Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco e com especialização em Ginecologia pelo Depar...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O que é Dismenorreia?
A dismenorreia, conhecida como cólica menstrual, é a dor pélvica durante a menstruação que geralmente surge na véspera do ciclo e desaparece ao final do fluxo menstrual. Ela pode ser classificada como primária ou secundária, dependendo da intensidade dos sintomas físicos e psíquicos.
Causas
A dor ocorre devido à liberação de prostaglandina, substância responsável pelo movimento de contração do útero para a liberação do endométrio no sangramento quando o óvulo não é fecundado.
Sua elevação acima de níveis fisiológicos promove fortes contrações no músculo uterino, redução da circulação (vasoconstrição) dos vasos sanguíneos e diminuição da oxigenação no local, com consequente surgimento da dor menstrual.
Entre outras causas menos comuns de dismenorreia estão patologias como:
- Endometriose
- Mioma uterino
- Cistos nos ovários
- Estenose cervical
- Tumores
- Doença inflamatória pélvica
- Congestão pélvica
- Adenomiose
- Reação inflamatória ao uso de DIU
- Malformações uterinas
- Aderências intrauterinas
- Dor psicogênica
- Varizes pélvicas
Tipos
Existem dois tipos de dismenorreia:
- Dismenorreia primária: dor comum de cólica menstrual e que começa a surgir após a primeira menstruação de mulher toda vez que ocorre o ciclo.
- Dismenorreia secundária: dor causada por anomalias no aparelho reprodutivo da mulher.
Sinônimos
A dismenorreia é por si só um sintoma. Ela se caracteriza pela dor no baixo ventre que pode refletir em dores nos membros inferiores e costas. Sua intensidade varia em períodos mais fortes e mais fracos. Em casos agudos, a dor pode provocar outros sintomas, como:
Diagnóstico
O diagnóstico da dismenorreia é feito baseado na história clínica, procurando identificar o momento em que a dor surgiu, a intensidade e a regularidade do ciclo menstrual e o histórico sexual.
Para ajudar no diagnóstico, o médico pode solicitar a realização de exame ginecológico completo, exames de laboratório (sangue, urina e secreção vaginal) e exames de imagem (ressonância e ultrassonografia).
O exame clínico ginecológico meticuloso, sobretudo o toque vaginal (e às vezes o toque retal), complementa a suspeita do fator causal e revela, ou afasta, a presença de determinadas patologias.
Exames complementares laboratoriais e de imagem são exigidos para que se possa formalizar o diagnóstico que norteie a forma adequada de tratamento para dismenorreia. Nos casos crônicos, impõe-se a realização de videolaparoscopia ou videohisteroscopia.
Fatores de risco
Alguns fatores de risco podem propiciar o desenvolvimento de dismenorreia. São eles:
- Menarca precoce;
- Fluxo menstrual abundante ou prolongado;
- Histórico de doença inflamatória pélvica ou cirurgia pélvica pregressa;
- Uso de DIU
- Sangramentos uterinos anormais
- Dor durante a relação sexual.
Tratamento
Durante a crise de dismenorreia o tratamento deverá ser apenas sintomático, em busca do alívio da dor. Isto pode ser repetido em outros ciclos, caso não tenha um diagnóstico preciso do quadro. Entre as medidas que podem ser adotadas, estão:
- Uso de medicamentos de alívio da dor
- Prática regular de exercícios
- Compressa quente na região abdominal
- Dieta rica em alimentos saudáveis.
O uso de anticoncepcionais e de outras medicações deve ser avaliado por um profissional e exige acompanhamento médico. Em casos mais graves, que tenham associação com outras patologias, o médico irá investigar e orientar qual o melhor tipo de tratamento a ser seguido.
Medicamentos
A dismenorreia pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico. Por isso, somente um especialista capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
Os medicamentos mais comuns prescritos para o tratamento de dismenorreia são:
- Ácido Mefenâmico
- AAS
- Advil
- Alivium
- Aspirina 500Mg
- Atroveran Composto (solução gotas)
- Atroveran Composto (comprimido)
- Bi Profenid
- Buscopan Composto
- Buscofem
- Celecoxibe
- Cataflam
- Celebra
- Cetoprofeno
- Diclofenaco Colestiramina
- Diclofenaco Resinato
- Diclofenaco sódico
- Feldene
- Fenaflan D
- Flancox
- Flotac
- Ibuprofeno
- Ibupril 300mg
- Ibupril 600mg
- Nimesulida
- Paracetamol
- Paracetamol Cafeína
Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Referências
Cláudio Basbaum, ginecologista, introdutor do Parto Leboyer e da técnica "Shantala" no Brasil e membro do Corpo Clinico do Hospital e Maternidade São Luiz em São Paulo (CRM-SP 11.665)