O diabetes pode provocar distúrbios psicológicos temporários? Respostas dos nossos especialistas

O diabetes pode provocar distúrbios psicológicos temporários?A importância do diagnóstico consiste na conduta que o profissional de saúde vai adotar para tratar a doença.É direito do paciente conhecer esse diagnóstico, mas sempre deve haver uma orientação preventiva para que o peso do rótulo seja bem dosado.Quando ouvimos do profissional de saúde que o que temos é um resfriado, claro que o peso dessa informação é muito menor do que se ouvirmos que temos diabetes.Quando ouvimos o diagnóstico de uma doença crônica, uma série de outras informações e lembranças que temos, são acionadas e então, o fardo pode ficar muito maior.Dependendo do que o paciente pensa sobre diabetes, sem dúvida, pode haver uma desorganização emocional, com repercussões mais ou menos importantes, dependendo de outros fatores.Por exemplo, se o foco do pensamento for: “eu nunca mais vou poder comer isso? ou fazer aquilo? ou terei que tomar um remédio para sempre? vou ficar dependente?”Vamos considerar uma hipótese.Na consulta, o médico deu a informação exatamente do “tamanho” que o diabetes tem, explicou o tratamento, ensinou sobre vida saudável, para prevenir agravamentos e mencionou alguns prognósticos, alguns positivos, outros nem tanto, de acordo com as práticas que o paciente seguir. A família soube ouvir, apoiar, reter as orientações do médico e ajudar o paciente a fazer o mesmo, porque se diminuirmos a gravidade da situação, não seguiremos as prescrições e se aumentarmos a gravidade, estaremos gerando estresse e sofreremos suas consequências, inclusive as psicológicas.Em relação às outras pessoas, devemos sempre considerar o que contar, a quem contar e como contar. Sabemos que alguns têm o dom de ajudar e outros, não.Além disso, devemos manter o foco no que o profissional de saúde orientou e seguir, sem recaídas.Esse cenário está ok, não é mesmo? Algumas palavras que não ajudam em nada, sempre vamos escutar, mas precisamos também decidir o que retemos e o que devemos deixar passar.Se considerarmos o inverso de tudo que foi explicado aqui: orientação médica aterrorizante ou insuficiente, a mente do paciente fazendo do diagnóstico, uma catástrofe, pessoas não qualificadas opinando equivocadamente, teremos razão para abalos emocionais relevantes.Entendo que o importante é a atenção para o início desse processo e se necessário, atém das ajudas recebidas até o diagnóstico e depois, da família e próximos, se ainda persistir grande dificuldade de aceitação da doença e/ou falta de adesão ao tratamento, um profissional de psicologia deve ser acionado, para que mais esse conceito de ajuda seja estendido e o paciente tenha oportunidade de lidar com o diabetes de forma realista, considerando que a boa notícia é que existe o tratamento e o prognóstico pode ser muito tranquilo, diante de uma boa relação dessa pessoa com as diversas experiências que a vida vai lhe trazer: experiências potenciais e experiências limitantes, também.Não se trata de uma aceitação fácil, mas de uma aceitação possível, e se existe dificuldade para alcança-la, existe ajuda profissional, disponível.