Gastroenterologista com graduação em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (1986), mestrado em Medicina...
iRedatora especialista em bem-estar, família, beleza, diversidade e cuidados com a saúde do corpo.
O que é Dor abdominal?
A dor abdominal é um sintoma bastante comum que se manifesta por meio de um incômodo na região entre o tórax e a virilha. Ela também costuma ser chamada de dor de barriga ou de estômago.
A intensidade desse problema varia de acordo com a sua causa, podendo se manifestar de forma recorrente ou contínua, aguda ou crônica. Além disso, a dor pode ter diferentes pontos focais: partes superior, inferior, esquerda ou direita do abdômen.
Causas
Dor abdominal no lado esquerdo e direito
O lado em que o sintoma se manifesta pode indicar diferentes tipos de doenças e condições. Segundo Bruna Fávaro, médica clínica geral do Hospital Albert Sabin, as causas mais comuns são:
Dor abdominal no lado direito: sentir incômodo apenas no lado direito pode indicar um quadro de apendicite aguda.
Dor abdominal no lado esquerdo e direito: diferentes condições de saúde podem provocar a dor ocorre nos dois lados do abdômen, como diverticulite, doenças inflamatórias intestinais, como Doença de Crohn, retocolite ulcerativa, infecção do trato urinário, intolerância ou alergias alimentares e gastroenterite.
Outras prováveis causas para dor abdominal
Diarreia: dor abdominal e diarreia podem estar relacionadas entre si. A diarreia é definida como mais de duas evacuações aquosas (bastante líquidas) diárias ou mais do que é o habitual para aquela pessoa. Pode ocorrer ainda a perda da consistência das fezes com ou sem a presença de muco ou sangue.
Gases: a dor abdominal pode ser causada por alguns alimentos fermentativos, como feijão e repolho, que podem provocar excesso de gases. Esse aumento na produção de flatos pode causar desconforto ou dores fortes no abdômen e no tórax, assim como inchaço abdominal.
Prisão de ventre: também chamada de constipação intestinal, a prisão de ventre acontece quando os movimentos do intestino tornam-se difíceis ou menos frequentes, comumente associados a uma sensação de cólica e desconforto.
Às vezes, a dor abdominal pode ser causada por um problema em outra parte do corpo, como tórax ou região pélvica. Por exemplo, você poderá ter dor na barriga se sofrer:
- Cólica menstrual intensa;
- Estiramento muscular;
- Doença inflamatória pélvica;
- Pneumonia;
- Gravidez ectópica;
- Infecção urinária
"Dores que se estendem por muitos dias podem estar relacionadas a quadros mais graves, como cálculos ou uma colecistite aguda", explicou o cirurgião do aparelho digestivo Elesiário Marques Caetano Jr. anteriormente ao MinhaVida.
Dor abdominal na gravidez
Durante os três primeiros meses, é comum a dor abdominal na gravidez devido a gases, prisão de ventre e todas as alterações no corpo da gestante.
As dores abdominais durante a gestação costumam ser leves, pontuais e transitórias. Caso o incômodo for intenso e contínuo, procure um médico.
Saiba mais: 8 dores mais comuns na gravidez (e como amenizá-las)
Diagnóstico
O diagnóstico para descobrir a origem da dor de barriga é feito, geralmente, com a associação do quadro clínico (histórico de doenças, histórico familiar, sintomas) e exames laboratoriais.
Caso seja necessário, o médico poderá solicitar um exame de imagem. A tomografia computadorizada (TC) abdominal costuma ser a mais indicada, pois auxilia a identificar muitas causas da dor abdominal.
Além disso, exames de urina podem ser solicitados caso haja suspeita de cálculos renais ou infecção urinária. Se a origem do problema for ginecológica, o diagnóstico pode ser feito através da ultrassonografia.
Buscando ajuda médica
Busque ajuda médica imediata ou chame o serviço de emergência quando você sentir dores abdominais e estiver em/com:
- Tratamento para câncer;
- Dificuldade de evacuar;
- Vômito;
- Sangue no vômito ou nas fezes;
- Dor no peito, pescoço ou ombro;
- Dor abdominal aguda e súbita;
- Dor na escápula acompanhado de náusea;
- Sensibilidade na barriga;
- Rigidez na barriga, dura ao toque;
- Gravidez;
- Lesão recente no abdômen;
- Dificuldade de respirar.
Marque uma consulta médica se:
- A dor abdominal (dor na barriga) persistir por uma semana ou mais;
- A dor abdominal não melhorar entre 24 a 48 horas;
- A dor abdominal se tornar mais intensa e frequente, acompanhada de náusea e vômito;
- Apresentar timpanismo abdominal (quando o abdômen fica visivelmente inchado) por mais de 2 dias;
- Sentir queimação ao urinar ou micção frequente;
- Apresentar diarreia por mais de 5 dias;
- Apresentar febre;
- Tiver falta de apetite prolongada;
- Tiver sangramento vaginal prolongado;
- Perder peso não-intencional.
Tratamento
Como aliviar a dor de barriga?
O tratamento para a dor abdominal varia de acordo com o diagnóstico estabelecido em consulta médica. Por isso, somente especialistas podem dizer qual o medicamento mais indicado para cada quadro, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
Em casos em que a dor de barriga é causada por gases ou diarreia, o tratamento pode envolver mudanças nos hábitos alimentares que ajudam a aliviar esse incômodo, como a diminuição do consumo de comidas gordurosas e o aumento da ingestão de líquidos.
Se a causa for uma apendicite, por exemplo, será necessária uma cirurgia para a remoção do órgão. Já no caso de uma diverticulite, o tratamento pode ser através de medicamentos e alterações na dieta ou até cirurgia.
Medicamentos
Os remédios para dor abdominal mais comuns são:
- Butilbrometo de Escopolamina;
- Cimetidina;
- Digeplus;
- Dimeticona;
- Dimezin;
- Dimezin Max;
- Domperidona;
- Dipirona;
- Flagass;
- Flanax 550mg;
- Hiospan (comprimido revestido e solução);
- Hiospan (gotas);
- Hiospan (solução injetável);
- Ibuprofeno;
- Luftal (comprimido);
- Omeprazol;
- Paracetamol/Prednisona;
- Nimesulida;
- Simeticona.
Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Referências
Ministério da Saúde
Mayo Clinic
Bruna Fávaro, médica clínica geral do Hospital Albert Sabin