Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iToda semana, a história se repete. Cansado de lutar contra o intestino preso, você acaba apelando aos laxantes como uma solução prática contra o problema. Tem gente, inclusive, que recorre aos medicamentos antes mesmo que a prisão de ventre se instale, a fim de regular o reloginho intestinal.
É importante saber que o primeiro passo para colocar tudo nos eixos é limpar sua cabeça de raciocínios prontos. "Ir ao banheiro diariamente é uma regra que não se aplica a todo mundo, já que cada organismo apresenta um andamento diferente", tranquiliza o gastroenterologista da Unifesp, Roberto de Carvalho Filho.
O intervalo para eliminação das fezes pode variar de três vezes por dia a três vezes na semana e todos são considerados normais. "Mas fugir disso não indica algum tipo de doença intestinal", garante Roberto. Isso porque, além da frequência, o diagnóstico de um problema intestinal é feito a partir de outros sintomas, como dor e distensão abdominal, esforço excessivo durante a eliminação das fezes, sangramento e sensação de insatisfação.
Muito comum também é pensar nos laxantes como medida preventiva. Eles não servem para educar seu intestino, e sim para os casos em que a prisão de ventre já está incomodando. "O paciente precisa entender que os laxantes servem como um tipo de tratamento inicial", alerta o gastro. Ao colocar mais fibras e líquidos na alimentação, é possível regular o intestino naturalmente, uma mudança que vem aos poucos, e não da noite para o dia.
Um erro frequente, notado pelo especialista, é o abandono da alimentação balanceada assim que o intestino volta a funcionar. Ele exemplifica a importância da água e das fibras na alimentação, comparando o bolo fecal a um bolo comum. A fibra representa a farinha usada em qualquer tipo de bolo. E a água, o leite. A proporção adequada para que esse bolo não desande é de 25 gramas de fibras e de 2 a 3 litros de água, ou quaisquer outros líquidos, por dia.
Para te ajudar a atingir a recomendação do nutriente, conte com as frutas que levam a fama de combatentes da prisão de ventre, como mamão, ameixa e figo. Porém, muita calma na hora de cortar a maçã do cardápio. Apesar da imagem denegrida, nenhum estudo comprova que a fruta é uma das causadoras do intestino preso. Muito pelo contrário. Sua casca é rica em fibras e pode ser usada como aliada na alimentação contra o intestino preso.
Mude os maus hábitos
O especialista da Unifesp afirma que 90% dos casos de prisão de ventre são considerados constipações funcionais. Isso significa que eles não estão relacionados a nenhum tipo de distúrbio orgânico, mas a maus hábitos. Algumas vezes, a alimentação é equilibrada, mas a distância do banheiro de casa impede o intestino de funcionar, um reflexo psicológico muito comum entre as mulheres e perfeitamente contornável desde que, aparecendo a vontade, não haja resistência. "Se o reflexo do intestino não é respeitado, as fezes se acumulam. Enquanto isso, o intestino vai absorvendo a água contida nelas, dificultando a eliminação posterior", completa.
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Fique de olho nos tipos de laxantes
A ação dos medicamentos é a mesma, no entanto, existem dois tipos de laxantes: os osmóticos e os irritantes. Roberto explica que os primeiros puxam a água contida nas paredes do intestino para o meio do órgão, fazendo o bolo fecal ficar mais pastoso e mais fácil de ser eliminado. Já os irritantes, como o nome sugere, irritam a mucosa intestinal, estimulando o órgão a agir. "Apesar de usar técnicas diferentes, a ação é a mesma, pois ambos estimulam o funcionamento do intestino para que haja a evacuação, promovendo um resultado imediato", diz o gastroenterologista da Unifesp.
Roberto ressalta que a ideia de que os laxantes viciam o intestino não é correta. Mas é importante sempre consultar seu médico caso não haja melhora da constipação e seus sintomas.