Eu nem passei no médico ginecologista e estou com medo de fazer exames,qualquer sintoma que vejo já acho que estou com algum problema.? Respostas dos nossos especialistas

O medo é uma emoção natural, assim como a alegria, tristeza, raiva e nojo.
Nós não precisamos aprende-las.
Nascemos com elas.
Não existem emoções naturais, negativas.
Todas elas têm como função equilibrar nosso humor, expressar nossas reações às experiências da vida, colaborar com nossas decisões e nos proteger de riscos desnecessários.
Apenas quando uma emoção é desproporcional ao que nos acontece, temos então uma situação que merece mais atenção.
Saúde é um assunto muito delicado e mantê-la é prioridade para todos nós, mas a preocupação excessiva também pode prejudicar e precisa ser regulada.
Sofrer por antecipação é inútil.
Ao sentirmos incômodos, dores, percebermos sintomas, antes de irmos ao médico e fazermos exames, até que tenhamos nosso retorno ao consultório e saibamos os resultados, percebermos alguma ansiedade, é natural.
Assim como prestamos atenção aos sintomas, precisamos atentar para o que pensamos.
Quando nos encontramos em situações como essa que você descreveu, podemos pensar que o problema é maior do que realmente é e isso será apenas suposição, sem evidência suficiente.
A melhor opção é questionar a si mesma, em relação a ideias sem o devido fundamento, até que o médico diga que está tudo normal ou faça o diagnóstico e prescreva o tratamento.
Enquanto não temos as informações, precisamos evitar chegar conclusões precipitadas.
É necessário aguardar a orientação do profissional de saúde e só então entender o que está acontecendo.
Antes disso, concluindo, estaremos sofrendo por antecipação, e nos desgastando desnecessariamente.

a sua atitude popularmente se chama de hipocondríaca. Infelizmente, não é só você que sente assim, mas a nossa cultura e as conversas comuns, criam muito medo de doenças de todo tipo e ainda produzem muitos mitos a respeito de um certo número delas, principalmente as doenças que assim estão na moda tais como a pressão arterial, o diabetes ou a labirintite.

Além do mais, muitos médicos fazem apenas consultas relâmpago e as pessoas saem do consultório sem compreender, também já desistiram e não procuram compreender pois ninguém ajuda para fazer as perguntas.

Em particular, os problemas ginecológicos sofrem do frio que a mulher pode estar sentindo numa cultura dominada pelo pensamento masculino. A reprodução biológica e o aparelho reprodutivo da mulher são assuntos frequentemente falados como se tratasse de gado, deixando a personalidade e a humanidade da mulher fora (a palavra “engravidar” é um exemplo). Esta, assim, fica se sentindo sem amparo. Nem falar dos assuntos sexuais.

Digo isto para por o seu medo num contexto onde dá para entendê-lo sem referir-se à sua parte. No entanto, ela também existe. Para enfrentar a pressão da cultura da doença, você precisa de bastante autoconfiança ou pelo menos uma pessoa de confiança com quem você possa discutir livremente. Se você acha que carece de autoconfiança, o método mais prometedor é a psicoterapia profunda, chamada de humanista ou "centrada na pessoa" ou a psicanálise.

Se você não pode ou não quer contratar um profissional, pelo menos procure se dar conta do que eu disse em cima e discute o seu medo de doença com alguém da sua confiança. Procure entender o que o médico tem a lhe dizer, lhe faça perguntas, procure ler a respeito, sem no entanto cair na armadilha do pânico.

Algumas pessoas desenvolvem um medo irracional de algo que não existe ou não é confirmado ou podem ficar investigando exaustivamente uma doença que acreditam ter, fazendo diversos exames ou trocando de médico constantemente até que alguém fale o que acredita ter.Este problema não tem uma explicação para seu desenvolvimento, mas pode ter origem em traumas com doenças familiares, transtornos, etc.O primeiro passo é ter o diagnóstico que pode ser realizado por um clínico geral, psiquiatra ou psicólogo e realizar tratamento de psicoterapia.