Residência em Oncologia pela USP/RP. Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia e da American Society of Clinical Oncol...
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O que é Leucemia linfoide aguda?
A leucemia linfoide aguda (LLA) é um tumor maligno caracterizado pela multiplicação de células imaturas (blastos) de origem linfoide. A doença é mais comum em crianças, correspondendo a 30% das neoplasias infantis, e provoca sintomas como cansaço, febre e perda de peso não intencional.
“Nas leucemias agudas, a célula do câncer é capaz apenas de se multiplicar, mas não consegue amadurecer. A medula óssea fica cheia dessas células e não consegue mais produzir células normais”, explica o oncologista Sérgio Fortier, especialista da rede de hospitais São Camilo em São Paulo.
Causas
A leucemia linfoide aguda, assim como a maioria das neoplasias malignas, é uma doença que se inicia com a proliferação excessiva das células-tronco da medula óssea (mieloproliferativa) que possui como origem uma mutação em uma célula do sangue (célula-tronco que origina as células do sangue).
Essas células são os linfócitos e fazem parte do sistema imunológico, um dos tipos de glóbulos brancos. Uma proliferação desordenada destas células faz com que elas infiltram a medula óssea, ocupando o espaço das células sanguíneas saudáveis e, posteriormente, entram na circulação, desencadeando o que chamamos de fase leucêmica.
Sintomas
Os sintomas da leucemia linfoide aguda são:
- Cansaço
- Febre
- Infecções
- Perda de peso
- Anemia
- Dor óssea
- Falta de ar
- Formação de hematomas na pele
- Nódulos causados por inflamação dos gânglios linfáticos no pescoço, axilas, abdome ou virilha ou ao redor deles
Os primeiros sintomas são causados pela infiltração de células leucêmicas na medula óssea, ocupando o espaço das células sanguíneas normais.
Diagnóstico
O diagnóstico da leucemia linfoide aguda é feito através de exames de medula óssea, que identificam e qualificam o aumento das células imaturas. A leucemia linfoide aguda é definida quando há uma porcentagem de linfoblastos maior que 25% na biópsia de medula óssea. Os exames incluem:
- Mielograma
- Imunofenotipagem
- Cariótipo (exame genético)
- Exames genéticos.
Um hemograma completo e o estudo do sangue periférico podem revelar o número de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Além disso, podem indicar a presença de células imaturas normalmente encontradas na medula óssea, conhecidas como blastos.
Testes de diagnósticos por imagens como radiografias, tomografia computadorizada (TC) ou ultrassonografia ajudam a identificar se o câncer se espalhou para o cérebro e para a medula espinhal ou para outras partes do corpo. O teste do líquido cefalorraquidiano pode ser feito através de punção lombar da medula óssea para determinar se as células cancerígenas se espalharam para o líquido espinhal.
Fatores de risco
Há poucos fatores de risco conhecidos para a leucemia linfoide aguda, como:
- Exposição à radiação
- Infecção por vírus (HTLV-1)
- Síndrome de Down
- Neurofibromatose
- Ser do sexo masculino
- Ter entre 2 e 5 anos de idade
- Ter pele clara.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar uma leucemia linfoide aguda são:
- Clínico geral
- Pediatra
- Oncologista.
Tratamento
O tratamento inicial de leucemia linfoide aguda é feito a partir de quimioterapia de indução, que utiliza substâncias anticancerígenas para combater células doentes no organismo. O objetivo é alcançar a remissão, destruindo as células leucêmicas para que as células normais voltem a crescer na medula óssea.
Dependendo do estágio da doença, é utilizada a imunoterapia a partir da administração de anticorpos monoclonais para estimular o sistema imunológico a combater o avanço da doença. O objetivo do método é que o próprio organismo do paciente elimine o câncer com mais efetividade e menos toxicidade.
No caso de pacientes com risco elevado de recidiva da leucemia linfoide aguda, pode ser necessário um transplante de células-tronco, que consiste na remoção de células-tronco de uma pessoa saudável e sua injeção na pessoa com leucemia.
Tem cura?
A chance de cura da leucemia linfoide aguda varia de 10% a 90%, dependendo da influência de fatores como o subtipo da doença, as alterações genéticas que causaram o câncer e a idade do paciente. O diagnóstico precoce é fundamental para um prognóstico positivo.
Prevenção
A única prevenção possível para a leucemia linfoide aguda é evitar fatores de risco como exposição à radiação e infecção por vírus (HTLV-1).
Convivendo (Prognóstico)
O paciente pode adotar mudanças em seu estilo de vida com hábitos saudáveis. Alimentação e exercícios físicos regulares, além de seguir estritamente orientações médicas, são recomendações aplicáveis em diversas condições e doenças, inclusive na leucemia linfoide aguda.
De acordo com a Clínica Mayo (EUA), terapias alternativas que podem aliviar os sintomas incluem:
- Acupuntura
- Aromaterapia
- Massagens
- Meditação
- Exercícios de relaxamento.
Complicações possíveis
A leucemia linfoide aguda é uma doença grave e potencialmente fatal quando não tratada, podendo causar sangramentos, infecções e levar à morte. Por isso, o diagnóstico da doença é tão importante e o quanto antes for feito há maiores chances de sucesso.
Referências
Oncologista Sérgio Fortier, especialista da Rede de Hospitais São Camilo (CRM-SP 122585).
Clínica Mayo Clinic organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos que reúne conteúdos sobre doenças, sintomas, exames médicos, medicamentos, entre outros
