Pós graduada em endocrinologia e metabologia pela faculdade IPEMED de Ciências Médicas. Pós graduada em neurologia - IBC...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O que é Demência frontotemporal?
A demência frontotemporal (DFT) indica um grupo de doenças neurodegenerativas que afeta as regiões frontais e temporais do cérebro. A condição, que provoca alterações cognitivas e comportamentais progressivas, tem como sintomas mudanças de personalidade, dificuldade em falar e compreender falas, irritabilidade, tremores e rigidez muscular.
Causas
As causas da demência frontotemporal ainda não são claras. No entanto, acredita-se que a condição esteja ligada a mutações genéticas ligadas às proteínas TAU e TDP43. Essas proteínas são encontradas no corpo e ajudam as células a funcionarem corretamente.
Entretanto, por razões ainda não conhecidas, estas proteínas parecem se acumular em diferentes regiões do cérebro, alterando as funções motoras, de linguagem e de comportamento.
Essa mutação pode ser desencadeada por:
- Fatores genéticos
- Exposição a toxinas
- Lesões cerebrais
Tipos
Fases da demência frontotemporal
Segundo Sofia Pereira, neurologista do Instituto Nutrindo Ideais, a demência frontotemporal possui fases que variam de acordo com a progressão do quadro. São elas:
- Demência fase inicial: sintomas se manifestam de forma sutil e podem ser confundidos com outras condições de saúde mental. Entre os sinais estão mudanças na personalidade, comportamento impulsivo, dificuldade na tomada de decisão e problemas de linguagem
- Demência fase intermediária: sintomas se tornam mais evidentes e podem incluir dificuldade crescente na comunicação (fala e compreensão), comportamentos impulsivos e problemas de socialização
- Demência fase avançada: sintomas se agravam consideravelmente, prejudicando a capacidade de comunicação e a mobilidade
Saiba mais: Perda de memória: o que pode ser e se tem cura
Sintomas
Os principais sintomas da demência frontotemporal são:
Sintomas comportamentais
- Movimentos repetitivos
- Impulsividade
- Irritabilidade
- Agressividade
- Compulsão alimentar
- Perda de empatia
- Apatia
- Desinibição
Sintomas de linguagem
- Dificuldade em falar e articular palavras
- Dificuldade em compreender palavras e imagens
- Dificuldade em escrever
Sintomas motores
- Fraqueza muscular
- Tremores e espasmos
- Dificuldade de coordenação motora
- Incontinência urinária ou fecal
Sintomas cognitivos
- Dificuldade de planejamento
- Dificuldade em realizar julgamentos
“Sintomas específicos podem variar dependendo da forma específica de DFT que a pessoa possui, já que existem diferentes subtipos dessa doença”, observa a neurologista.
Diagnóstico
O diagnóstico da demência é feito com base na avaliação dos sintomas. O especialista pode solicitar a realização de exames como:
- Ressonância magnética
- Tomografia computadorizada
- Testes genéticos
- Teste
Tratamento
Não existe um tratamento específico para demência frontotemporal. O especialista pode optar em realizar abordagens de suporte para proporcionar mais qualidade de vida ao paciente, como:
- Medicamentos: podem ser prescritos remédios para ansiedade, depressão e compulsividade
- Acompanhamento psicológico: o acompanhamento de psicólogos e terapeutas pode ser benéfico tanto para pacientes como para seus cuidadores, a fim de encontrarem melhores maneiras de lidar com as mudanças nos relacionamentos
- Terapia ocupacional: auxiliará o paciente a desenvolver estrategias de independência mesmo com o avanço dos sintomas
- Acompanhamento nutricional: “Manter uma dieta saudável e garantir a segurança física são importantes para o bem-estar geral do paciente”, orienta a neurologista
Tem cura?
A demência frontotemporal tem cura?
A demência frontotemporal não tem cura. No entanto, as abordagens de suporte podem ajudar o paciente a lidar melhor com os sintomas e proporcionar mais qualidade de vida.
“É importante lembrar que a DFT é uma doença progressiva e os sintomas evoluem com o tempo. O tratamento se concentra principalmente em melhorar a qualidade de vida e minimizar o impacto dos sintomas”, ressalta Sofia.
Saiba mais: Azeite pode reduzir risco de Alzheimer; veja outros alimentos preventivos
Convivendo (Prognóstico)
Para que pacientes com demência frontotemporal tenham mais qualidade de vida, a neurologista orienta que alguns cuidados sejam adotados, como:
- Usar linguagem simples e clara ao se comunicar com o paciente
- Manter uma rotina diária estruturada, com horários consistentes para refeições, atividades e sono
- Não deixar objetos perigosos ao alcance, assim como armários com substâncias nocivas
- Atentar-se à alimentação e aos sinais de engasgamento
- Monitorar se as medicações estão sendo tomadas conforme prescrição médica
- Se necessário, considerar opções de assistência a longo prazo, como cuidados em casa ou em um centro especializado
Referências
Manual MSD