Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iA prisão de ventre é um problema caracterizado pela baixa movimentação intestinal, com menos de três evacuações por semana, fezes e endurecidas, esforço e/ou dor para evacuar, além da dificuldade persistente para evacuar ou sensação de evacuação incompleta1.
O problema se torna crônico quando a prisão de ventre persiste com alguns desses sintomas por três meses. E, nesse caso, a doença pode ter muitas causas, como bloqueios no cólon (intestino grosso) ou no reto, fissura anal, tumores ou alterações nos nervos do cólon ou do reto, ou condições que afetam os hormônios no corpo, como o hipotireoidismo1.
Entretanto, há alguns fatores que predispõem a constipação crônica, como1:
- ser idoso
- ser mulher
- desidratação
- alimentação pobre em fibras
- fazer pouco ou nenhum exercício físico
- ingestão de medicamentos como sedativos, analgésicos opioides, antidepressivos
- depressão ou distúrbio alimentar.
Por que as mulheres?
É fato que as mulheres aparecem no grupo com maior predisposição à constipação, e uma das hipóteses encontradas pela ciência é que os músculos pélvicos femininos podem sofrer danos decorrentes de partos e intervenções cirúrgicas ginecológicas, além de outros distúrbios, muito frequentes durante a menopausa2.
Outros indícios mostram a maior prevalência do problema durante a gravidez2, e também devido às alterações hormonais3 que acontecem com a mulher ao longo da vida, uma vez que o aumento do hormônio progesterona contribui para a diminuição do trânsito intestinal, o que leva a prisão de ventre durante o ciclo menstrual e durante a gravidez.
Além disso, fatores comportamentais, histórias de abuso sexual, físico e emocional também podem estar associados com disfunções do sistema digestório2.
Prisão de ventre na gravidez
A constipação é uma queixa muito comum durante a gravidez. Para se ter ideia, uma a quatro grávidas apresenta o problema. Há poucos indícios do que pode causar o problema, mas é possível relacioná-lo ao aumento dos níveis de progesterona, que diminui o trânsito intestinal. Com o aumento do hormônio, a concentração plasmática de motilina, uma proteína intestinal que estimula a contração das fibras lisas do intestino, diminui4.
Outros fatores que podem provocar a prisão de ventre durante a gravidez são a falta de ingestão de água, falta de atividade física, programa alimentar inadequado e quantidade insuficiente de fibras4.
Prisão de ventre na menopausa
A proporção de mulheres com prisão de ventre aumenta conforme a idade avança, por isso é possível relacionar a constipação à menopausa. Quando a mulher deixa de menstruar, há diminuição do hormônio estrógeno no organismo feminino, ocorrendo também mudanças anatômicas e fisiológicas5.
Como aliviar a prisão de ventre?
O tratamento para prisão de ventre pode ter várias vertentes: com medicamentos, mudanças comportamentais ou na alimentação6. Mas lembre-se que, independentemente da linha, é importante respeitar o reflexo evacuatório, ou seja, ir ao banheiro quando tiver vontade, beber água e comer fibras6, além de colocar na rotina outras medidas que ajudam a prevenir e tratar a prisão de ventre. Veja abaixo o que você pode fazer para dar uma força ao intestino:
- Medicamento: Dulcolax é um exemplo de medicamento indicado para o tratamento de prisão de ventre. Composto por bisacodil, o Dulcolax age diretamente no intestino, estimulando seu movimento e acumulando água, o que reduz o tempo de trânsito intestinal, além de estimular a defecação e promover o amolecimento das fezes7
- Pratique exercícios físicos: a regularidade nos exercícios fortalece a musculatura abdominal e estimula os movimentos peristálticos do intestino6
- Respeite a vontade de ir ao banheiro: crie o hábito de evacuar sempre no mesmo horário e evite segurar as fezes6
- Coma devagar: mastigar devagar ajuda na digestão dos alimentos6
- Aumente o consumo de frutas: as frutas são ricas em fibras, sendo que as do tipo solúveis aumentam o volume fecal enquanto as insolúveis estimulam os movimentos peristálticos. A dica é consumir ao menos duas porções de frutas por dia, mas não se esqueça de manter a casca, parte com mais concentração de fibras insolúveis6
- Consuma verduras e legumes diariamente: eles também são fonte fibras e responsáveis por fornecer a maior parte das fibras da dieta6
- Inclua alimentos integrais: alimentos integrais, caso do pão, arroz, macarrão, farelo de trigo, aveia, linhaça, granola, são menos processados que suas versões refinadas, por isso possuem maior quantidade de fibras, minerais e vitaminas6
- Aumente o consumo de líquidos: manter uma garrafa de água sempre por perto é uma das dicas para aumentar seu consumo. Chás e sucos naturais também colaboram para manter o movimento intestinal saudável6
- Consuma alimentos probióticos e prebióticos: os probióticos são microrganismos que auxiliam a manter a microbiota intestinal equilibrada, proporcionando um bom funcionamento do intestino. Os prebióticos, por sua vez, servem de alimentos para esses microrganismos, estimulando seu crescimento e reprodução6.
Lembre-se que todas as medidas devem ser acompanhadas pelo médico.
MAT-BR-2002136
Referências:
1 - Mayo Clinic. Constipation. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/constipation/symptoms-causes/syc-20354253. Acesso em 29 de novembro de 2019.
7 - Dulcolax® (Bula do produto]. Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda. Disponível em: https://www.dulco.com.br/static_resources/bulas/bula-dulcolax-paciente.pdf. Acesso em 10 de fevereiro de 2020.