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Há quem não viva mais sem ele. Já outros, o deixaram de ladodepois de algumas notícias recentes. Sim, estamos falando do óleo de coco, umitem que conquistou espaço na casa de muitos brasileiros, mas que acabou tendoseus benefícios colocados em xeque após a divulgação de um estudo da AssociaçãoAmericana Coração, nos Estados Unidos.
A pesquisa indica que o óleo de coco tem o mesmo efeito noorganismo que outras gorduras animais e até mesmo que a manteiga. Isso se deveao alto nível de gordura saturada nesse óleo, podendo aumentar o famoso"colesterol ruim". Os cientistas afirmam que o óleo de coco contém82% de gordura saturada, um número mais alto que o da manteiga (63%), dagordura bovina (50%) e da banha de porco (39%).
No estudo, a associação americana afirma: "Recomendamossubstituir as gorduras saturadas na dieta por gorduras não saturadas - usandoóleos em vez de manteiga e escolhendo alimentos como abacate, peixes oleosos,nozes e sementes em vez de alimentos ricos em gorduras saturadas, como bolos,biscoitos, chocolate e carne gordurosa", completa.
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Porém, muitos especialistas enxergam de outra forma essaquestão. "Na verdade, qualquer gordura em excesso é prejudicial. Algunsestudos também falam que as gorduras saturadas do óleo de coco são saudáveis epodem aumentar o HDL (bom colesterol)", conta a nutricionista PâmelaSarkis.
A Associação Brasileira de Nutrologia - ABRAN explica que"As gorduras láuricas, como o óleo de coco, são resistentes à oxidação nãoenzimática e, ao contrário de outros óleos e gorduras, apresentam temperaturade fusão baixa e bem definida. Em virtude de suas propriedades físicas eresistência à oxidação, o óleo de coco é muito empregado no preparo de gordurasespeciais para confeitaria, sorvetes, margarinas e substitutos de manteiga decacau".
Por outro lado, a ABRAN ressalta que as associações do óleode coco com o tratamento de quadros neuro-degenerativos, obesidade edislipidemia, bem como para outras funções como imunomodulação e tratamentoantimicrobiano não foram confirmadas oficialmente. "Tais estudos sãopredominantemente experimentais, notadamente in vitro, não havendo estudosclínicos demonstrando esse efeito".
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Preciso parar de consumir o óleo de coco?
Para a nutricionista Pâmela Sarkis, não é preciso cortar o óleode coco da dieta. "Apenas preste mais atenção se o consumo está exageradoe fique atento quanto à procedência do produto", diz ela. A recomendação éde buscar óleos de coco extra virgens orgânicos. "Quando consumido emexcesso e quando a fonte extratora não é confiável, a extração de maneirainadequada pode conter outras substâncias químicas e outros óleos para mantersua cor branca e aumentar o rendimento", explica.
"No caso de excesso, o valor energético consumidoaumenta muito e pode promover ganho de peso. No caso de fontes não confiáveis,os produtos adicionados podem causar alergias, intoxicações e aumento degorduras no sangue", destaca a nutricionista. Entretanto, para ela,"os benefícios do óleo de coco são muito maiores do que os malefícios".Pâmela recomenda o uso na culinária (1 colher de chá por preparação, em fogobaixo), em bolos como substitutos de outros óleos, em misturas para lanchespré-treino, entre outros.
De acordo com ela, pessoas com problemas de coração edislipidemias, presença de níveis elevados de gorduras no sangue, devemconsumir com moderação e sob orientação de médico e nutricionista. A quantidadede consumo ideal para quem não tem problemas de saúde, de acordo com Pâmela, éde 10 a 20g/ml dia.
A ABRAN destaca que é preciso levar em consideração "arobusta associação entre consumo de ácidos graxos saturados e o risco dedoenças cardiovasculares e a ausência de grandes estudos bem controladosrelativos ao óleo de coco em humanos". Portanto, eles ressaltam que o óleode coco não deve ser prescrito na prevenção ou no tratamento da obesidade, notratamento de doenças neuro-degenerativas, como nutriente antimicrobiano oucomo imunomodulador.