambiente e traços individuais.
-Sintomas
"Costuma-se dizer que a Esquizofrenia é “um raio em dia de sol…”, pois para muitas famílias, os sintomas surgem “do nada”… sendo comum que nos primeiros estágios da doença a família não perceba que a pessoa esteja com algum problema. Quando os problemas de comportamento ainda não são visíveis, eles podem demorar a serem notados pelos mais próximos.
Em tese, a Esquizofrenia é uma perda de contato com a realidade e, basicamente, quem tem essa doença apresenta alucinações e delírios, que são construções de ideias falsas sobre a realidade” e lidar com os sintomas da doença pode ser particularmente difícil para os familiares que não entendem como a pessoa mudou de maneira tão radical o seu jeito de ser.
A “psicose” ou “surto”, é uma condição comum na esquizofrenia, ou seja, é um estado de alteração mental caracterizado pelas alucinações, que são distúrbios da percepção sensorial, e/ou delírios, que são crenças falsas, resultantes de uma impossibilidade da pessoa de distinguir experiências reais das imaginárias. Sintomas menos evidentes, como isolamento e retraimento social, e fala ou comportamento estranhos ou desorganizados, podem preceder, acompanhar ou vir depois do aparecimento dos sintomas psicóticos.
Algumas pessoas têm somente um episódio (ou surto) psicótico; outras têm vários, mas conseguem levar uma vida relativamente normal durante os períodos entre as crises. Entretanto, aqueles com uma evolução crônica da doença, que sofrem continuamente ou com crises sucessivas, mal controladas, em geral não recuperam um funcionamento normal e necessitarão de tratamento e acompanhamento a longo prazo, incluindo a medicação para controlar os sintomas.
-COMO AS PESSOAS COM ESQUIZOFRENIA VIVENCIAM A DOENÇA?
-Percepções distorcidas da realidade
As pessoas que têm esquizofrenia podem perceber a realidade de maneira muito diferente dos outros à sua volta. A experiência de sentir o mundo e os acontecimentos alterados, devido às alucinações e delírios, pode gerar medo, ansiedade e confusão. Em parte devido a essas experiências incomuns, estas pessoas às vezes podem se comportar de maneira muito estranha. Podem, por exemplo, parecer distantes, alheias ou preocupadas. Podem ficar imóveis durante muito tempo sem proferir qualquer palavra. Em outros momentos podem andar de um lado para o outro parecendo preocupados, vigilantes, alertas e insones.
-Alucinações e Ilusões
Alucinações e ilusões são alterações da percepção comumente presentes nas pessoas que sofrem de esquizofrenia. Alucinações são percepções que ocorrem sem que haja um estímulo sensorial correspondente. Embora possam ocorrer sob qualquer forma sensorial – auditiva (audição), visual (visão), tátil (tato), gustativa (gosto) e olfativa (olfato) – escutar vozes que os outros não escutam é o tipo de alucinação mais comum na esquizofrenia. As vozes podem descrever, comentar ou mesmo criticar as ações da pessoa. Podem também aconselhar, dar ordens ou conversar entre si (várias vozes). As ilusões, por outro lado, ocorrem quando um estímulo sensorial existe, mas é incorretamente interpretado, por exemplo, pessoa vê uma sombra ou escuta um ruído e os interpreta como uma aparição ou mensagem.
-Delírios
Delírios são crenças pessoais falsas que não cedem frente à argumentação lógica ou evidências contrárias, e não são coerentes com crenças ou conceitos compartilhados por pessoas do mesmo grupo ou comunidade. Os delírios podem abranger diferentes temas. Por exemplo, as pessoas que sofrem de sintomas do tipo paranóide – aproximadamente um terço das pessoas com esquizofrenia – geralmente têm delírios de perseguição, com idéias falsas de estarem sendo enganadas, traídas, envenenadas, ou de que existe uma conspiração ou um complô contra elas. Estas pessoas podem acreditar que elas, algum membro da família ou alguém próximo a elas é o foco da perseguição. Além disso, delírios de grandeza, em que a pessoa acredita ser alguém famosa ou importante, também ocorrem na esquizofrenia. Algumas vezes, os delírios são bizarros. Por exemplo, acreditar que um vizinho está controlando o seu comportamento através de ondas magnéticas; que as pessoas na televisão estão enviando mensagens especiais, ou que os seus pensamentos estão sendo irradiados para os outros.
-Pensamento Desordenado, sussurros, risos imotivados
A esquizofrenia comumente afeta a capacidade da pessoa de pensar “corretamente”. Os pensamentos podem ir e vir rapidamente; a pessoa pode não conseguir se concentrar por muito tempo e pode facilmente se distrair, mostrando-se incapaz de focar a atenção. As pessoas com esquizofrenia podem não saber distinguir o que é relevante do que não é numa determinada situação. Podem ser incapazes de conectar os pensamentos numa sequência lógica, com os pensamentos tornando-se desorganizados e fragmentados. Essa ruptura na continuidade lógica dos pensamentos é chamada de “desorganização do pensamento” e pode dificultar muito a conversação, contribuindo para o isolamento social. Se as pessoas não conseguem entender o que um indivíduo está dizendo, tendem a ficar constrangidas e deixar aquela pessoa sozinha.
-Expressão Emocional
As pessoas com esquizofrenia freqüentemente apresentam um afeto diminuído ou “achatado”. Isto se deve a uma severa redução da expressão emocional. Uma pessoa com esquizofrenia pode não mostrar os sinais de uma emoção normal; pode falar com voz monótona, ter as expressões faciais diminuídas e parecer extremamente apática. A pessoa pode retrair-se socialmente, evitando contato com os outros e, quando forçada a interagir, pode não ter nada a dizer, mostrando um “pensamento empobrecido”. A motivação pode estar muito diminuída, da mesma maneira que o interesse e o prazer de viver. Em alguns casos graves, a pessoa pode passar dias inteiros sem fazer nada, chegando a negligenciar a higiene básica. Esses problemas com a expressão emocional e com a motivação, que podem ser extremamente perturbadores para a família e os amigos, são sintomas da esquizofrenia – e não um problema de caráter ou fraqueza pessoal.
-COMO SE TRATA A ESQUIZOFRENIA?
Como a esquizofrenia não é uma doença de fácil tratamento e suas causas não são ainda conhecidas, os métodos de tratamento atuais são baseados em pesquisas e experiência clínicas, com o objetivo de reduzir os sintomas da esquizofrenia e diminuir as chances de retorno destes sintomas.
Nos dias de hoje, há muito métodos para tratar pessoas com esquizofrenia. “O que é mais aceito e funciona bem são as medicações, que atualmente são muito boas junto com psicoterapia e projetos de reabilitação e reinserção social”.
- Drogas antipsicóticas (antipsicóticos típicos e atípicos) são o melhor tratamento até agora disponível, mas não “curam” a doença nem garantem que não ocorrerão novos episódios psicóticos.
A escolha e dosagem da medicação devem ser feitas somente por um médico qualificado, que esteja bem informado sobre o tratamento médico dos transtornos mentais – usualmente um psiquiatra. A maioria dos pacientes tem uma melhora substancial quando medicados com antipsicóticos.
As drogas antipsicóticas são em geral bastante efetivas para tratar de certos sintomas da esquizofrenia, particularmente alucinações e delírios; infelizmente, as medicações não parecem ser muito úteis para melhorar outros sintomas, tais como a diminuição da motivação e da expressão emocional.
Os medicamentos antipsicóticos reduzem o risco de episódios psicóticos futuros em portadores que se recuperaram de um episódio agudo.
Mesmo com a continuidade do tratamento, algumas pessoas sofrerão recaídas, mas os índices de recaída são muito maiores quando o tratamento é interrompido. Por isso é tão importante a adesão ao tratamento, a presença de um bom vínculo médico-paciente, e a orientação aos familiares, com os psiquiatras, grupos de apoio e psicoedutcativos.
-SOBRE OS ANTIPSICÓTICOS DE LONGA AÇÃO - FICA A DICA:
Os antipsicóticos injetáveis são preferidos no tratamento da Esquizofrenia, pois são aplicados uma vez ao mês e tem menos efeitos adversos em relação aos orais.
Mas todos os antipsicóticos são muito eficazes no tratamento da Esquizofrenia. SOMENTE nos casos onde o paciente se recuse a tomar o medicamento e ou caso ele cuspa/se recuse a tomar o remédio, ou vomite ou apresente muito efeito colateral:
-FICA A DICA:
Existem HOJE injeções modernas, que por sua qualidade e tecnologia, são bem onerosas e que por serem de uso mensal e contínuo, seria um tratamento muito oneroso…
-Daí que:
-Para portadores de esquizofrenia, que tem plano de saúde: a família pode e deve se informar com o psiquiatra do paciente, sobre a LEI NACIONAL que AMPARA o ROL 387 que garante gratuitamente a aplicação mensal do medicamento antipsicótico de longa ação - Invega Sustenna - a substância é a Paliperidona - a todos os portadores de esquizofrenia. O paciente vai a um local agendado e toma a injeção e retorna à casa. A ANS - associação nacional de saúde dá todo apoio a essa lei.
-Para portadores de esquizofrenia que não tenham plano de Saúde: Podem ir diretamente na Defensoria Gratuita, de posse de um laudo do médico assistente, atestando a necessidade do paciente fazer uso deste medicamento, já que não há outro igual no mercado a preço mais em conta. Um processo é aberto e é rápido, e o paciente passa a tomar a injeção gratuitamente. ESTA MESMA LEI GARANTE O USO DO MEDICAMENTO A ESSES PACIENTES.
Eu espero ter atendido a expectativa da nossa leitora.
forte abraço
Fontes:
ABP
DSM-5
OMS
NIMH
http://www.nimh.nih.gov/publicat/schizoph.cfm
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