Vacina do herpes zóster: quem pode tomar e para que serve

O que é Vacina do herpes zóster?

A vacina do herpes zóster é composta pelo vírus varicela-zóster. No Brasil, atualmente existem duas vacinas contra a doença: a Zostanax, que é composta pelo vírus vivo atenuado, e a Shingrix, desenvolvida pelo vírus inativado. 

As vacinas ativam o sistema imunológico para ajudá-lo a se proteger do herpes zóster. O risco de desenvolver a doença parece estar relacionado à diminuição da imunidade específica ao vírus vivo da varicela-zóster (VVZ).

A vacina demonstrou aumentar essa imunidade. Considera-se que o fortalecimento do sistema imunológico seja o mecanismo que proteja o organismo contra o herpes zóster e suas complicações.

Doenças que a vacina previne

Essa vacina previne o herpes zóster, doença conhecida popularmente como "cobreiro". O herpes zoster é uma infecção viral que provoca vesículas na pele e geralmente é acompanhada de dor intensa.

A doença pode acometer qualquer parte do seu corpo, mas é mais frequente no tronco e no rosto, evidenciando-se como uma faixa de vesículas em apenas um dos lados do corpo.

O herpes zoster causado pelo vírus varicela-zoster - o mesmo agente da catapora - e acomete pessoas que tiveram catapora em algum momento da vida e ficaram com vírus latente (adormecido) em gânglios do corpo. Anos mais tarde, esse vírus pode reativar na forma de herpes zóster.

Quase todo adulto que teve catapora apresenta risco de ter herpes zóster. O risco aumenta com a idade, principalmente após os 50 anos. Estima-se que, na população em geral, o risco de desenvolver herpes zóster seja de cerca de 30% durante toda a vida. Nas pessoas com 85 anos, calcula-se que uma em cada duas terá essa doença.

A vacina pode reduzir as chances de desenvolver a doença. No entanto, algumas pessoas sofrem com herpes zóster mesmo após tomar a vacina. Nesses casos, ter tomado a vacina anteriormente ajuda na prevenção de nevralgia prolongada (dor relacionada aos nervos), sintoma que pode acompanhar o herpes zóster. A vacina também pode reduzir a intensidade e a duração da dor causada pelo herpes zóster.

Onde encontrar a vacina

Por enquanto, ambas as vacinas disponíveis para a herpes zóster não estão disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Elas podem ser encontradas em laboratórios e hospitais particulares do país.

Doses e administração da vacina

O esquema de vacinação contra herpes zóster varia de acordo com o imunizante. Confira a seguir:

Zostavax (atenuada)

A vacina Zostavax é administrada em dose única injetável por via subcutânea (abaixo da pele). A vacina do herpes zóster pode ser administrada ao mesmo tempo que a vacina influenza.

Shingrix (inativada)

Já a vacina Shingrix é administrada com uma injeção de 0,5 L no músculo, geralmente na pare superior do braço, em duas doses, com dois meses de diferença entre as aplicações. Se for necessária flexibilidade no calendário vacinal, a segunda dose pode ser administrada entre dois e seis meses após a primeira dose.

Com base em sua condição médica, o médico também pode recomendar a aplicação da segunda infecção um mês após a primeira injeção.

A Shingrix pode ser administrada se você já tiver vacinado com uma vacina atenuada (Zostavax). Consulte seu médico para mais informações.

Indicações da vacina do herpes zóster

A vacina do herpes zóster atenuada deve ser utilizada em adultos a partir de 50 anos de idade. Já o imunizante inativado, além dessa parcela da população, também é indicado para adultos com 18 anos de idade ou mais com risco aumentado de desenvolver a doença.

É o caso de pessoas com imunocomprometimento, ou seja, pacientes em tratamento de câncer, que vivem com HIV, que possuem lúpus ou esclerose múltipla, pessoas que vão passar por transplante de órgãos ou medula óssea.

Contraindicações

Contraindicações

Você não deve receber a vacina do herpes zóster se:

• For alérgico a algum dos ingredientes (isso inclui alergia à gelatina ou à neomicina);
• Tiver tuberculose ativa não tratada;
• Estiver grávida.

Antes de receber a vacina do herpes zóster, você deve avisar seu médico ou médica se:

Saiba mais: Tire oito dúvidas sobre a vacinação

• Apresenta problema de sangramento ou hematomas com facilidade;
• Apresenta ou apresentou qualquer problema de saúde;
• Apresenta alergias, incluindo alergia à gelatina ou à neomicina;
  
• Apresenta febre;
• Esteja tomando medicamentos ou recebeu outra vacina recentemente;
• Esteja suspeitando de gravidez;
• Esteja amamentando.

Efeitos adversos possíveis

A vacina do herpes zóster pode causar eventos adversos. Confira a seguir:

Zostavax

Nos estudos realizados com a vacina atenuada, os eventos adversos mais comuns (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento) ocorreram no local da injeção. Esses eventos adversos incluíram vermelhidão, dor, inchaço, coceira, calor e ferimento no local da injeção. Também houve relato de dor de cabeça.

Os eventos colaterais adicionais a seguir foram relatados no uso geral da vacina:

• Reações alérgicas, que podem ser graves e incluir dificuldade para respirar ou engolir. Se você apresentar uma reação alérgica, ligue imediatamente para seu médico
• Febre
• Urticária no local da injeção
• Dor articular
• Dor muscular
• Erupção cutânea
• Erupção cutânea no local da injeção
• Gânglios inchados próximo ao local da injeção (o inchaço pode durar alguns dias a algumas semanas).

Shingrix

Entre os efeitos colaterais da vacina inativada, de maneira geral, estão:

• Cefaleia;

• Desconfortos estomacais e digestivos (incluindo náusea, vômito, diarreia e/ou dor de estômago);

• Dores musculares (mialgia);

• Dor, vermelhidão e inchaço no local da injeção;

• Cansaço;

• Calafrios;

• Febre;

• Coceira no local da injeção;
• Gânglios inchados no pescoço, axila ou virilha;
• Dores nas articulações;
• Reações alérgicas, incluindo erupção cutânea, urticária, inchaço da face, língua ou garganta, que pode causar dificuldade em engolir ou respirar.

Informe imediatamente seu médico sobre sintomas incomuns ou graves que surgirem depois de receber a vacina. Se a condição persistir ou piorar, procure seu médico.

Perguntas frequentes

Existem exames que podem identificar estou imunizado?

Vacinas de patógenos vivos, no caso da vacina atenuada, que podem causar a doença, conseguem sim ser identificadas por meio de exames de sangue - mas isso não tem relevância no ponto de vista médico.

Isso porque a única forma de comprovar que uma pessoa está vacinada ou não é pela apresentação do registro na carteirinha. Inclusive, o Ministério da Saúde só considera vacina válida aquela em que o registro foi credenciado corretamente por uma corporação autorizada.

Se eu não me lembro de ter tomado a vacina, posso ir ao posto e repetir a dose?

Sim. A melhor medida a fazer nesses casos é conferir a carteirinha de vacinação. Mas se você a perdeu por algum motivo, ou então achou que estava vacinado, mas não consta no registro, o melhor a fazer é se vacinar, ainda que repetidamente.

Contudo, é preciso ficar atento às vacinas de vírus vivos de doenças graves, como a febre amarela, porque há uma mínima chance de o excesso do vírus causar a doença. Fora esses casos, o melhor a fazer é se certificar e tomar a vacina. Lembrando sempre que as vacinas são ainda mais seguras quando o calendário é seguido.

Pessoas com alergia a alguma vacina não poderão tomá-la nunca mais?

No geral, é muito difícil uma pessoa ser alérgica à vacina em si, mas a outros elementos que estão dentro dela. As contraindicações existem somente para pessoas que já sofreram um choque anafilático nos seguintes casos: para anafilaxias por ovo é contraindicada as vacinas de sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela, pois esses vírus vivos são cultivados no alimento antes de irem para a vacina; em casos de anafilaxias por mercúrio são contraindicadas as vacinas com esse elemento, no geral as ministradas pelo SUS; e quem já teve choque anafilático por látex deve se informar sobre as vacinas em seu local de vacinação padrão, pois algumas podem conter resquícios da substância.

Referências

Bula da Vacina Zostavax, disponibilizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

Bula da Vacina Shingrix, disponibilizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Sociedade Brasileira de Imunizações

Clínico geral Eduardo Finger (CRM: SP72161), coordenador do departamento de pesquisa e desenvolvimento do SalomãoZoppi Diagnósticos