Possui graduação em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (1973) e doutorado em Faculdade de Medicina pela Faculdade...
iA perda do cabelo e as náuseas são geralmente os efeitos do tratamento para câncer de mama que mais preocupam a paciente. No entanto, a diminuição da libido é um efeito colateral comum no tratamento do câncer, embora pouco discutido. Em uma análise de qualidade de vida de 600 pacientes, a função sexual foi caracterizada mais baixa nas mulheres que receberam quimioterapia para o câncer de mama do que para as que não o fizeram.
Durante o tratamento oncológico, a diminuição da libido ocorre devido às medicações usadas, como os quimioterápicos, terapias hormonais e outros. A quimioterapia e hormonioterapia podem causar secura, diminuição da lubrificação, estreitamento vaginal e úlceras em mucosas, como boca, garganta, vagina e reto. Embora o motivo não seja a diminuição da libido, o ato sexual pode se tornar desconfortável, acarretando a perda do interesse sexual.
A perda de cabelo, alteração do peso, e outros efeitos dos tratamentos oncológicos podem afetar a aparência, levando a uma baixa estima, e consequentemente levar a um desconforto em relação à intimidade sexual. As alterações físicas podem também resultar da menopausa induzida pelos medicamentos oncológicos. A perda do desejo também pode estar diretamente relacionada à diminuição dos níveis de estrogênio, progesterona ou testosterona, causada pelo tratamento contra o câncer. Entretanto, é importante lembrar que nem todos os medicamentos e tratamentos causam diminuição na libido.
A tristeza e outros sentimentos que surgem junto com o câncer também podem contribuir para esse quadro. A depressão é resultado tanto do medo pelo diagnóstico quanto das dificuldades impostas pelo tratamento do câncer de mama, e isso pode afetar o interesse sexual. Além disso, algumas terapias para a depressão, feitas durante o andamento do câncer de mama, podem causar perda de libido. A medicação deve ser cuidadosamente administrada e monitorada por médico qualificado. Alguns antidepressivos podem interferir com a capacidade do organismo para converter o medicamento oncológico em sua forma ativa, impedindo-o de obter o benefício do tratamento contra o câncer.
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Nesse cenário, é importante a comunicação e a compreensão do parceiro, de forma a fortalecer o relacionamento e manter a intimidade. A falta da comunicação pode fazer o parceiro sentir-se rejeitado e não saber como ajudar. Além do parceiro, o seu médico oncologista pode prescrever medicamentos para atenuar os efeitos colaterais do tratamento e o motivo que leva ao desinteresse sexual. Se a perda do interesse sexual está relacionada a problemas de autoestima, existem várias formas de ajudar, inclusive acompanhamento com psicólogo. Ou se a raiz do problema é a perda de cabelo, usar perucas pode ajudar a minimizar o problema.
Com a colaboração de Dr. Emerson Neves dos Santos (Médico Oncologista da CLINONCO ? Clínica de Oncologia Médica, Graduado pela Faculdade de Medicina de Teresópolis, Coinvestigador de Pesquisas Clínicas Nacionais e Internacionais e Oncologista do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos (SP).