A Dra. Renata Rabelo Ferretti é uma autoridade em Oftalmologia no Brasil. Ela fez residência médica na Clínica Rask...
iRedatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO que é Conjuntivite?
Conjuntivite é a inflamação da membrana externa do globo ocular, o branco dos olhos, e do interior das pálpebras. Os principais sintomas da conjuntivite são vermelhidão nos olhos, coceira e olhos lacrimejantes. Em geral, a conjuntivite ataca os dois olhos, dura até 15 dias e não costuma deixar sequelas.
Causas
O que causa conjuntivite?
A conjuntivite pode ser causada por reações alérgicas a poluentes ou substâncias irritantes — como poluição, fumaça, cloro de piscinas e produtos de limpeza ou de maquiagem. A mais comum delas é a conjuntivite alérgica, ou febre do feno, geralmente causada por pólen espalhado no ar
A conjuntivite pode ser causada, também, por vírus e bactérias. Nestes casos, a conjuntivite é contagiosa e pode ser transmitida pelo contato direto com as mãos, com a secreção ou com objetos contaminados.
Saiba mais: Tire 4 dúvidas comuns sobre conjuntivite e sua transmissão
Tipos
A conjuntivite pode ser dividida em três tipos, sendo eles:
1. Conjuntivite infecciosa
A conjuntivite infecciosa é o tipo mais comum e se configura como contagiosa, ou seja, é possível passar para outras pessoas pelo ar ou por contato com o local. Ela pode acometer um ou os dois olhos e, normalmente, os sintomas incluem lacrimejamento, sensação de areia nos olhos, secreção clara ou amarelada e hiperemia (olhos vermelhos).
A conjuntivite infecciosa pode ser dividida três subtipos:
Conjuntivite viral
A conjuntivite viral é transmitida por um vírus conhecido como adenovírus. Diferente do que muitos pensam, esse tipo de conjuntivite não é transmitido pelo ar, mas sim pelo contato com as secreções oculares e também através de tosse e de espirro do paciente infectado.
Conjuntivite bacteriana
A conjuntivite bacteriana não é tão comum quanto a viral, porém, ela pode ser mais perigosa. É transmitida através do contato pessoal com a bactéria. Portanto, se a pessoa encostar nos olhos ou em algum local contaminado, ela será infectada.
Conjuntivite fúngica
A conjuntivite fúngica é causada por fungos e é a mais rara entre todos os tipos. Ela ocorre quando uma pessoa machuca os olhos com madeira ou então por lentes de contato em más condições. Por ser muito difícil de tratar, a conjuntivite fúngica pode causar complicações permanentes na visão.
2. Conjuntivite alérgica
A conjuntivite alérgica é decorrente de alergia, principalmente por ácaro e pólen. Pode causar olhos vermelhos e coceira ocular e não é contagiosa. Há quatro formas de conjuntivite alérgica, sendo elas:
- Conjuntivite sazonal, geralmente associada à rinite ou à asma, que é a mais comum
- Ceratoconjuntivite atópica, que é associada à dermatite atópica
- Conjuntivite primaveril, que se inicia na infância e pode se estender até os 15 anos
- Conjuntivite papilar gigante, associada comumente ao uso de lentes de contato
3. Conjuntivite tóxica
A conjuntivite tóxica ocorre quando os olhos entram em contato direto com algum produto químico, como produtos de limpeza, xampus, venenos agrícolas ou inseticida. Esse tipo também é bastante raro, porém, muito perigoso. Quando não tratado da forma correta, ele pode trazer complicações para a visão.
Sintomas
Sintomas de conjuntivite
O principal sintoma de conjuntivite é a vermelhidão nos olhos. Outros sinais que podem se manifestar incluem:
- Olhos lacrimejantes
- Pálpebras inchadas
- Secreção purulenta (conjuntivite bacteriana)
- Sensação de areia ou de ciscos nos olhos
- Secreção esbranquiçada (conjuntivite viral)
- Coceira
- Fotofobia, dor ao olhar para a luz
- Visão borrada
- Pálpebras grudadas ao acordar
- Sintomas como febre e dor de garganta podem surgir em alguns casos, o que sugere a presença do adenovírus no organismo
Diagnóstico
A conjuntivite é diagnosticada através de um exame oftalmológico usando a lâmpada de fenda, uma fonte de luz de alta intensidade que pode ser focada para brilhar como uma fenda.
É usada em conjunto com um microscópio e facilita a observação das estruturas frontais do olho humano, que incluem pálpebra, esclera, conjuntiva, íris, cristalino e córnea. Em alguns casos o diagnóstico pode ser feito também por meio de coleta de secreção para exames.
Fatores de risco
O fator de risco mais comum é colocar as mãos sujas e/ou contaminadas nos olhos. Além disso, existem doenças que podem predispor o indivíduo à conjuntivite, como herpes e doenças autoimunes ou virais. A baixa imunidade também pode favorecer o surgimento da conjuntivite. Outros fatores de risco são:
- Exposição a algo para o qual você é alérgico (conjuntivite alérgica)
- Exposição a alguém infectado com a forma viral ou bacteriana da conjuntivite
- Uso de lentes de contato, especialmente prolongado
Buscando ajuda médica
Existem diversas condições que podem causar vermelhidão no olho, provocando dor nos olhos, sensação de que algo está preso em seus olhos, visão turva e sensibilidade à luz. Se você tiver esses sintomas, procure um especialista com urgência.
Se seus sintomas não começam a melhorar nas primeiras 12 a 24 horas, faça uma consulta com seu médico para garantir que você não tenha uma infecção ocular mais grave relacionada ao uso de lentes de contato. A conjuntivite pode ser altamente contagiosa, especialmente duas semanas após os sintomas começarem.
Tratamento
Como curar a conjuntivite?
O tratamento da conjuntivite é determinado pelo agente causador da doença. Veja como tratar cada tipo:
1. Conjuntivite viral: não existem medicamentos específicos e o tratamento foca em amenizar os sintomas de conjuntivite.
2. Conjuntivite bacteriana: o tratamento inclui a indicação de um colírio antibiótico, que deve ser prescrito por um médico.
3. Conjuntivite alérgica: no caso de doença crônica, deve-se tomar algumas medidas para diminuir a intensidade e a frequência das crises, como não coçar os olhos, evitar acúmulo de pó na casa, lavar os olhos e realizar compressas geladas com água filtrada.
Remédios caseiros para conjuntivite funcionam?
Os remédios caseiros para conjuntivite, como compressas de chá, não são eficazes na maioria dos casos, pois os olhos são sensíveis e não devem ser tratados com produtos sem prescrição. Isso pode piorar o quadro. O certo é realizar compressas com água filtrada gelada, já que a temperatura fria ajuda a diminuir a inflamação local.
Saiba mais: Remédios caseiros para conjuntivite
Medicamentos
Remédios e colírios para conjuntivite
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.
Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula
Os medicamentos mais usados para o tratamento de conjuntivite são:
- Asmofen
- Celestamine
- Celerg
- Celergin
- Cilodex
- Ciprofloxacino
- Clordox
- Fumarato de Cetotifeno (xarope)
- Dexavison
- Doxiciclina
- Flanax
- Fumarato de Cetotifeno
- Gentamicina
- Hixizine
- Koide D
- Maxitrol
- Meticorten
- Prednisolona
- Prednisona
Tem cura?
A conjuntivite tem cura, mas alguns casos podem deixar sequelas — como em conjuntivites virais, que podem provocar pequenas opacidades na córnea interferindo na visão. Mas, com o tratamento adequado, isso pode ser resolvido.
Importante mencionar que se dentro dos sete dias de tratamento não houver resposta ou houver piora, retorne ao especialista para reavaliação, pois alguns agentes etiológicos podem ser resistentes à medicação prescrita e ela deve ser trocada.
Prevenção
A prevenção da conjuntivite pode ser feita com algumas medidas:
- Não coçar os olhos
- Não compartilhar toalhas do banheiro ou usar toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos
- Lavar com frequência o rosto e as mãos
- Trocar as fronhas dos travesseiros periodicamente
- Evitar aglomerações ou frequentar piscinas de academias ou clubes
- Não compartilhar o uso de esponjas, rímel, delineadores ou de qualquer outro produto de beleza
- Não se automedicar
Prevenção da conjuntivite em bebês
Os olhos dos recém-nascidos são suscetíveis a bactérias normalmente presentes no canal de parto da mãe. Essas bactérias não causam sintomas na mãe, mas, em casos raros, podem fazer com que as crianças desenvolvam uma forma grave de conjuntivite conhecida como oftalmia neonatorum, que precisa de tratamento sem demora para preservar a visão.
É por isso que logo após o nascimento, uma pomada antibiótica é aplicada aos olhos de cada recém-nascido. A pomada ajuda a prevenir a infecção ocular.
Convivendo (Prognóstico)
Para conviver melhor com a conjuntivite é importante seguir todas as dicas de prevenção, além de parar com o uso de lentes de contato até a liberação do médico
Complicações possíveis
As conjuntivites podem causar ceratite (um tipo de arranhadura na córnea) e úlcera de córnea, principalmente para os usuários de lentes de contato. Além disso, pode haver o aparecimento de membrana conjuntival que, se não retirada, forma cicatrizes que dificultam a lubrificação dos olhos. Podem surgir também pontos brancos na córnea, que causam baixa visão.
As conjuntivites alérgicas – condição crônica em que a córnea se curva para fora – se não tratadas corretamente, podem causar úlceras de córnea e até ceratocone.
Referências
Ministério da Saúde
Marcelo Cavalcante Costa, oftalmologista do Hospital Samaritano Higienópolis (SP)
Omar Assae, oftalmologista do Hospital Cema
Mayo Clinic