Médico nutrólogo graduado na Faculdade de Medicina de Botucatu pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Fil...
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O que é Vitamina D baixa?
A vitamina D é considerada baixa quando a sua concentração está entre 10 e 20 ng/mL. Essa medição é feita a partir de exame de sangue.
Quanto menor a quantidade de vitamina D no corpo, maiores são os riscos para a saúde. Por exemplo: se uma pessoa apresentar níveis entre 10 e 20 ng/mL, as chances de sofrer perda de massa óssea, osteoporose e fraturas aumentam.
Agora, se os níveis estiverem abaixo de 10 ng/mL, há risco de mineralização óssea - que, dependendo da idade do indivíduo, pode resultar em osteomalácia e raquitismo.
Causas
A principal causa para vitamina D baixa é a falta de exposição solar. Por isso, pessoas que ficam muito tempo em ambientes fechados (trabalhando, estudando etc.) têm mais chances de apresentar níveis insuficientes do hormônio.
Existem ainda algumas condições que atrapalham a metabolização da vitamina D, como osteomalácia, raquitismo, osteoporose, hiperparatireoidismo secundário e doenças inflamatórias, autoimunes, intestinais ou renais. Grávidas, crianças e idosos também possuem mais dificuldade para sintetizar o nutriente.
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Sinais
Na maioria dos casos, especialmente quando os níveis séricos ainda não estão abaixo de 10 ng/mL, a condição costuma ser assintomática. “Quando os sintomas aparecem é importante ficar atento à fadiga, à fraqueza muscular e à dor crônica”, explica Hélio Vannucchi, nutrólogo e membro do Conselho Científico e de Administração do ILSI Brasil.
A falta de vitamina D pode causar os seguintes sintomas:
- Fraqueza nos ossos;
- Maior risco de fraturas;
- Dor muscular;
- Dor nos ossos;
- Cãibras;
- Fadiga;
- Mal-estar generalizado;
- Atraso no crescimento infantil;
- Arqueamento das pernas em crianças;
- Alargamento dos ossos da perna e dos braços em crianças;
- Atraso no nascimento dos dentes;
- Cárie precoce em bebês;
- Osteomalácia;
- Osteoporose;
- Queda de cabelo (em adultos).
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Diagnóstico
O diagnóstico de vitamina D baixa é feito através de exame de sangue, que pode ser solicitado junto com outros exames de rotina ou só para investigar a origem dos sinais característicos de falta de vitamina D.
Tratamento
O tratamento mais eficaz para vitamina D baixa é repor o nutriente através de suplementação. Para a população geral saudável, o ideal é fazer isso até que atinja níveis séricos maiores do que 20 ng/mL. Para pessoas que fazem parte do grupo de risco, a recomendação é entre 30 e 60 ng/mL.
É importante seguir à risca a indicação médica e não repor a vitamina D em excesso. Isso porque níveis acima de 100 ng/mL são considerados tóxicos e perigosos à saúde, podendo causar confusão mental, dor de cabeça, náuseas, vômito, aumento da pressão arterial e acúmulo de cálcio nas artérias e no rim - que pode provocar lesões permanentes.
“O nível adequado de vitamina D pode ser alcançado com o consumo de 600 a 800 UI (unidades internacionais) por dia entre adultos e idosos, mas só os médicos podem orientar a respeito da sua real necessidade. É importante enfatizar que níveis diários acima de 4000 UI podem ser tóxicos”, reforça Vannucchi.
Prevenção
Para evitar que a vitamina D fique abaixo do ideal, é preciso tomar sol todos os dias de 15 a 30 minutos e sem protetor solar, já que esse nutriente só é produzido quando os raios ultravioleta (UV) atingem a pele. O horário mais seguro para fazer isso é das 07h às 10h e das 16h às 18h - evitando o intervalo entre 10h e 16h, pois a incidência dos raios UV fica mais alta e pode ser nociva à saúde.
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Cada faixa etária irá metabolizar a vitamina D de uma maneira. Em adultos, seguir essa recomendação de exposição solar diária já garante mais de 70% da quantidade necessária de vitamina. Crianças e adolescentes, por outro lado, sintetizam toda a quantidade recomendada se expondo aos raios solares apenas duas ou três vezes por semana.
O grande desafio, porém, são os idosos, que possuem limitações na hora de sintetizar a vitamina D através da pele e acabam precisando de suplementação com uma frequência um pouco maior.
Também é possível encontrar vitamina D em vegetais folhosos, gema de ovo, fígado, laticínios, peixes e alimentos fortificados industrialmente com o nutriente. Porém, a concentração é bem mais baixa.
Além de evitar os prejuízos causados pela baixa concentração do hormônio, manter os níveis de vitamina D estáveis traz muitos benefícios para a saúde de modo geral.
“A vitamina D3 estimula a absorção intestinal de cálcio e a reabsorção renal e a mobilização de cálcio dos ossos. A vitamina D participa da função cardíaca e do controle da pressão arterial, e ainda é tida como moduladora do sistema imunológico, garantindo imunidade celular inata”, finaliza o nutrólogo.