Residência em Oncologia pela USP/RP. Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia e da American Society of Clinical Oncol...
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iO que é Leucemia mieloide crônica?
A leucemia mieloide crônica (LMC) é um tumor (câncer) ocasionado pelo acúmulo de células mieloides, relacionadas à imunidade, e ocorre principalmente em adultos entre 50 e 55 anos. Neste tipo de leucemia, a medula óssea perde o controle e começa a produzir cada vez mais neutrófilos maduros (tipo de leucócitos, responsáveis pela defesa do organismo) sem responder aos estímulos para encerrar a produção.
Causas
Causas da leucemia mieloide crônica
A leucemia mieloide crônica é um tipo de câncer que se inicia nas células mieloides da medula óssea. Há alterações genéticas nestas células imaturas, ocasionando a formação do gene anormal BCR-ABL, que transforma a célula mieloide em uma célula leucêmica.
Inicialmente a doença tem uma evolução lenta. Quando as células doentes ocupam a medula óssea e caem na circulação sanguínea, podem infiltrar outros órgãos, principalmente o baço. Os tumores de um modo geral são causados por mutações no DNA que levam a célula a se dividir sem controle, produzindo proteínas e fatores estimuladores de crescimento.
Saiba mais: Leucemia: o que é, sintomas, tratamento e se tem cura
Sintomas
Sintomas de leucemia mieloide crônica
Os principais sintomas da leucemia mieloide crônica são:
- Aumento do baço
- Sensação de fraqueza
- Cansaço
- Sudorese noturna
- Perda de peso
- Perda de apetite
- Palidez
- Febre
- Dor óssea
Diagnóstico
Diagnóstico de leucemia mieloide crônica
O diagnóstico é realizado através de exames laboratoriais em amostras de sangue e estudo das células da medula óssea, como:
- Mielograma
- Imunofenotipagem
- Cariótipo (exame genético)
- Exames de função renal e hepática.
Um hemograma completo pode identificar anormalidades nas células do sangue, ajudando o médico no realizamento do diagnóstico.
A análise da medula óssea com métodos como biópsia e a aspiração de medula óssea também são importantes para o diagnóstico. Neles são retiradas amostras de medula óssea do osso do quadril para a realização de testes laboratoriais.
Como é caracterizada pela presença do cromossomo Philadelphia (pH+) e do oncogene que o codifica, existem também testes para detectar o cromossomo philadelphia no sangue, como a análise de hibridização in situ fluorescente e o teste de reação em cadeia da polimerase.
Saiba mais: Tumor: o que é, causas, tratamento e prevenção
Fatores de risco
Há poucos fatores de riscos conhecidos para a leucemia mielóide crônica. Podemos citar:
- Exposição à radiação
- Ter entre 50 e 55 anos
- Ser do sexo masculino
- Histórico familiar de câncer
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar uma leucemia mieloide crônica são:
- Clínico geral
- Oncologista
Tratamento
Tratamento de leucemia mieloide crônica
O tratamento para a leucemia mieloide crônica envolve a possibilidade do uso de drogas orais que controlam a doença em longo prazo. Não há cirurgias específicas para esta doença, exceto quando há acometimento do baço e desconforto abdominal intenso. O tratamento envolve:
- Medicamentos inibidores da função do cromossomo philadelphia (Imatinibe, Dasatinibe e Nilotinibe)
- Quimioterapia convencional
- Transplante de medula óssea
O transplante de medula óssea é uma modalidade menos usada atualmente por ser muito agressiva e os tratamentos medicamentosos podem controlar a doença por décadas.
Tem cura?
Leucemia mieloide crônica tem cura?
A chance de cura depende de diversos fatores como, por exemplo, a idade. Quanto mais velho o paciente for, maior o risco. Em geral, a chance de cura é de 83% em 5 anos.
Prevenção
A única prevenção possível para a leucemia mieloide crônica é evitar fatores de risco, como exposição à radiação.
Convivendo (Prognóstico)
Hábitos de vida saudável, que incluem alimentação e exercícios físicos regulares, além de seguir estritamente orientações médicas, é o mais indicado em casos de leucemia mieloide crônica. De acordo com a Clínica Mayo (EUA), terapias alternativas que podem aliviar os sintomas incluem:
- Acupuntura
- Aromaterapia
- Massagens
- Meditação
- Técnicas de relaxamento
O cigarro pode influenciar de alguma forma no tratamento da doença. As opiniões dos especialistas divergem: enquanto uns apontam a tese que o cigarro apresenta várias substâncias mutagênicas, demonstrando maior risco de leucemia mieloide crônica em fumantes e pior qualidade de vida, para outros o tabagismo não parece ser um fator de risco. Entretanto, o hábito está comprovadamente ligado a vários tipos de doenças e deve ser desencorajado para evitar complicações futuras.
Saiba mais: Veja os malefícios do cigarro
Complicações possíveis
Existem complicações decorrentes da doença quando não tratada ou tratada tardiamente, como:
- Anemia
- Infecções
- Possível evolução da doença para leucemia mieloide aguda
- Óbito
Referências
Oncologista Victor Zia, especialista da Clínica de Oncologia Médica Clinonco e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). (CRM-SP 151458).
Oncologista Sérgio Fortier, especialista da Rede de Hospitais São Camilo (CRM-SP 122585).
Clínica Mayo Clinic organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos que reúne conteúdos sobre doenças, sintomas, exames médicos, medicamentos, entre outros - Disponível em https://www.mayoclinic.org/es-es