Olá, meu nome é Evaldo Bosio, Fisioterapeuta da Prime Fisioterapia Especializada e coordenador do Instituto Trata – Joe...
iManuela Pagan é jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero (2014) e em fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2008).
iO que é Estiramento Muscular?
O estiramento muscular ocorre quando as fibras dos músculos ou tendões se alongam além do limite, causando uma lesão que pode ser parcial ou completa. Afeta qualquer pessoa, desde atletas até indivíduos comuns.
De acordo com o Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (USP), este tipo de lesão está entre as mais frequentes nos esportes. No entanto, pode acontecer também quando uma pessoa usa uma postura errada para levantar algo pesado demais para ela, por exemplo.
Alguns grupos musculares são mais propensos aos estiramentos musculares, como os da coxa, da panturrilha, dos punhos e dos tornozelos. Mas é importante ressaltar que qualquer região do corpo é suscetível à lesão.
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Causas
Normalmente, os estiramentos musculares são causados por descuido do atleta durante atividades físicas intensas em que a mecânica corporal não é usada da maneira ideal. Confira os principais motivos para ter a lesão:
- Falta de aquecimento, exercícios leves que aumentam o fluxo sanguíneo para os músculos e preparam o corpo para um exercício mais intenso
- Excesso de uso dos músculos, ou seja, fadiga muscular
- Postura inadequada
- Condicionamento físico inadequado para a prática esportiva em questão (caso dos atletas de final de semana, por exemplo)
- Amplitude de movimento diminuída em determinadas articulações
- Falta de flexibilidade
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Sinais
Sintomas de estiramento muscular
O primeiro sinal do estiramento muscular é uma dor súbita durante o treino, às vezes, acompanhada de uma sensação de estalo. O estiramento pode atingir três graus e a dor varia de acordo com cada um.
Grau I
No grau I, uma pequena quantidade de fibras musculares são danificadas (menos de 5% do músculo). A dor é localizada em um ponto específico, surge durante a contração muscular e desaparece no repouso. Também podem surgir edemas, mas na maioria dos casos não são notados no exame físico.
Grau II
Aqui, o número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão é maior (atinge entre 5% e 50% do músculo). Os sintomas são mais intensos, incluindo dor aguda, inchaço, hemorragia e processo inflamatório no local.
Grau III
O último grau se caracteriza pela ruptura total do músculo ou de grande parte dele (atinge mais de 50% do músculo). A dor varia de moderada a muito intensa devido à contração muscular passiva. Além disso, dependendo da localização do músculo lesionado, o edema é mais visível.
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Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação médica com um ortopedista. Assim, o especialista avalia os sintomas e realiza um exame físico para entender quais foram as consequências do estiramento muscular.
Em alguns casos, o médico pode solicitar exames de imagem, como o exame de ultrassonografia, para confirmar o diagnóstico.
O médico sempre deve observar o condicionamento físico do atleta, se sofreu a lesão no início ou no final da competição, como foi feito o aquecimento, condições climáticas e o estado de equilíbrio emocional.
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Tratamento
O tratamento costuma ser feito na fase aguda da lesão e depende da gravidade do estiramento. Pode envolver uma combinação de medidas para aliviar a dor, reduzir o inchaço, promover a cicatrização e restaurar a função muscular. Veja quais são as opções de tratamento mais comuns:
- Compressa de gelo, que ajuda a reduzir a inflamação. Nunca coloque o gelo diretamente sobre a pele, envolva-o em um pano ou toalha.
- Repouso, o que permitirá a regeneração das fibras musculares
- Medicamentos anti-inflamatórios
- Laser para ajudar na regeneração muscular
- Ultrassom pulsátil, também para regenerar os tecidos lesionados
- Elevação, que evita inchaço e ajuda a controlar o processo inflamatório local
- Fisioterapia, que ajudará a restaurar força, flexibilidade e amplitude de movimento, restabelecendo a volta às atividades cotidianas e esportes
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Em alguns casos, o ortopedista recomendará imobilização para a área onde ocorreu a lesão, com talas ou botas ortopédicas, por exemplo, para evitar novas microlesões e permitir a regeneração. Caso o estiramento atinja o tendão, em alguns casos pode ser recomendada uma tenorrafia, cirurgia para reconstrui-lo.
Com os cuidados certos, dentro de algumas semanas é possível retornar às atividades cotidianas, a depender da extensão da lesão e fatores individuais.
Referências
Centro de Práticas Esportivas da USP
Revista Brasileira de Ortopedia