Misael do Nascimento é médico atuante na área de dermatologia com ênfase ao público masculino e atua na Clínica Nut...
iRedatora especialista em bem-estar, família, beleza, diversidade e cuidados com a saúde do corpo.
O que é Dermatite Perioral?
A dermatite perioral é uma doença que afeta a pele do rosto, geralmente associada à má administração de corticoides. Entre os seus sintomas estão erupção cutânea, descamação e lesões inflamatórias ao redor da boca, do nariz e dos olhos.
Causas
As causas exatas da dermatite perioral não são conhecidas. Entretanto, segundo Misael do Nascimento, médico tricologista e especialista em dermatologia clínica, há um consenso sobre possibilidades multifatoriais, incluindo predisposição genética, metabólicas e influência do meio ambiente.
O especialista conta que a doença é mais frequente em mulheres adultas (entre 20 e 40 anos) e em crianças. Em grande parte dos casos, a doença tem como causa o uso de corticoides tópicos de forma aguda, provocando piora nos sintomas a longo prazo.
O uso de produtos para skincare e, até mesmo, de pasta de dente com flúor, pode ser considerado causador do problema. Ainda segundo o médico, os corticoides sistêmicos e nasais, apesar de poderem ser causadores, costumam ser menos relacionados com o quadro.
Misael explica que essa relação pode ocorrer pois, em estudos recentes, foi indicado que o uso de corticoides pode alterar a microbiota folicular da região perioral - área do rosto atingida pela doença.
Sintomas
Os principais sintomas da dermatite perioral são:
- Erupções avermelhadas nas laterais do nariz, da testa, ao redor da boca e do olhos;
- Descamação e ressecamento da pele afetada;
- Sensação de queimação;
- Coceira;
- Em casos avançados, pode haver o aparecimento de “bolinhas” com pus.
Muitas vezes, a doença pode ser confundida com outros problemas dermatológicos, como a rosácea. Entretanto, diferente da última, a dermatite perioral não costuma afetar a região das bochechas.
Diagnóstico
O diagnóstico da dermatite perioral é clínico. De acordo com Misael, é preciso haver uma análise de tudo que envolve os cuidados da pele do paciente, como seu histórico médico, uso de medicamentos, alimentação, tratamentos estéticos prévios, skincare e estilo de vida.
Em alguns casos, o médico explica a necessidade de se realizar uma biópsia da pele para confirmar ou descartar o diagnóstico. Isso ajuda a encontrar associações de dermatite perioral com infecção secundária por fungos e bactérias.
Tratamento
O primeiro passo para o tratamento da dermatite perioral é o diagnóstico médico. Caso o quadro tenha sido provocado pelo uso indevido de pomadas corticoides, por exemplo, o médico irá analisar a indicação mais adequada para o quadro.
“A primeira linha de tratamento inclui antimicrobianos em forma de gel como, o metronidazol, clindamicina tópica, eritromicina e imunomoduladores, como o tacrolimus. Em casos mais severos, é possível incluir antimicrobianos orais (sempre sob prescrição médica, até porque alguns deles são teratogênicos e não podem ser usados durante a gestação)”, explica Misael.
Se o quadro não for iniciado por um agente externo, como dermocosméticos e creme dental, o especialista conta que os sintomas costumam melhorar entre três e 18 semanas.
Pomadas para dermatite perioral
A aplicação de pomadas para o tratamento de doenças na pele só deve ser feita por indicação médica. Na maioria das vezes, os componentes presentes nas pomadas podem piorar o quadro, já que há a probabilidade de fortalecimento de fungos e bactérias.
“Qualquer tratamento deve ser administrado sob prescrição médica. Um grande número de patologias vistas no consultório se apresenta de forma grave ou de difícil controle justamente porque o paciente usou a pomada da tia, depois do amigo e por último da avó antes de ir ao médico. Como exemplo, temos a dermatite perioral, que um dos agentes causadores é, justamente, o corticoide tópico”, ressalta Misael.