Formada em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Patrícia Consorte fez especialização em Terapia Intens...
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O que é Rubéola?
A rubéola é uma doença aguda caracterizada pelo aparecimento de erupções vermelhas na pele que se manifestam primeiramente no rosto e depois se espalham pelo corpo. É transmitida de pessoa para pessoa por meio das secreções e saliva, sendo uma doença altamente contagiosa.
Causas
A doença é causada pelo vírus Rubella, da família Togaviridae. A transmissão ocorre por meio das secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, falar, respirar ou espirrar.
Uma pessoa com rubéola pode começar a transmiti-la antes mesmo do início do aparecimento das erupções, antes mesmo de saber que tem rubéola. A Infecção também pode ser congênita, ou seja, pode ser passada de mãe para filho ainda durante a gravidez, sendo essa a forma mais grave da condição.
Sintomas
Os principais sintomas da rubéola costumam ser leves e difíceis de serem notados, especialmente em crianças. Os sinais da doença demoram entre 12 a 21 dias após a exposição com o vírus para se manifestarem. São eles:
- Erupções vermelhas no rosto e que se espalham por outras partes do corpo
- Febre até 38°C
- Dor de cabeça
- Congestão nasal
- Microlesões papulares
- Olhos avermelhados
- Nariz entupido
- Dificuldade de engolir
- Nódulos na região da nuca e atrás das orelhas
- Desconforto geral e sensação de mal-estar constante
- Dor muscular e nas articulações
Saiba mais: Conheça características da rubéola
Diagnóstico
As erupções na pele causadas pela rubéola se parecem com quaisquer outras erupções provocadas por doenças similares, por isso, um exame físico não basta para confirmar o diagnóstico.
Os exames para diagnóstico da doença se baseiam na coleta sanguínea de imunoglobulinas específicas para o anticorpo M no início do quadro, de preferência após três a cinco dias do início das erupções, e de anticorpos G após quatro semanas (sorologia IgM e IgG para rubéola).
Quando infectado, o organismo começa a produzir anticorpos para combater o vírus, mais especificamente chamados de IgG e IgM. O exame detecta a presença de um ou de ambos os anticorpos no sangue. O exame de sangue para IgG pode identificar uma infecção passada ou vacinação anterior.
Todas as mulheres com possibilidade de engravidar devem realizar o exame de sangue para verificarem se há proteção. Se o exame der negativo, elas devem receber o imunizante contra rubéola. Pode ser realizado, também, um exame PCR-RT a fim de detectar o material genético do vírus.
Fatores de risco
Não ter tomado a vacina tríplice viral - que age também contra o sarampo e a caxumba - é o principal fator de risco para a rubéola, especialmente no caso de gestantes ou mulheres que pretendem engravidar.
Recém-nascidos costumam ser a faixa etária de maior risco, uma vez que ainda não foram vacinados contra a doença. O contato próximo com uma pessoa infectada também aumenta as chances de contrair a doença.
Saiba mais: Rubéola na gravidez: causas, riscos e prevenção
Tratamento
Não existe tratamento específico para a rubéola. Os médicos podem auxiliar no controle dos sintomas, orientando o consumo de água, administração de antitérmicos e anti-inflamatórios, se necessários.
O médico também pode optar por medicações homeopáticas para auxiliar o sistema imunológico e o sintoma respiratório. Nas crianças, em caso de sonolência, febre alta e persistente, dores articulares, vômitos ou diminuição do xixi, a avaliação médica é necessária.
Em caso de gravidez, é importante conversar com o médico sobre a melhor forma de combater a infecção e impedir que o bebê seja infectado também. As medidas tomadas contra o vírus podem reduzir os sintomas, mas não eliminam a possibilidade de a criança nascer com rubéola congênita.
Tem cura?
Uma vez tendo sido infectada pelo vírus da rubéola, a pessoa estará imune, sendo raros os casos de reinfecção. Após a melhora do quadro, o tratamento para rubéola normalmente é dispensado, tendo em vista que os sintomas costumam desaparecer sozinhos.
Prevenção
A vacinação é o meio mais seguro e eficaz de prevenir rubéola e está disponível no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A primeira dose da vacina da tríplice viral é administrada em bebês a partir dos 15 meses de vida, e a dose de reforço é feita entre os quatro e seis anos de idade. Mulheres que não contraíram a doença devem se imunizar antes da gravidez e gestantes não podem tomar a vacina.
Saiba mais: Vacina tríplice viral: sarampo, caxumba e rubéola devem ser prevenidas também na fase adulta
Complicações possíveis
Apesar de casos graves da doença em adultos serem raros, pode acontecer de a rubéola evoluir para complicações mais sérias, como otite média e até encefalite.
Grávidas podem apresentar artrite nos dedos, nos pulsos ou nos joelhos, que pode durar aproximadamente um mês. As consequências para um recém-nascido que herdou a doença da mãe, no entanto, podem ser graves. Entre elas estão:
- Deficiência intelectual
- Catarata
- Surdez
- Problemas cardíacos congênitos
- Defeitos no funcionamento de alguns órgãos
- Crescimento lento
Referências
Sociedade Brasileira de Infectologia