Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (1990) e posterior formação em infectologia pel...
iRedatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO que é Coqueluche?
A coqueluche é uma infecção respiratória, muito comum em bebês, causada por uma bactéria altamente contagiosa que atinge a traqueia e os brônquios. Seu principal sintoma envolve crises de tosse seca incontroláveis seguidas por uma inspiração prolongada, forçada e estridente. Em casos de complicações, a doença pode ser letal.
Causas
A coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis. Esse micro-organismo atinge o topo da garganta (faringe), dando origem às fortes tosses.
Transmissão da coqueluche
A transmissão da coqueluche acontece por meio de partículas ou secreções emitidas no ar, através de tosse, espirro ou fala, pela pessoa infectada. A contaminação também pode acontecer através do contato direto com um paciente doente ou com objetos contaminados com a bactéria.
O período de incubação da coqueluche varia de 7 a 14 dias. Isso quer dizer que, em até uma semana, as pessoas podem começar a apresentar os primeiros sintomas de coqueluche após ser infectada com a bactéria.
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Sintomas
Os sintomas de coqueluche se manifestam em três fases:
1. Catarral
No estágio inicial os sintomas de coqueluche são muito parecidos com um resfriado ou uma gripe comum e incluem:
- Espirros
- Coriza
- Tosse
- Olhos lacrimejando
- Febre baixa.
2. Paroxística
Nessa etapa, os sintomas de resfriado tendem a desaparecer, mas a tosse fica pior, incluindo:
- Tosse severa e descontrolada
- Dificuldade para respirar
- Inspiração prolongada, que soa como um "assobio"
- Vômitos
- Fadiga.
3. Convalescente
A doença começa a regredir e os sintomas são:
- Tosse mais ruidosa
- Crises de tosse em episódios isolados
- Tosses mais frequentes e intensas caso o paciente pegue uma gripe ou resfriado.
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Diagnóstico
O pneumologista é o mais indicado para diagnosticar a coqueluche, podendo pedir alguns exames, como:
- Espirometria
- Exames de sorologia
- Raio x do tórax
- Hemograma
- PCR em tempo real
- Coleta de material de nasofaringe.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para coqueluche são relacionados com a vacinação:
- Menor efeito da vacinação após anos: o adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, pode ficar suscetível novamente à doença porque a vacina pode perder seu efeito com o passar do tempo;
- Falta de vacinação adequada em crianças: as crianças não são totalmente imunes à coqueluche até que tenham recebido as três doses necessárias da vacina pentavalente (aquela que previne contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae B).
Tratamento
Além do uso de antibióticos para eliminar as bactérias do organismo, como Azitromicina, Claritromicina ou Eritromicina, crianças mais velhas e adultos podem realizar o tratamento em casa e devem seguir as seguintes dicas de autocuidado:
- Relaxar e manter repouso
- Beber muito líquido, como água, sucos naturais e sopas
- Fazer refeições pequenas para evitar o vômito
- Usar um umidificador de ar no quarto para ajudar a diluir as secreções pulmonares
- Evitar agentes irritantes no ar, como fumaça de cigarro e aromatizantes
- Evitar o contato da pessoa infectada com pessoas saudáveis.
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Tem cura?
A coqueluche tem cura e os seus sintomas costumam durar cerca de seis a dez semanas.
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Prevenção
A melhor prevenção da coqueluche é feita através da vacinação. No Brasil, há duas vacinas que evitam o contágio da doença e que são oferecidas gratuitamente em postos de saúde por todo o país, são elas:
- Vacina pentavalente: dada em três doses diferentes e, além da coqueluche, previne contra a difteria, tétano, hepatite B e Haemophilus influenzae B, sendo a primeira dose aos dois meses de vida do bebê, a segunda dose aos quatro meses e a terceira dose aos seis meses
- Vacina tríplice bacteriana: dada em duas doses de reforço e previne contra difteria, tétano e coqueluche, sendo o primeiro reforço aos quinze meses de vida da criança e o segundo reforço aos quatro anos de idade da criança.
Além disso, está preconizado pelo Ministério da Saúde que a gestante deve tomar a vacina DTPa, que também protege contra coqueluche, para que possa transmitir anticorpos ao bebê ainda durante a gestação. Essa medida aumenta a proteção do bebê até que ele tenha idade suficiente para receber a vacina, o que acontece no segundo mês de vida. A vacina é oferecida gratuitamente às gestantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da 20ª semana de gestação.
Complicações possíveis
A maioria das pessoas consegue se recuperar da coqueluche, mas em crianças as complicações podem ser mais graves, como:
- Infecção de ouvido
- Pneumonia
- Parada respiratória
- Desitradação
- Convulsão
- Lesão cerebral
- Morte.
Referências
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde
Manual MSD