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O que é Hiperlactação?
A hiperlactação é definida como uma produção exacerbada de leite materno. Isso significa que há uma quantidade maior do líquido nas mamas do que é necessário para a nutrição do recém-nascido, o que pode trazer complicações tanto para quem amamenta quanto para o bebê.
Causas
De acordo com Mariana Rosário, ginecologista, obstetra e mastologista, a principal causa para o surgimento da hiperlactação é o aumento da produção hormonal. Durante a fase de amamentação, o corpo produz dois hormônios que são essenciais para o processo: a prolactina e a ocitocina, responsáveis pela quantidade, liberação e ejeção do leite.
Durante os dois primeiros meses após o parto, o corpo da mãe irá produzir leite de forma excessiva, a fim de cumprir as necessidades nutricionais do bebê. Porém, há uma regularização após esse período, equalizando a quantidade produzida e ingerida.
Nos casos de hiperlactação, essa normalização não acontece. Então, o corpo segue gerando mais leite do que é consumido, trazendo complicações para o processo de amamentação.
Sinais
Algumas pessoas podem confundir a mama cheia com a hiperlactação. Porém, segundo Mariana, a diferença está nos sintomas entre as duas condições. Enquanto na primeira há apenas a sensação de enchimento, a segunda apresenta uma série de incômodos no corpo:
- Dor nas mamas;
- Falsa sensação de febre;
- Dor nas axilas;
- Dificuldade para andar;
- O leite é ejetado pela papila mamária sem esforço e intenção.
Fatores de risco
Há diferentes riscos e complicações que podem surgir com a hiperlactação. “Para a mãe, há um risco maior de mastite, porque aquele leite vai ficar empedrado e é um supermeio de cultura para bactérias - que podem entrar pela boquinha do bebê ou até mesmo da pele da mãe”, explica Mariana.
Isso pode levar a um abscesso, que nada mais é do que um ponto repleto de pus que precisa ser drenado. Já no caso do bebê, assim como o risco de engasgo, a médica explica que é possível que ele apresente alterações gastrointestinais, gases, cólica e eructação, assim como ficar mais “cheio” pela velocidade com que o leite é ejetado.
Tratamento
O primeiro passo para tratar a hiperlactação é entender o principal motivo para o surgimento do problema. No geral, medidas caseiras, como fazer compressas de água fria nos seios e evitar banhos quentes, ajudam a diminuir a produção de leite.
Mariana explica que, em casos extremos, é possível controlar o problema com o uso de medicações. Entretanto, por diminuírem significativamente a produção de leite materno, essa opção só é realizada em quadros em que os outros tratamentos não foram eficazes.
Na hora da amamentação, é possível seguir algumas dicas para diminuir as complicações causadas pela condição:
- Esvaziar levemente as mamas antes de amamentar o bebê;
- Colocar o bebê na vertical no ínicio para evitar o risco de engasgo com o primeiro jato;
- Usar sutiãs com tecidos antibactericidas;
- Evitar a manipulação exagerada das mamas para que não haja o estímulo de produção de leite.