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O que é IFA?
O ingrediente farmacêutico ativo (IFA) é uma molécula que possui as mesmas propriedades de um micro-organismo causador de doenças. Derivado ou quimicamente produzido para se assemelhar com um patogênico, esse composto está presente em todos os tipos de medicamentos farmacêuticos.
Em remédios, esse componente é o que torna o produto eficaz, permitindo que o medicamento cumpra sua função no combate à doença ou sintoma em questão. Um dos IFA mais conhecidos é a dipirona, presente em diferentes tipos de analgésicos.
Já no caso das vacinas, o IFA é responsável por fazer com que o sistema imunológico seja ativado através do envio de informações que preparam o organismo para desenvolver células de defesa contra um invasor - como é o caso dos vírus e bactérias, por exemplo.
Como funciona o IFA?
Essa resposta imunológica é chamada de biossíntese de imunoglobulinas específicas, fazendo com que o indivíduo seja protegido contra micro-organismos de ataque. Entretanto, o IFA dos imunizantes varia de acordo com a tecnologia utilizada para a fabricação de cada tipo de vacina.
Entre as opções mais utilizadas, estão:
- Vetor viral
- Vírus inativado
- Adenovírus
- Ácido nucleico (RNA)
- Proteínas
Para que a produção do ingrediente farmacêutico ativo por um vírus ocorra, é necessário que a cepa específica de um patogênico (ou adenovírus de chimpanzé, de acordo com a tecnologia utilizada) seja multiplicada em laboratório em quantidade suficiente para a produção de um lote de imunizantes. Ao entrar em contato com células vivas, essa substância causa a infecção e a multiplicação de mais células.
IFA e Coronavírus
Com a chegada da pandemia causada pelo novo coronavírus, discussões sobre o IFA ganharam maior popularidade. Isso porque a produção das vacinas utilizadas mundialmente depende de diferentes tipos de ingredientes farmacêuticos ativos.
CoronaVac: a vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac é feita a partir de um vírus inativado, chamado de micro-organismo "morto", gerando células de defesa contra o coronavírus sem provocar a infecção.
Pfizer e Moderna: ambas as vacinas são elaboradas com um IFA produzido de forma sintética, com uma tecnologia que utiliza o RNA do coronavírus para que o organismo reconheça um tipo de proteína chamada spike.
Oxford/AstraZeneca e Sputnik V: os imunizantes são produzidos a partir de um vetor viral, em que um vírus é modificado geneticamente para carregar elementos do coronavírus.
Até pouco tempo atrás, a produção do IFA para as vacinas da COVID-19 acontecia exclusivamente fora do país. Dessa forma, para que a substância chegasse até o Brasil, era preciso que questões burocráticas e políticas fossem discutidas.
Entretanto, recentemente, foi revelado que o Governo Brasileiro assinou um acordo para que a produção do ingrediente presente em duas vacinas aconteça em solo nacional. Assim, com a chegada de lotes de IFA da CoronaVac e AstraZeneca, a fabricação de tais vacinas contra a COVID-19 será realizada pelo Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), respectivamente.