Clínico geral especialista em Medicina Preventiva. Formado pela Escola Paulista de Medicina, na Universidade Federal de...
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O câncer de mama se desenvolve de formas diferentes, o que dá origem a vários subtipos da doença. Essas variações são divididas em in situ ou invasivo. Se for in situ, significa que o quadro ainda está no começo, com tumor concentrado apenas na mama, sem se espalhar para outros órgãos.
Agora, se for invasivo, é sinal de que é um câncer de mama metastático, com metástases que se disseminam para ossos, pulmão, fígado ou cérebro. “São vários tipos, o mais importante é detectar no começo”, alerta Carlos Machado, especializado em medicina preventiva.
A seguir, confira os principais tipos de câncer de mama:
- Carcinoma ductal in situ
- Carcinoma lobular in situ
- Carcinoma ductal invasivo
- Carcinoma lobular invasivo
- Câncer de mama inflamatório
- Câncer de mama triplo-negativo
- Doença de Paget
- Angiossarcoma
- Tumor Filoide
1. Carcinoma ductal in situ
Esse é o tipo mais comum de câncer de mama não invasivo. O Carcinoma ductal in situ afeta os ductos da mama - os canais responsáveis por conduzir o leite durante a amamentação -, e não invade outros tecidos e nem se espalha pela corrente sanguínea.
A membrana que reveste o tumor também não se rompe e as células cancerígenas ficam concentradas dentro daquele nódulo, o que facilita o tratamento.
Esse tipo de câncer, contudo, também pode ser multifocal. Ou seja, podem haver vários focos dessa neoplasia na mesma mama. E vale ressaltar que todo câncer de mama in situ tem potencial para se transformar em um invasivo.
2. Carcinoma lobular in situ
O carcinoma lobular in situ se manifesta como uma lesão não palpável. Ele afeta as células dos lobos mamários e não tem a capacidade de invadir os tecidos adjacentes, sendo mais frequente em mulheres na pré-menopausa. Segundo um estudo publicado no Brazilian Journal of Development, o carcinoma lobular in situ representa cerca de 0,30% dos casos de câncer de mama.
3. Carcinoma ductal invasivo
Esse tipo de câncer de mama também acomete os ductos mamários, mas pode invadir os tecidos que os circundam - por isso é chamado de invasivo. Esse carcinoma ductal é o mais comum entre os tipos invasivos, representando aproximadamente 85% dos casos.
Ele pode crescer localmente ou espalhar metástases para outros órgãos por meio de veias e vasos linfáticos. O carcinoma ductal invasivo caracteriza-se pela presença de um ou mais receptores hormonais na superfície das células.
4. Carcinoma lobular invasivo
O carcinoma lobular invasivo nasce nos lobos mamários. Por ser invasivo, ele ainda pode atingir outros tecidos e crescer localmente ou se espalhar. Geralmente, apresenta receptores de estrógeno e progesterona na superfície das células, mas raramente a proteína HER-2.
Esse tipo de câncer de mama corresponde a aproximadamente 10% dos cânceres de mama invasivos, de acordo com um artigo da Revista Multidisciplinar da Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM).
5. Câncer de mama inflamatório
Esse tipo de câncer de mama equivale de 1% a 5% dos casos da doença. O carcinoma inflamatório se apresenta como uma inflamação na região e, frequentemente, possui uma grande extensão. Na maioria das vezes, ele atinge primeiro as glândulas que produzem leite, provocando inchaço e vermelhidão na mama.
De acordo com a American Cancer Society, o câncer de mama inflamatório costuma não desenvolver um nódulo, o que prejudica sua percepção no autoexame ou até mesmo na mamografia, dificultando o diagnóstico - e, consequentemente, o tratamento. As chances dele se espalhar para outras partes do corpo e produzir metástase são grandes.
6. Câncer de mama triplo-negativo
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) indica que o câncer de mama triplo-negativo é o subtipo mais agressivo. Mas, em compensação, ele é relativamente raro. “Normalmente, ele está vinculado a alguma alteração genética", ressalta Carlos Machado.
O câncer de mama triplo-negativo também é metastático e tem crescimento e disseminação mais rápidos do que os outros tipos, além das opções limitadas de tratamento e grandes chances de recidiva (voltar mesmo após a retirada do tumor).
7. Doença de Paget
Esse é mais um tipo de câncer de mama raro, que corresponde de 0,5% a 4,3% de todos os casos. A doença de Paget acomete a pele da aréola e/ou dos mamilos e pode afetar as duas mamas ao mesmo tempo.
Os sintomas dependem do quadro, pois a doença pode ser assintomática ou causar crostas e inflamações na pele da mama. Não é possível defini-lo como um câncer in situ ou como metástase, pois pode estar associado ao carcinoma ductal in situ ou ao carcinoma ductal invasivo.
8. Angiossarcoma de mama
O angiossarcoma surge nas células que revestem os vasos sanguíneos ou linfáticos das mamas. A American Cancer Society faz um alerta sobre o risco desse tipo de câncer de mama ressurgir de oito a dez anos depois do tratamento com radioterapia. Como o angiossarcoma tende a crescer e se espalhar rapidamente, seu tratamento normalmente envolve mastectomia.
9. Tumor Filoide
Esse tumor é bastante raro, com bordas regulares e circunscritas. Ele pode ser benigno ou maligno e apresenta um crescimento bastante acelerado. Diferente dos carcinomas, que costumam afetar os ductos ou os lóbulos, o tumor Filoide se desenvolve nas células do estroma, tecido conjuntivo que oferece sustentação e conexão para as mamas.