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Na Austrália, uma bebê recém-nascida com um tumor maior do que o seu corpo desafiou as probabilidades e as expectativas de vida dos médicos, ao sobreviver a uma cirurgia de seis horas.
Com 20 semanas de gestação, o casal Leina e Matt Schier descobriram que a bebê, Zayla, carregava um tumor de aproximadamente 1,47 quilo alojado do lado externo de seu corpo, peso superior ao corpo do próprio bebê.
A princípio os médicos não sabiam ao certo do que se tratava o caroço, embora as visualizações iniciais apontassem para um possível caso de espinha bífida. Esse defeito congênito acontece quando os ossos da coluna do feto não se desenvolvem completamente, resultando na abertura da coluna nas costas do bebê.
Durante os dois dias seguintes de exames e avaliações, o casal temeu pela saúde e vida da bebê: "Eu estava com tanto medo de que a nossa bebê não fosse capaz de andar ou então que ela pudesse estar com muitas dores", relatou Leina ao site britânico Mirror.
Teratoma sacrococcígeo
No entanto, após dois dias de busca e investigação, os médicos logo chegaram em um diagnóstico preciso sobre o que se tratava o caroço: teratoma sacrococcígeo (TSC), um tumor raro com defeito de nascença localizado na base do cóccix da bebê.
Leina foi encaminhada imediatamente para uma equipe de gestantes de alto risco, com o objetivo de ser monitorada de perto durante o restante de sua gravidez, tendo que se submeter a cerca de três exames por semana.
Inicialmente, os médicos sugeriram a interrupção da gravidez, pois segundo eles havia a possibilidade de a bebê nascer morta.
Porém, uma ressonância magnética posterior apontou que o tumor não estava comprometendo os órgãos vitais do bebê e nem em sua saúde, o que fez que o casal optasse por dar continuidade a gestação.
Cirurgia e recuperação
Zalya nasceu prematuramente, com 28 semanas, de parto cesárea, e teve que passar por uma cirurgia de seis horas para remover o tumor benigno de seu corpo. Ela pesava 0,99 quilo, peso inferior ao próprio tumor, e durante a cirurgia precisou ser reanimada e submetida a cinco transfusões de sangue.
Lenai e Matt Schier tiveram que esperar 10 dias para pegar a filha pela primeira vez no colo. "Eu estava em choque com o quão pequena ela era e o quanto o tumor era maior do que seu corpo", contou a mãe da bebê para o Mirror.
Zalya teve seu osso do cóccix removido, a fim de evitar o risco de o tumor voltar, e teve que ficar 57 dias no hospital, sendo liberada cinco meses depois, onde pôde voltar para casa com seus pais. Ela é continuamente monitorada com exames de sangue regulares para garantir que o tumor não volte.
"Eu só quero que ela seja uma bebê feliz e saudável. Algum dia, espero que ela possa conversar com outros sobreviventes", finalizou Lenai.
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