Formada em Medicina na Universidade Federal de Uberlândia, fez Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia em Ub...
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iO que é Vaginite atrófica?
Também chamada de atrofia vaginal, a vaginite atrófica é definida como a secagem e a inflamação das paredes vaginais devido à falta de produção de estrogênio, ocasionando em queimação, coceira, manchas e dor durante as relações sexuais, assim como micção frequente e infecções do trato urinário.
A atrofia vaginal ocorre mais frequentemente após a menopausa, mas também pode se desenvolver durante a amamentação ou em qualquer outro momento em que o corpo da mulher diminui a produção de estrogênio.
Causas
A atrofia vaginal é causada por uma redução na produção de estrogênio. Sem estrogênio, o revestimento da vagina pode se tornar mais fino e menos elástico e também estreitar o canal vaginal.
Além disso, menos estrogênio diminui a quantidade de fluidos vaginais normais e altera o equilíbrio ácido da vagina. Entre as causas de vaginite atrófica estão:
- Climatério e pós-menopausa
- Período de amamentação
- Após a remoção cirúrgica de ambos os ovários
- Após radioterapia pélvica para o câncer
- Após tratamento de quimioterapia
- Medicamentos (como inibidores da aromatase para o tratamento do câncer de mama).
Sintomas
Com uma vaginite atrófica moderada ou grave a mulher poderá detectar os seguintes sintomas:
- Secura vaginal
- Ardor, coceira ou queimação
- Corrimento vaginal
- Ardor ao urinar
- Micção urgente
- Infecções do trato urinário
- Incontinência urinária
- Sangramento após relação sexual
- Dor ou desconforto durante o ato sexual
- Falta de lubrificação vaginal durante a atividade sexual
- Encurtamento do canal vaginal
Saiba mais: Menopausa e desejo sexual
Diagnóstico
O profissional de saúde pode diagnosticar a atrofia vaginal com base em seus sintomas e em um exame pélvico para verificar a aparência da vagina, o que ajudará a saber se você está ou não na menopausa.
A vaginite atrófica pode ser diagnosticada por um clínico geral ou ginecologista obstetra por meio dos seguintes exames:
- Exame pélvico, durante o qual o médico sente os seus órgãos pélvicos e examina a sua genitália externa, vagina e colo do útero
- Exame de urina, que envolve a coleta e análise da urina
- Teste de equilíbrio ácido. Envolve tomar uma amostra de fluidos vaginais e testar sua acidez.
Fatores de risco
Algumas mulheres têm maior probabilidade do que outras de desenvolver vaginite atrófica e alguns fatores podem contribuir para a vaginite atrófica, tais como:
- Tabagismo
- Mulheres que nunca tiveram parto normal
- Ausência de atividade sexual
- Distúrbios imunológicos.
Tratamento
Com o tratamento, é possível melhorar a saúde vaginal e melhorar a qualidade de vida da paciente. Alguns tratamentos destinam-se a tratar os sintomas de atrofia, já outros tratam especificamente da perda de estrogênio, o que também atuará no alívio dos sintomas.
Os lubrificantes à base de água podem ajudar a restaurar a umidade da vagina e tratar a secura, ajudando a aliviar o desconforto durante as relações sexuais.
A terapia de reposição de estrogênio pode ser recomendada em caso de sintomas graves com o intuito de melhorar a elasticidade vaginal e a umidade natural. O estrogênio pode ser administrado por via tópica ou oral.
Também pode ser recomendado o uso de dilatadores e dispositivos para ajudar a dilatar o canal vaginal a fim de proporcionar atividades sexuais sem dor e incômodo.
Prevenção
O corpo da mulher naturalmente secreta menos estrogênio com a idade, contudo, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar a mulher a passar por esse período da maneira mais confortável possível.
A prática regular de atividade sexual é um dos melhores métodos preventivos para vaginite atrófica. Apesar de a atividade sexual não ter efeito sobre os níveis de estrogênio, ela ajuda a aumentar o fluxo de sangue para a vagina, mantendo os tecidos vaginais sempre saudáveis. A masturbação também pode ajudar a prevenir o problema.
Usar roupas íntimas de algodão pode melhorar os sintomas e ajudar na circulação de ar ao redor dos órgãos genitais, tornando-os um ambiente menos ideal para o crescimento de bactérias.
Complicações possíveis
A vaginite atrófica aumenta o risco de outras infecções vaginais e pode levar, também, a alguns problemas urinários, como:
Infecções vaginais: a vaginite atrófica leva a uma mudança no equilíbrio ácido da vagina, tornando-o mais suscetível a infecções na região.
Problemas urinários: essa condição também pode levar a mudanças no sistema urinário, que, consequentemente, podem contribuir para a ocorrência de problemas urinários, como micção frequente ou urgente e ardência ao urinar (disúria). Algumas pessoas podem, ainda, apresentar incontinência urinária e outros tipos de infecções no trato urinário.
Referências
Karen Rocha De Pauw (CRM SP 106923) - Médica ginecologista e obstetra, com especialização em Reprodução Humana no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo