Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Os médicos não parecem ser mais tão rápido quanto antes para sacar seus blocos de receita quando o assunto são distúrbios psiquiátricos em crianças pré-escolares. Isso é o que afirma um estudo publicado dia 30 de setembro na revista Pediatrics e feito no Hospital Infantil de Cincinnati, em Ohio (EUA).
O estudo analisou dados de pesquisas do governo com mais de 43 mil consultas pediátricas - em crianças de dois e cinco anos - entre 1994 e 2009 para consultórios e ambulatórios em todo os EUA. Após atingir um pico entre 2002 e 2005, o uso de drogas como estimulantes e antidepressivos para tratar TDAH e depressão, respectivamente, estabilizou entre 2006 e 2009, apesar de o diagnóstico desses distúrbios ter subido em relação ao mesmo período de tempo. O trabalho mostra também que uma criança diagnosticada com algum problema entre 2006 e 2009 tinha metade das chances de receber um medicamento do que crianças diagnosticadas entre 1994 e 1997.
Os cientistas sugerem que os médicos podem estar usando tratamentos como terapia comportamental em prescrições para ajudar crianças e jovens. Eles atribuem a diminuição, em parte, a uma maior consciência dos médicos e pais sobre os perigos potenciais de alguns medicamentos comumente prescritos. No entanto, a pesquisa revela um aumento do uso desse tipo de medicamentos entre certos grupos: meninos, crianças brancas e crianças sem seguro de saúde privado durante o período de estudo em geral, 1994-2009. O diagnóstico de TDAH foi o mais comum, e estimulantes foram os medicamentos psiquiátricos mais frequentemente prescritos.
16 dicas para melhorar a vida da criança com TDAH
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é o transtorno psiquiátrico mais comum não-diagnosticado entre os adultos e um dos mais prevalentes na população mundial: 3 a 5% de adultos e crianças apresentam o problema, segundo o psicólogo clínico Ronaldo Ramos, diretor executivo da Associação Brasileira de TDAH. Um novo levantamento feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também mostra que o consumo do medicamento metilfenidato, usado para o tratamento de hiperatividade, cresceu 75% de 2009 a 2011 por crianças com idades entre seis a 16 anos."O uso de medicação contra TDAH pode ser iniciado por volta dos oito anos de idade, de forma a estimular uma maior produção de neurotransmissores no cérebro da criança e melhorar a atenção", explica o psicólogo Ronaldo. Mas é preciso fazer um diagnóstico preciso da doença antes e - se realmente for detectado o problema - aliar ao tratamento medicamentoso terapias e alguns hábitos diários. Confira o que especialistas recomendam aos pais e responsáveis para melhorar o convívio, o bem-estar e o desenvolvimento da criança.
Recarregue a "bateria"
Algumas crianças com TDAH podem descarregar a energia rapidamente. Se for o caso do seu filho, procure sempre incluir momentos na rotina para recarregar a disposição: um simples cochilo durante o dia, o hábito de passear com o cachorro, um fim de semana diferente longe de casa, entre outras atividades. Descubra como a sua criança pode se sentir melhor.