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Quando pensamos em anorexia nervosa, logo a associamos a distúrbios psicológicos e alimentares que modificam a imagem que teríamos sobre nós mesmos. Porém, um novo estudo revela que a causa da também pode estar na genética.
Realizada por mais de 100 pesquisadores e publicada na revista científica Nature Genetics, a análise conclui que pacientes podem ter uma predisposição biológica para o desenvolvimento da anorexia, o que afeta o cérebro e o metabolismo.
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O que é anorexia nervosa
A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar relacionado à ansiedade, depressão, estresse e ao TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), que resulta em perda de peso excessiva, maior risco de doenças e depreciação da autoimagem em busca de um corpo cada vez mais magro.
A doença apresenta uma das maiores taxas de mortalidade no mundo entre os distúrbios psiquiátricos. Somente em São Paulo, transtornos alimentares como a anorexia nervosa atingem cerca de 77% das jovens, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde.
Um estudo anterior, divulgado no periódico Jama Psychiatry ressalta que o número de mortes devido à anorexia é mais alto do que o encontrado em pessoas com esquizofrenia e bipolaridade. A doença atinge até 4% das mulheres no planeta e 0,3% dos homens. Além disso, o risco de desenvolver anorexia é 11 vezes maior a mulheres que já tiveram casos do distúrbio na família.
Relação da anorexia com a genética
Os cientistas selecionaram aproximadamente 17 mil pacientes com anorexia e compararam seus DNAs com o de outros 55 mil voluntários sem anorexia nervosa. Os participantes pertencem a 17 países da América do Norte, Europa, Austrália e Ásia.
Transtornos psiquiátricos foram evidenciados como causas à anorexia nervosa; contudo, o estudo também confirmou oito mutações genéticas ligadas à doença. Assim, as origens do distúrbio podem ser tanto psicológicas quanto metabólicas.
Os pesquisadores revelaram que:
- As mutações genéticas associadas à anorexia desaceleram o metabolismo, fazendo com que as pessoas tenham mais dificuldade em queimar gorduras e açúcares.
- A genética dos pacientes tem relação com a atividade física: pessoas com anorexia tendem a ser altamente ativas, mesmo tendo baixa ingestão calórica.
- O DNA dos pacientes ligados à anorexia se sobrepõe a outros transtornos como ansiedade, depressão, TOC e até esquizofrenia.
Acredita-se que, com as descobertas, seja possível aderir a novas abordagens para prevenção e tratamento da anorexia, sobretudo em pacientes mais vulneráveis.
Sintomas da anorexia
Os principais sintomas apresentados por pessoas com anorexia nervosa são:
- Perda de peso
- Medo de engordar
- Recusar-se a manter o peso saudável recomendado
- Magreza extrema
- Imagem corporal distorcida
- Pausa da menstruação
- Redução do apetite
- Ida ao banheiro logo após às refeições
- Uso de medicamentos para urinar, evacuar ou reduzir o apetite
- Pele manchada ou amarelada
- Pensamento confuso ou lento
- Depressão
- Ansiedade
- TOC
- Boca seca
- Sensibilidade ao frio
- Perda de densidade óssea
Ao ter algum dos sintomas ou verificar que alguma conhecida ou conhecido os apresenta, procure um médico.
Tratamentos para anorexia
O maior desafio para tratar a anorexia nervosa é fazer com que a pessoa reconheça a doença e aceite curá-la, exercendo a autoaceitação. Assim, é comum que pacientes iniciem o tratamento quando já se encontram em um estado grave da doença.
Dessa forma, os tratamentos podem incluir:
- Reeducação alimentar
- Prática regular e mais amena de exercícios físicos
- Acompanhamento psiquiátrico
- Terapia psicológica
Em alguns casos, é necessária a internação para tratamento diário.
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